Segundo o presidente Lula : “eu sou inocente!” ; deveria ser o verdadeiro grito do ex-presidente Bolsonaro diante das graves acusações de planejar assassinato e golpe de Estado.
Mas a verdade é que, para agitar seu eleitorado, a preferência recai no clamor pela anistia — mesmo deixando clara sua culpa.
Afinal, ser culpado dos crimes gravíssimos de que é acusado parece não incomodar essa turba.
De qualquer forma, não funcionará. Lançar outro candidato é a única saída viável, e apostar na ideia de uma anistia presidencial, supondo uma vitória em 2026, funciona da mesma forma — mas só a partir do próximo ano, com Bolsonaro devidamente encarcerado. Ainda assim, continua sendo uma farsa, já que o perdão presidencial não serve para isso: não pode revisar decisões da Justiça nem libertar criminosos condenados.
No fim, essa discussão fica para o dia de São Nunca. Porque 2026 é nosso.
Bolsonaro ainda não está preso, mas a resposta é sim.
O indiciamento de Bolsonaro pela PGR e, na sequência, seu julgamento pelo STF suscitaram um debate internacional sobre a solidez democrática dos países. Tanto o Brasil quanto a Coreia do Sul enfrentaram ataques de seus próprios presidentes no poder — na Coreia, o líder foi preso; no Brasil, o ex-presidente está a caminho do mesmo destino.
Nos Estados Unidos, cresce a perplexidade sobre como falharam em responsabilizar os golpistas. Afinal, Bolsonaro apenas copiava os métodos, e na invasão do Capitólio houve depredação e mortes. No entanto, ninguém foi punido de forma proporcional.
A alegação de que a Constituição dos EUA não permite enquadrar a tentativa de golpe como crime não se sustenta. A invasão, a destruição e as mortes – que são crimes – tiveram um único propósito: fomentar um golpe. Se não processam pelo golpe, poderiam ter feito pelos crimes cometidos na tentativa.
Enquanto isso, os problemas de Milei na Argentina, seja pelo crime de receber dinheiro ou por ser beneficiado de algum esquema — fatos ainda a serem apurados —, colocam o ultraliberal contra a parede. Ele pode até tentar se salvar como Bolsonaro fez, cooptando lideranças partidárias e cedendo poder, como no Brasil, onde entregaram o orçamento secreto ao Congresso. Mas sabemos que iniciativas desse tipo apenas agravam a crise e jogam a Argentina ainda mais na incerteza.
Isso afeta o bolsonarismo no Brasil e seus acólitos mais do que a própria figura de Trump. Afinal, o ex-presidente americano nunca deu muita importância a Milei, enquanto aqui, tanto bolsonaristas quanto parte da grande mídia e do mercado passavam os dias comparando a economia fracassada da Argentina com a do governo Lula — de forma completamente distorcida. Agora, sem essa muleta liberal, perdem um dos principais artifícios para atacar o governo.
Sem falar no teatro da “anistia” e outras pautas absurdas promovidas pelo partido fascista. Nunca houve qualquer chance real de aprovação, mas serviram para que os atuais presidentes das Casas Legislativas enganassem os extremistas — que agora podem ser descartados.
Quanto a Trump, as comparações com a incapacidade dos EUA de lidar com golpistas são incômodas, mas apenas para quem tem vergonha na cara. O que, claramente, não é o caso do atual governo americano. Mas, escancara a fragilidade e os rumos perigosos nos EUA, que em algum momento podem se voltar contra o imaginado todo poderoso. Não foi isso que aconteceu aqui no Brasil?
Não é precipitado especular sobre o futuro sem Bolsonaro, sobretudo porque não será – ao menos até 2026 – sem o bolsonarismo.
O indiciamento e a futura condenação já estão precificados nas bolsas de apostas políticas, com vários nomes disputando a herança da direita e da extrema direita. Alguns cenários são previsíveis.
Primeiro, é quase certo que um Bolsonaro será lançado ao sacrifício em 2026 para perder de Lula. O sobrenome Bolsonaro será fundamental para manter a extrema direita unida e continuar servindo de esteio para eleger deputados, senadores e, talvez – aqui uma novidade – menos governadores. O apelo fascista parece arrefecer para cargos executivos, e uma condenação do chefe será fatal para essas eleições majoritárias. Vamos ver como ficará o Senado, sem dúvida a maior aposta do bolsonarismo para 2026, mas que, a meu ver, tem grandes chances de também fracassar.
As discussões sobre anistia, que já eram furadas, agora acabam de vez.
O esperneio será geral e irrestrito, mas inevitável. Alguma coisa vão aprontar, até porque há gente perigosa indiciada – criminosos de guerra, praticamente. Perderam dentes e estão banguelas, mas ainda mordem.
O cenário político de 2024 muda completamente. O centro, que estava fora de qualquer disputa desde a derrota de Aécio para Dilma, tentará voltar de alguma forma. A aposta está no PSD de Kassab. O PSDB provavelmente se unirá a ele, e Tarcísio seria o nome desse grupo. Mas acredito que ele não virá em 2026 para perder – sua aposta é 2030, aí já sem Lula para enfrentar.
Vamos acompanhar como ficará a Câmara. Hugo Motta pode aproveitar a derrocada do bolsonarismo para se livrar da canga dos deputados extremistas e ajudar a isolá-los. Acho que ele tentará, e tem grande chance de sucesso.
O que sobrará são os radicais e a expectativa para 2026. Mais uma derrota será fatal para eles. Não desaparecerão, mas perderão a capacidade de destruição que ainda possuem.
O fato de Gonet PGR não denunciar o Presidente Valdemar do PL, me pareceu uma sinalização de paz. Valdemar vai aceitar, vamos ver os demais.
(Glauber Braga
@glauber-braga.bsky.social
Uma vez me citaram uma frase a atribuindo a Jaburu (personalidade muito conhecida em Nova Friburgo): “Essa turma não é de nada mas são capazes de tudo”. O contexto era outro mas as palavras cabem perfeitamente pra descrever o núcleo golpista do ex-presidente inelegível.)
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A tão esperada denúncia da PGR, sob comando de Gonet, finalmente apareceu contra os criminosos que tentaram armar um golpe contra a democracia brasileira.
E são os mesmos de sempre.
Nos detalhes das reuniões e diálogos revelados, além de tudo o que vimos e ouvimos nos anos do desgoverno anterior, não há surpresas. Tudo ou já era sabido ou havia vazado antes.
Até tentativa de assassinato consta na denúncia, além de reuniões para fomentar distúrbios sociais. Ficou claro que as manifestações não tiveram apoio orgânico — foram organizadas, financiadas e promovidas por “kid pretos” e dinheiro do agronegócio.
Os crimes somados podem levar Bolsonaro a uma pena de até 28 anos. E ainda faltam os processos das joias e da falsificação de documentos de vacinação.
Um combo de crimes, como tantas e tantas vezes foi denunciado na época, por aqueles que nunca desistiram da verdade e confiaram na democracia brasileira.
Que, por sinal, agora enterra os golpistas de hoje. E os de amanhã? Bem, esses já têm uma jurisprudência clara para enfrentar. Uma lição que a geração da Anistia deixou passar para os golpistas de 1964, o que acabou incentivando essa nova tentativa.
De resto, fica a confirmação: nada é mais ridículo que um golpe de Estado fracassado. Se mostram uns cretinos, covardes, incompetentes, irreconciliáveis com os valores civis e a sociedade. Brucutus, animais, lixo que precisamos expurgar.
Joguem a chave fora.
A novidade foi que a PGR poupou a política: nenhum deputado ou senador foi indicado, o gabinete do ódio não apareceu, a família presidencial ficou de fora e até Valdemar, que chegou a financiar algumas atividades pra lá de criminosas, também não foi incluído.
Pode ser um sinal de pacificação. Pode ser um erro.
Mas está de bom tamanho. Vamos lutando uma batalha por vez.
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Terminamos 2024 com números expressivos de crescimento do PIB. Novamente, saímos de previsões medíocres para um resultado significativo: 3,5% ou mais!
No entanto, dezembro mostrou um declínio no embalo dos meses anteriores, e janeiro segue no mesmo ritmo lento, segundo prévias e avaliações sobre a arrecadação, que sinalizam resultados a serem divulgados em breve.
Sem uma direção bem definida, a inflação começou fevereiro agitada, parece perder força, mas ainda precisamos de mais algumas semanas para avaliar melhor.
Semanas, porque meses para esperar, nós não temos.
O jogo se movimenta no fim de março, na próxima reunião do Copom do Banco Central, onde todas as apostas apontam para mais 1% de aumento na Selic — já a mais alta do mundo.
Esse acréscimo será fatal para as pretensões de crescimento do PIB no ano, ajustando expectativas e “ancorando” a economia no crescimento medíocre.
A discussão deveria ser — e voltamos ao início de 2023 — sobre a meta de inflação a ser perseguida. Os atuais 3% ao ano foram uma aposta errada da equipe econômica, que acertou em tantas outras frentes nos últimos dois anos, mas deixou essa escapar.
Se não quiserem mexer no número central da meta, os 3%, ao menos deveriam anunciar que passarão a perseguir o teto da meta, os 4,5%. Seria uma mudança de sinal sem alterar radicalmente as regras do jogo. E não seria apenas semântica, mas uma postura nova, necessária e eficaz. Porque isso nos libertaria de mais aumentos de juros.
Parece que, ao menos no primeiro semestre de 2025, o crescimento da economia está comprometido. E a inflação, embora ainda não tenha uma tendência definitiva, está caindo rapidamente.
Nesse cenário de incerteza, o Banco Central prefere “chutar para o alto”. A meu ver, um erro, porque já estamos no teto. Se há dúvidas, talvez a prudência — e não mais arroubos contracionistas — seja a escolha sensata e eficaz.
Se a questão for “sinalizar” para o mercado, um pouco de prudência faria bem. Está ficando claro o quanto o ajuste atual está causando estragos, e o BC não precisa ser o último a perceber e reagir. Nem o primeiro, é verdade — já há bancos reavaliando cenários, e até o Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do PIB de 2025 de 2,5% para 2,3%. Há instituições que falam até em 1,3%.
Fevereiro e seus índices, ainda a serem conhecidos, terão enorme importância nas expectativas e decisões futuras do BC. E eu não me canso de repetir:
Depois de aumentarem mais 1%, não adianta reclamar.
É agora ou nunca.
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Seguimos na mesma narrativa de um governo acuado e de um Lula “desesperado”.
O problema é que ninguém consegue explicar o motivo desse suposto desespero. Falta encontrar um motivo concreto para justificar tamanha aflição.
Como o tema central é a presidência e as eleições — afinal, ninguém fala ou pensa em outra coisa —, o fato é que, na última pesquisa, considerando todos os candidatos e cenários possíveis, Lula venceu todos.
Então, o desespero seria por causa da inflação? Não, está em queda.
Pelo PIB? Também não. O país fechou 2024 com um crescimento acima de 3,5%.
Pelo desemprego, contas públicas ou arrecadação? Tampouco. Tudo segue dentro dos conformes.
Então, seria pela queda na aprovação? Difícil imaginar um presidente “desesperado” quando o Congresso tem 85% de rejeição, a imprensa 77% e ele, 41%.
Fica a dúvida. Enquanto isso, lembramos do verdadeiro desespero: o de Bolsonaro em 2022, quando, atrás nas pesquisas, ameaçava golpe com militares, torrava R$ 700 bilhões e, mesmo assim, perdeu a eleição.
Calma, minha gente. Ainda faltam dois anos, e chegaremos lá fortes. Aliás, já estamos.
A propósito, vale observar os dados da pesquisa recente da Atlas Intel: o governo federal não está tão mal quando comparado à popularidade de alguns de seus principais críticos. Congresso, imprensa e até igrejas evangélicas enfrentam um desgaste profundo, sem saída aparente — o que, nem de longe, é o caso do governo Lula.
Vida que segue.
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O problema dessas crises inventadas em sequência — ou seja, uma atrás da outra e por motivos frequentemente opostos — é que, apesar dos estragos passageiros nos índices de aprovação do governo e até na imagem do presidente Lula, elas são efêmeras, e o vento as leva.
São anunciadas como catástrofes irreparáveis, definitivas. Dizem isso todas as vezes, independentemente da gravidade das alegações. Mas nada disso é verdade, porque são problemas normais de qualquer administração, sujeita a variações de humor da opinião pública em função de uma questão ou outra. Coisas corriqueiras e normais para quem governa um país gigante, diverso e que tem praticamente toda a mídia corporativa na oposição desde sempre.
O motivo é de classe: os proprietários dessa mídia pertencem à elite rica do país — semi-analfabeta, apesar dos inúmeros títulos; sem cultura, apesar de tantas viagens e contatos mundo afora; racista e fascista assumida, como podemos verificar cotidianamente.
E mesmo assim seguimos, porque, se somos um dos países mais desiguais do mundo, alguém foi responsável por essa realidade tão dura. Sabemos que 500 anos de história nas mãos de colonizadores e, depois, de saqueadores e racistas no comando não seriam revertidos em um passe de mágica por alguns anos de transformações e vitórias eleitorais de um partido popular e seu líder.
Mas seguimos na luta, porque ela vale a pena e dá resultados, mesmo convivendo com aqueles que não têm propostas nem votos para mudar o quadro por meios democráticos, e com aqueles que combatem sem trégua o projeto de inclusão social — sem guerra e dentro do regime democrático de uma nação tão sofrida e desigual.
Já expliquei a questão da queda na desaprovação, que é natural na virada para a segunda metade do mandato. Mostrei como o afastamento do presidente Lula, devido à queda que sofreu, impactou sua presença e proporcionou à oposição na mídia a oportunidade de atacar, usando a mentira da portaria da Receita Federal sobre o Pix. Agora, tento demonstrar como tudo isso é pouco diante da tarefa maior e que, aos poucos, a aprovação voltará, porque o trabalho nunca parou. Os resultados seguem crescendo e sendo cada vez mais efetivos, e todos sentirão os efeitos — o que não significa que todos admitirão.
É mais do mesmo: de vez em quando, conseguem um golpe, e a coisa parece balançar. Mas não cai. Não cai porque é forte. E porque há muita, mas muita gente boa, firme e segurando.
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Ao que tudo indica, Gonet chegará para cumprir seu papel no processo de enquadramento histórico dos aspirantes a ditador e seus cúmplices.
Não é pouca coisa, e o tempo de resposta não foi tão longo, considerando que o inquérito da Polícia Federal ficou pronto no fim do ano passado.
É fato que as provas e a tentativa de golpe já eram amplamente conhecidas, assim como a participação dos envolvidos. Praticamente todas as tratativas, atentados e ações criminosas foram expostas ao público. Dessa forma, não se espera nenhuma grande novidade na conclusão do trabalho do procurador — apenas a formalização, no papel, de tudo o que já sabemos.
O pedido de condenação seria de 28 anos.
É esperar e ver, e essa bobagem de anistia morre antes de nascer.
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A Queda de Aprovação e as Razões por Trás dos Números
Antes de tudo, é importante não negar os fatos nem desqualificar pesquisas. O mais produtivo é entender as razões da queda de aprovação do governo.
A própria pesquisa destaca a confusão em torno da fiscalização de movimentações acima de R$ 5 mil no Pix como um dos fatores que levaram à atual desaprovação recorde. Vale lembrar que, na época, Lula ainda se recuperava das sequelas da queda, da cirurgia e das semanas de limitações — sobretudo de fala, o que dificultou uma resposta rápida às fake news sobre a portaria do Pix. Talvez, com uma comunicação mais ativa naquele momento, a queda na aprovação pudesse ter sido evitada ou ao menos minimizada.
De maneira geral, governos costumam enfrentar maior insatisfação no meio do mandato. Os primeiros meses são dedicados a ajustes que, muitas vezes, desagradam setores da sociedade, mas que preparam terreno para resultados melhores nos anos seguintes. O próprio governo tem repetido que 2025 será o ano de colher os frutos. O início de ano, no entanto, veio acompanhado de juros elevados e preços altos dos alimentos, fatores que naturalmente geram insatisfação e justificam o aumento das críticas.
A tendência, no entanto, é de recuperação. Com Lula retomando a presença diária no debate público, reforçando os feitos da gestão e anunciando novas iniciativas, além de uma publicidade mais assertiva para enfrentar a oposição, os índices de aprovação devem reagir.
Até porque, analisando a fundo, não há motivos reais para uma queda tão brusca.
É claro que um governo não precisa rebater a oposição a todo momento, mas quando as críticas atingem um ponto sensível — como agora —, responder se torna imperativo. E os resultados dessa reação não devem demorar a aparecer.
Além disso, vale notar que a pesquisa negativa contrasta com outra divulgada há poucos dias, na qual Lula vencia todos os adversários em todos os cenários eleitorais para eleição de presidente.
O povo pode estar insatisfeito, mas também sabe fazer suas escolhas.
📊 Dados da pesquisa:
Ótimo/bom: 24% (-11)
Regular: 32% (+3)
Ruim/péssimo: 41% (+7)
NS/NR: 2% (+1)
Mesmo com a queda, 56% ainda avaliam o governo como regular ou positivo. Ou seja, o cenário não é tão ruim quanto parece..
“Quando você ganha as eleições, no primeiro ano ninguém te cobra nada. No segundo ano, você começa a ter uma expectativa: ‘Ele não está entregando? Não vai entregar?’ O terceiro é o melhor para prefeito, governador e presidente. É o caso de 2025”. (Lula)
O janeiro mais quente da história e algumas reflexões
O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está cobrando do presidente Lula uma solução para liberar a licença que permitirá a exploração de petróleo na margem equatorial, no litoral norte do Brasil. A resposta de Lula não foi divulgada, mas sua intenção todos conhecemos.
Essa intenção não é explorar sem cuidados ou sem critérios rigorosos de segurança ambiental. Ainda assim, as críticas da esquerda são numerosas e precisam ser respondidas com clareza.
A questão ambiental e o aquecimento global são realidades que afetam a todos. Quem não tem recursos sofre ainda mais. É preciso nos situar nesse contexto e observar o discurso dos países ricos, que exigem de nós o que eles mesmos não cumpriram e provavelmente não cumprirão.
São eles que emitem 90% dos gases poluentes, não nós. Nossa tarefa de preservar as florestas tem sido amplamente debatida, com diversas propostas apresentadas. Vale lembrar que cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na Amazônia. Se o mundo está preocupado com a floresta, é fundamental reconhecer que são essas pessoas que a preservam e delas vivem. Com apoio eficaz, suas vidas podem ser equilibradas tanto ecológica quanto economicamente.
Essa tem sido a tentativa do Brasil, agora ainda mais urgente diante das políticas ambientais desastrosas de líderes como Donald Trump.
A discussão sobre a exploração na margem equatorial envolve várias questões. Sabemos que, a partir de 2030, o pré-sal começará a declinar, reduzindo nossas reservas. A nova fronteira de exploração pode garantir nosso suprimento de petróleo e ainda permitir exportações para sustentar o superávit comercial, indispensável ao progresso do país.
Quem discute esse tema precisa apresentar alternativas viáveis. É fácil discursar em auditórios climatizados, cercados por todo o conforto moderno — conforto do qual ninguém está disposto a abrir mão. Aviões, satélites, internet, energia elétrica e água encanada são parte da vida contemporânea. Impossível impor mudanças de comportamento aos países desenvolvidos que realmente façam diferença global.
É claro que a mentalidade poluidora e irresponsável de antes está sendo superada, graças ao esforço de ambientalistas e à dura realidade que confronta até os mais cínicos. Mas onde fracassam as políticas ambientais, fracassa também o desenvolvimento, já que ninguém está disposto a abrir mão do conforto atual sem alternativas energéticas viáveis.
Enquanto não há soluções globais para substituir o petróleo de forma sustentável, a disputa por novas frentes de exploração segue intensa. O Brasil continua avançando graças ao seu esforço e investimento.
As propostas de substituição das matrizes energéticas estão em discussão no mundo todo. Algumas conquistas já foram alcançadas, mas a um custo elevado. O petróleo ainda pode sustentar a transição energética no médio prazo. Estamos longe de uma substituição plena.
Até lá, lutar por um mundo livre de petróleo é uma pauta legítima e merece respeito. Contudo, até que isso aconteça — se é que acontecerá —, o petróleo seguirá como a principal fonte de energia global. O Brasil precisa continuar explorando essa fonte para o bem de seu povo, enquanto todos lutam por um mundo menos poluído.
Os países mais poluidores devem fazer sua parte, assumindo a responsabilidade pelos danos que causam, em vez de empurrar o fardo para os mais pobres.
E não podemos aceitar que governos irresponsáveis destruam tudo em nome do lucro e sigam sendo aplaudidos sem constrangimento. Até porque foram eleitos… ou apesar disso.
No fim das contas, a licença solicitada agora seria apenas para verificar se há petróleo e se a exploração é viável.