
Nesse dia 14 de novembro podem coincidir alguns eventos que iniciaram para uma determinada direção e acabaram por chegar a lugar oposto do inicial.
Naturalmente, supondo verdadeiros os motivos alegados para as primeiras decisões.
Estamos falando das tarifas impostas pelos EUA sobre os produtos que o Brasil exporta para lá, as mais altas do mundo até então — excluídas as idas e vindas com os chineses.
O motivo alegado foi uma perseguição judicial contra Bolsonaro e que deveria acabar. Na sequência, ministros do STF foram enquadrados em leis antiterroristas adaptadas para perseguição política e ideológica mundo afora, excluindo pessoas do sistema financeiro mundial. O que, aliás, suscitou intenso debate por aqui sobre de que forma isso seria aplicado aos ministros na relação com bancos brasileiros — e o assunto sumiu da pauta.
Quanto ao dia de hoje, temos então três eventos interligados: o fim do prazo dos recursos do Bolsonaro no STF, que pode anunciar o trânsito em julgado da sua ação; o início do julgamento do Eduardo Bolsonaro no STF, por tentar interferir no curso da ação penal do seu pai; e o anúncio dos EUA de aumento da lista inicial de produtos sancionados pelas tarifas, provavelmente frutas, café e talvez carnes.
Há quem diga que podemos ter surpresas além disso, mas acho improvável.
A lógica dos anúncios sobre tarifas por lá está ligada a declarações de vitória; no caso brasileiro ficou difícil em virtude da condenação de Bolsonaro e do início do julgamento do filho, que está lá nos EUA conspirando e é um dos promotores das tarifas. Então a justificativa deverá ser por acordos em terras raras e combate à inflação, com menor ênfase na inflação e mais nas terras raras.
Uma vitória total e fim das tarifas e das sanções aos ministros do STF não devem ser esperados.
Mas é uma vitória da diplomacia brasileira, que corre contra o tempo e o início de uma provável escaramuça dos EUA na Venezuela — não penso em guerra, mas ataques, e daí em diante veremos o que veremos.
O Brasil se manteve distante do conflito e de Maduro. Lula esteve neste último fim de semana na Colômbia, na reunião da Celac, alertando para a necessária paz na América Latina, e daqui em diante ninguém sabe o que pode acontecer.
Essa sexta-feira merece atenção.
Semana que vem voltamos à Lei das Facções — ou não. O mais provável são outros adiamentos e o governo mais forte para impor seu ponto de vista.
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