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Blog do Franco

  • Inflação no Teto da Meta.

    outubro 23rd, 2025

    Duas coisas começam a pipocar no noticiário: Lula vai ganhar no primeiro turno e a inflação em 2025 termina o ano em 4,5%, dentro do limite da meta.

    A primeira está muito cedo para sabermos, falta um ano para confirmar. Embora, no momento, eu esteja convencido de que a atual trajetória de popularidade vai levar o presidente à vitória no primeiro turno, não tem como saber a essa altura — ficamos combinados.

    A segunda estamos a pouco mais de 60 dias para confirmar, porque a trajetória igualmente indica queda em direção ao teto da meta de 4,5% anual e recorde no pós-Plano Real da menor inflação acumulada nos três primeiros anos de um governo brasileiro.

    Portanto, não estamos tratando de algo banal.

    Iniciamos o ano no “Deus nos acuda” em termos inflacionários. Uma sequência de bons golpes dos adversários e algumas decisões precipitadas e mal comunicadas — lembram da taxação do PIX? — foram aproveitadas pela oposição política e midiática para encaixar jabs certeiros e provocar uma reação no mercado, levando a alta do dólar e dos juros, que caminhavam em números muito bons até então.

    A consequência foi uma nova presidência do BC, que ao assumir precisou jogar as taxas na lua e segurar as apostas contra o real — o que, aos poucos, foi se ajustando — e contou com um Trump cada vez mais descontrolado, provocando a baixa do dólar no mundo. Somados os dois fatos, o dólar no Brasil foi caindo de R$6,3 para os atuais R$5,4, e a inflação de alimentos, atrelada a preços de commodities, se acomodou. Com ela, a popularidade do presidente foi se recuperando também, no que muitos analistas afirmam ser, atualmente, o melhor momento de todas as presidências, atuais e anteriores, do Lula, mesmo com a popularidade abaixo das anteriores por vários motivos, um deles o atual momento conflagrado mundialmente.

    O que igualmente não é trivial.

    Neste próximo domingo, provavelmente, teremos a primeira reunião presencial entre Lula e Trump, para negociarem as tarifas, e há quem diga que teremos boas novidades com queda na cobrança arbitrária cometida até aqui. Superada com muita paciência e sabedoria, reconhecida pelo mundo e internamente.

    Com isso, podemos estar encaminhando um novo momento para nossa economia. Ainda pendente está essa questão dos juros muito altos, segurando o crescimento que todos entendem ser surpreendente nas circunstâncias de restrição monetária atual.

    Feito isso, provavelmente, a partir de janeiro próximo, estamos dando a partida para mais uma reeleição e um período de prosperidade — sem esquecer que a frente da Margem Equatorial garante o equilíbrio futuro da balança comercial. E, se cumpridas as promessas de transição energética (que estão a pleno vapor, procure se informar), o Brasil de antes do golpe da Dilma está de volta, e esse intervalo de sombras e empobrecimento está definitivamente superado: voltamos a uma trajetória interrompida rumo a um país de classe média.

    Dentro da nossa realidade, mas de classe média em todos os sentidos.

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  • “Nós contra eles!”

    outubro 22nd, 2025

    Esse chamado que reproduzi no título, de campanhas eleitorais, tem história, e foi o principal mote do período em que PT e PSDB disputavam a preferência. Se bem me recordo, quando Lula lançou pela primeira vez essa chamada, não perdeu mais.

    A partir do bolsonarismo podemos perceber uma mudança no centro da disputa: sai o “nós contra eles” e entra um discurso mais ideológico, mais por parte da direita do que do PT, que só agora começa a retrucar na mesma direção.

    Uma questão que precisamos assentar quando lidamos com eleições é o quanto o acerto das estratégias é importante. No cenário brasileiro, a grosso modo, um terço é de esquerda, um terço de direita e o terço restante fica no meio — quem decide eleições é o eleitor do centro.

    O período que compreendeu o mensalão, a Lava Jato e o golpe na Dilma, em sequência, deixou o centro inteiramente nas mãos dos extremistas de direita, afastando o eleitor não só do PT, mas também dos partidos do centro e dos discursos acomodados e fingidos desses grupos.

    O povo queria outra coisa — mais, digamos, vigor e confrontos.

    Nesse momento em que estamos nos encaminhando para a disputa eleitoral, o que estamos assistindo é uma mudança de atitude do governo, muito mais agressiva e contundente, mais propositiva e retórica, onde a tendência vai ser esvaziar novamente o centro político e chamar para uma reação a direita furiosa.

    Imagino que a estratégia tenha seu fundamento e objetivos bem definidos: escolher o adversário e não deixar o centro respirar. Podemos ver a tentativa do PSDB de retornar, com uma velhíssima guarda saindo para disputas de cargos importantes. Ao subir o tom, o governo quer fechar a porta definitivamente para o centro crescer — quem sabe conquistar os votos desses grupos, isolar a direita bolsonarista e ganhar a eleição no primeiro turno, fazendo mais bancadas.

    Ao escolher o bolsonarismo como adversário, o governo mira um aspecto definitivo da sua disputa com essa gente: eles perdem.

    Sim. Eles perdem.

    Em breve retrospecto, e sem irmos muito longe, desde o início do ano Lula escolheu Gleisi como ministra e Lindbergh como líder de bancada, mostrando aí os primeiros sinais da guinada que se avizinhava ou se desejava. E agora nomeia para ministro Guilherme Boulos, para definitivamente apontar um rumo claro a ser apresentado nas disputas.

    Que não me entendam mal: a disputa em 2026 será duríssima, provavelmente a mais dura de todos os tempos, nos aspectos de informação e disputas de narrativas, inundação de mentiras e influência perigosíssima das mídias sociais bombadas por IAs.

    Mas a chance maior é ganhar em primeiro turno exatamente por essas características que tentei apontar. Isolando a direita e bloqueando o crescimento do centro, o governo tenta liquidar o assunto de início e começar o quarto e último mandato de Lula com mais e melhores armas de governabilidade.

    Vamos seguir acompanhando as posições e confirmar se essa mudança de atitude é definitiva — o que eu penso que sim.

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  • 5 meses e 5 anos : Margem Equatorial.

    outubro 21st, 2025

    “A diretora técnica do Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), Ticiana Alvares, afirmou que o debate sobre a exploração da Margem Equatorial precisa ir além da questão ambiental e se concentrar no uso estratégico da riqueza nacional. Em entrevista ao programa TV GGN 20h, exibido na noite desta segunda-feira (20) no YouTube, Ticiana destacou que a pergunta central não é “liberar ou não liberar” a Petrobras para atuar na região, mas sim “para que aumentar a exploração de óleo e gás no Brasil”.

    Saiu a tão esperada licença para a pesquisa que a Petrobras precisa fazer e apurar o tamanho das reservas de petróleo existentes na Margem Equatorial, litoral do Amapá, a 500 km da foz do Rio Amazonas.

    Na verdade, “Foz do Amazonas” não se refere à foz imediata do rio Amazonas — aquela desembocadura visível entre o Amapá e o Pará — mas sim a uma província geológica chamada Bacia da Foz do Amazonas, delimitada por critérios geológicos e sedimentares, e não apenas geográficos.

    O tamanho das reservas e a qualidade do produto a ser extraído irão informar a viabilidade da exploração.

    Coisa que ninguém duvida, uma vez que o vizinho Guiana está nadando em petróleo e dólares.

    Quando discutimos a prudência de seguir explorando petróleo no Brasil, é importante salientarmos dois aspectos diretos e um indireto.

    Primeiro, a inexistência de substituto para o petróleo na atual conjuntura mundial; e segundo, o compromisso da Petrobras de usar os recursos apurados na exploração para modernizar e promover a nossa transição energética.

    Por fim, o fato de estarmos lidando com um governo comprometido com metas climáticas, comprometido em cumprir a transição e — importante ressaltar —, sendo um governo vencedor de eleições e mantendo seus compromissos, evita que a riqueza caia nas mãos de governos sem compromisso e, além de tudo, que vão vender tudo para quem, sem nenhuma cerimônia, vai espremer o limão até a última gota, sem deixar rastros, levar a riqueza embora e deixar a desolação e a transição para energias limpas no Brasil como um sonho de uma noite de verão.

    Ou não?

    Não é no mundo ideal que vivemos, mas no possível.

    Cinco meses de pesquisas e cinco anos para a operação comercial iniciar.

    Tic Tac.

  • Time todo no ataque.

    outubro 20th, 2025

    Vou voltar ao assunto mais uma e derradeira vez, com uma metáfora futebolística para tentar me fazer entender.

    Imagine que você controla o ataque do time adversário e o meio de campo, joga avançado, marca a saída de bola e não deixa espaço. Apesar de jogar à frente, ocupa bem os espaços, com organização, inteligência e atenção a tudo que acontece dentro e fora do campo. O time adversário recua, tenta chutões para a frente e, ainda assim, não consegue sair do cerco.

    Quando o jogo está desenhado assim, a chance de vitória para quem controla o jogo é muito maior do que a de derrota. Pode acontecer o contrário, claro — o futebol tem seus imprevistos —, mas o favorito costuma ser quem domina o jogo.

    Encerrada a metáfora futebolística, vamos ao panorama social, econômico e político do Brasil.

    O governo assumiu sob ameaça de um congresso hostil, em franca minoria e até sob risco de mudança de regime. Por diversas vezes, o então presidente da Câmara, Arthur Lira, acenou com a ideia de impor ao presidente Lula o chamado semipresidencialismo — um arranjo em que todas as obrigações ficam com o Executivo e todas as decisões e verbas, com o Legislativo. E sem o recurso típico dos países parlamentaristas de dissolver o parlamento e convocar novas eleições. Um verdadeiro maná para eternizar o comando do Congresso sobre a República. E há ministro influente do STF que apoia essa ideia.

    Foi assim que começamos 2023: com tudo contra.

    Sim, Lula conseguiu aprovar um orçamento que lhe deu fôlego para tocar o primeiro ano de governo. Mas, nas circunstâncias herdadas, a sobrevivência econômica e orçamentária parecia armada para explodir — como também se viu na atuação do Banco Central de Campos Neto.

    Não é preciso repetir tudo o que se passou até aqui, basta lembrar de onde partimos e como o governo arrumou sua defesa. Voltando ao futebol: organizou o meio de campo, dominou os espaços e o jogo e, finalmente, agora, passou a atacar.

    Exigir fidelidade e preparar alianças para 2026 são os movimentos centrais deste momento. Gerarão atritos, disputas pesadas, mas mostram claramente em que ponto do jogo estamos.

    O placar pode ainda não refletir tudo o que aconteceu até agora — o jogo não acabou e segue até as eleições do ano que vem.

    Mas atribuir ao erro do adversário o bom andamento do jogo, insistir que as vitórias do governo são obra do acaso, de “presentes” de Trump ou de Eduardo Bolsonaro, ou que o Congresso, ao dar tiros no pé, ajuda o governo por acidente, é ignorar a estratégia e a inteligência bem planejada e executada até aqui, nos mínimos detalhes.

    Economia, saúde, educação, inflação, crescimento, equilíbrio fiscal e orçamentário — tudo ou nas máximas históricas, ou dentro do equilíbrio planejado com antecedência — não são obra da sorte.

    Quando o gol sai porque o zagueiro acuado erra, o passe é cortado e o contra-ataque decide a partida, o fato principal não é o erro, mas o acerto da estratégia como um todo, a maneira como o time jogou até construir a vitória.

    O torcedor do time derrotado pode destacar o erro, mas isso não muda a natureza dos acontecimentos nem o mérito de quem venceu.

    Se o governo decidiu atacar — demitir falsos aliados, premiar quem sustentou o programa até aqui e tirar espaços dos adversários — é porque acredita em sua força e quer chegar à vitória.

    Lamentar por isso? Penso que não.

    Riscos sempre existirão; fazem parte do jogo e da vida. Mas saber a hora de agir é condição para vencer.

    Que assim seja.

    E, cá entre nós, governo Lula não joga para humilhar adversários ou coisas tais, joga para ganhar de 2×0, manter a dignidade de todos e vencer.

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  • Milonga desafinada.

    outubro 18th, 2025

    Dois fatos eu guardo da época da eleição em 2024 que elegeu milei presidente.

    Primeiro uma senhora subindo no ônibus e lhe perguntam se sabe que milei iria acabar com os subsídios das passagens ( de fato, aumentaram 10x) e ela confirmou que sabia e mesma assim votaria nele.

    Um segundo fato de um rapaz que ganhava, digamos, 1500 pesos ( na verdade muito mais por conta da inflação ) e com q vitória de milei, segundo sonhava, seus 1500 pesos seriam convertidos em 1500 dólares. Hoje esses 1500 pesos valem 1 dólar e mesmo assim com câmbio oficial, totalmente defasado . Deveriam estar em 2000 pesos por dólar, o que deve acontecer tão logo passar a eleição de outubro .

    Os EUA tentam segurar a onda, para evitar o naufrágio na eleição, a essa altura absolutamente certo. E não estão conseguindo, basta pingar dólar e a população vai lá e compra, porque sabe que passadas a eleição estão garantidos com a desvalorização inevitável.

    De sexta : Hoje, o Banco Central argentino elevou o dólar oficial de 1.430 para 1.475 pesos, mesmo após a intervenção norte-americana. As taxas de juros de curto prazo dispararam para 157%, numa tentativa de conter a fuga de capitais, o que, paradoxalmente, drena ainda mais pesos do sistema financeiro. ( UOl)

  • Inventário.

    outubro 17th, 2025

    O governo aproveitou a derrota da MP dos BBBs para promover um inventário de suas escolhas políticas visando 2026.

    Me parece ser a eleição mais antecipada das últimas décadas, se não a mais de todas.

    O ajuste de cargos, tão falado e que anda devagarzinho, acomodando interesses, parece seguir nesse conta-gotas — e imagino que se conclua, digamos, após o resultado eleitoral do próximo ano. Por agora, ajustam-se expectativas e, depois das eleições, a realidade e o pragmatismo se impõem.

    Curioso como essa dança das cadeiras dos cargos, até agora, não mexeu com os ministros. Outra novidade.

    Mas estamos além de cargos e alianças: também o discurso anda sendo ajustado — mais social, mais ecologia, mais distribuição de renda e mais taxação de ricos e milionários. E não é discurso eleitoral somente, mas o caminho para uma base de sustentação maior, mais orgânica e impositiva.

    No que depende do eleitor confirmar se é isso mesmo que ele quer, além de eleger nosso Lula.

    É interessante como o eleitor faz esse movimento de eleger um partido e dividir o poder no bolo de escolhas no Congresso. Tem uma sabedoria aí na decisão. Por isso, a relutância em entregar a chave e todo o conteúdo para uma só mão ou partido. Tudo bem — vamos pensar, então, que o partido do presidente precisa de uma fatia maior nesse bolo para melhorar a disputa e solucionar alguns problemas decorrentes de tantas parcelas de poder envolvidas e tantos interesses em disputa.

    Quem sabe?

    Outra possibilidade é que Lula e sua ministra Gleisi saíram irritados com a derrota da MP e andam reagindo com parte fígado e parte raciocínio. Nesse caso, e sabemos que são humanos, melhor ir com calma e fazer o trabalho com mais paciência ainda.

    Não é fácil, mas a única forma de lidar com tantas variáveis.

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  • Argentina: mais U$ 20 bilhões e salve-se quem puder.

    outubro 16th, 2025

    Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008, criticou o swap de US$ 20 bilhões do Tesouro americano para a Argentina. Ele afirma que o dinheiro não visa ajudar o país, mas sim resgatar as apostas fracassadas dos fundos próximos ao secretário do Tesouro, Scott Bessent.

    O New York Times sugere que o propósito do resgate argentino não é estabilizar a economia, mas ajudar fundos que têm títulos argentinos, que incluem BlackRock, Fidelity, Pimco e ex-colegas de Wall Street de Bessent, como Stanley Druckenmiller e Robert Citrone.

    A promessa foi reforçada com promessas de mais US$ 20 bilhões por parte da iniciativa privada, com uma condição: o governo não pode perder a eleição de outubro.

    Como essa condição é, a essa altura, improvável, com os índices de aprovação do governo em queda acentuada e rápida, essa condição caiu como uma bomba negativa na opinião pública nessa véspera eleitoral. O efeito foi amenizado em nova declaração, dessa vez com juras de apoio incondicional ao projeto Milei.

    Esse vai e vem precisou ser reforçado e o governo Trump está, sim, comprando peso argentino à vista, sem divulgar o montante, tentando suportar o câmbio atual até as eleições, repetindo o histórico padrão nesses casos, quando a desvalorização real ultrapassa 20 a 30%, e, uma vez passadas as eleições, a desvalorização ocorrerá em qualquer resultado no pós-eleitoral.

    Esse tipo de ocorrência costuma marcar administrações definitivamente; dificilmente, para não dizer que de forma nenhuma, o governo Milei se recuperará de uma desvalorização cambial represada para enganar eleitores, sobretudo porque a consequência se verá no custo dos alimentos e na volta da inflação.

    Inflação que é, em primeira instância, o objetivo das administrações argentinas sucessivas, e seria a razão de todo sacrifício para sua contenção. O fracasso nesse combate significa tornar inúteis todos os sacrifícios impostos à população argentina e, a partir de agora, inaceitáveis para a maioria.

    Os EUA vão, aos poucos, buscar interlocutores com a oposição e Milei vai ser deixado de lado, como acontece nesses casos. Provavelmente, sua administração acaba ainda neste mês e, dali em diante, é o salve-se quem puder, com dinheiro novo servindo para quem se aventurou a pular fora com os recursos que arriscou — como Krugman alerta, e não sem razão, por essa ser a prática comum nesses casos.

    E o dinheiro novo vai embora, e fica mais dívida para manter o país no cabresto.

    Todos sabem.

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  • Exonerou os nomeados do Centrão ou só ameaçou para negociar?

    outubro 15th, 2025

    Tem muita gente boa dando como certo que o governo exonerou 380 apadrinhados no governo federal indicados por deputados do Centrão que formam a base do governo.

    Aquela móvel, vá lá.

    Estou há dias tentando confirmar essas exonerações e não encontro confirmação.

    A questão parece ter início nas falas do Presidente Lula, após aquela MP das Bets, Bancos e Bilionários caducar por falta de aprovação do Congresso no prazo limite. Lula disse que não iria implorar por apoio e que ficasse quem quisesse.

    Dali em diante começaram a aparecer dois movimentos: um que ameaçava de exoneração os indicados pelos infiéis e um segundo que dizia que a representação da cobrança e manutenção dos recursos que seriam arrecadados iria voltar em breve.

    De fato, pingam aqui e ali algumas exonerações, que até onde consegui apurar, não passaram de uma dezena.

    E a tal lista dos nomeados, de onde entendo que surgiu o tal número astronômico de 380, apareceu em uma coluna do UOL três dias atrás como um levantamento de indicados por partidos, e não foi desmentida, mas esses números não foram confirmados nas demissões.

    Curioso de onde foi que esse jornalista conseguiu essa lista, que todos repercutem sem duvidar e ainda afirmam que se tratam de exonerações que ninguém confirma. Mais, surge a informação que deputados do PT querem “dedurar” indicações do Centrão, mostrando, se ainda faltava alguma coisa, o quanto essa história está mal contada.

    Ok, é uma operação que pode sim exonerar, está mandando avisos e promovendo a conta-gotas algumas demissões — umas dez confirmadas — de gente graúda do Centrão, até uns do PL, e abriu não a caixa de ferramentas, mas o balcão de negócios.

    Que faz parte da relação do Executivo com sua base de apoio e da forma de preencher 10 mil cargos federais.

    O movimento atende também a alguns propósitos: alinhar a base para o enfrentamento eleitoral no horizonte, dar uma satisfação àqueles que apoiam, manter o apoio e acomodar os novatos que parecem estar se achegando.

    Lembrem que, apesar de perder a tal votação da MP das BBBs, o governo teve a seu favor quase 200 votos — acima da média de 130 que andava conseguindo nos embates anteriores, quando foi derrotado no plenário da Câmara.

    Além das demissões, o Haddad avisa que entre 7 e 10 bilhões de reais em emendas ficam bloqueados para não comprometer o orçamento.

    A novidade em tudo o que está acontecendo é a disposição do governo em enfrentar o Legislativo e, no mínimo, equilibrar as forças da relação, supondo — e a meu ver com razão — que tem condições, a partir de agora, com o Brasil deslanchando, a oposição sem candidato a presidente e Lula cada vez mais firme na reeleição, de repactuar a relação.

    Tudo depende do resultado em 2026. Não basta somente reeleger Lula — como tantas e tantas vezes temos conversado — fazer uma bancada maior e ter mais gente disposta a ajudar o Brasil é decisivo.

    Pode ser que estejamos para quebrar a maldição de Ulysses e a profecia de um Legislativo cada vez pior?

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  • Apostas para 2026.

    outubro 14th, 2025

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    Não estava difícil de prever, na verdade estamos tratando do assunto há mais de um ano, e agora, depois de muita relutância, a ficha da probabilidade crescente da reeleição vai se consolidando.

    Outra verdade é que nunca surgiu adversário. Mesmo o chefe dos golpistas, com a caneta da Presidência e das verbas nas mãos — agora inelegível e a caminho da prisão —, perdeu. Nunca foi um adversário para ganhar, no máximo para manter as bancadas e fazer a disputa mais apertada.

    Isso acabou. E, como afirmei em post anterior, estão em busca de um nome para ser lançado com vistas a 2030, e não é mais Tarcísio o preferido.

    Querem virar a página do bolsonarismo.

    Sabemos que, a essa altura do campeonato, quando pesquisas são super-relativas — números recentes mostram que 57% da população não se interessa ainda por eleição agora e 14% só vai fazê-lo na véspera —, o que teoricamente deixaria qualquer previsão sem sentido e todas as possibilidades abertas.

    O que não é assim que funciona.

    Primeiro, porque a inércia favorece quem já está no poder. Segundo, porque tendência é uma coisa séria em eleições: líder com números bons em pesquisas prévias e antecipadas não costumam virar — se nada extraordinário acontecer — e, sobretudo, em presidenciais, onde os 2 nomes mais carimbados disponíveis disputam.

    Os demais fazem figuração, seguram bancadas e fazem planos futuros.

    E dessa vez, tem tudo para se repetir, com Lula disparando na frente e, como eu tenho afirmado, chances de vencer pela primeira vez no primeiro turno.

    Resta à oposição tentar lançar alguém para superar o bolsonarismo no médio prazo, e essa me parece a opção de momento para eles. E nem estão chamando de terceira via, talvez por ser expressão carimbada de derrota, mas retornam ao “outsider” um suposto alguém de fora da política para tudo resolver.

    Vivem mudando, sim, mas por agora vão por aí.

    Por fim o problema do “ já ganhou”, “salto alto”, coisas do gênero que nunca é bom abraçar. O fato é que estamos mais para “ já perdemos”, e a constatação vem do lado de lá.

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  • Terceira via? De novo?

    outubro 13th, 2025

    Podem se preparar: a turma do dinheiro e da mídia oligopolista está em busca de um terceiro nome para disputar a próxima eleição. Sim, novamente essa história.

    O que significa que estão desistindo de Tarcísio, o governador de SP, perdido na necessidade de aguardar o chefe, porque até seus votos e reeleição em SP andam patinando.

    Ainda estão insinuando, como fazem quando querem testar a viabilidade eleitoral de algum nome — sempre entre opositores ideológicos do petismo.

    Repare que a busca não exclui nomes de políticos. A exigência seria de um nome equidistante entre as forças majoritárias — os “extremos”, segundo gostam de afirmar —, onde, supostamente, mora o equilíbrio e a sabedoria.

    E eu sempre tento explicar que extremista é Bolsonaro. Lula e o PT são o centro brasileiro, a nossa social-democracia que a turma do dinheiro finge não reconhecer.

    Porque são mais bolsonaristas do que admitem — só que são bolsonaristas sem Bolsonaro, precisam de alguém capaz de comer com talheres sem deixar cair a comida no chão.

    Eu estou esperando o nome que eles vão inventar. Tenho cá minhas suspeitas entre Ratinho, do Paraná, e Leite, do Rio Grande do Sul. Mas alguma coisa sobre ambos ainda vai acontecer, e podem também estar perdendo o timing. Sim, de fato, ambos não seriam uma grande novidade, mas ensaiam seus discursos nessa direção — com Leite mais empenhado, dizendo nunca ter abraçado nem Lula nem Bolsonaro. Na verdade, quis, mas não foi abraçado pelo fascista. Ratinho joga parado e, de tanto nada fazer, pode estar perdendo o bonde.

    Pode ser também o início de uma caminhada para 2030, jogando a toalha para Lula dessa vez e preparando terreno futuro.

    E, nesse caso, Tarcísio é carta fora do baralho para essa turma — surpreendentemente, só contarem com ele agora e não depois.

    E aí os motivos passam por uma busca de superação do bolsonarismo e sua herança.

    Não existe nenhum mérito nessa ideia — ela sempre existiu. Manter as aparências sempre foi um propósito permanente, e Bolsonaro e sua turma não passam nesse exame de aparências: são toscos, mal-acabados e ignorantes demais.

    Quem vem lá?

    Não demora e saberemos.

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