
Vou voltar a esse assunto uma vez, e espero retornar apenas depois de alguma definição oficial da candidatura da direita para o pleito de 2026.
O quadro permanece inalterado, ficamos dando voltas sobre o mesmo tema sem avançar, porque a definição está dada: Bolsonaro escolhe um filho — sobrou o Flávio — e faz uma escolha dura, sacrificial, porque sabe que vai perder. As chances de anistia sem o comando do Executivo são ínfimas, para não dizer inexistentes. Mas, ao escolher o filho, preserva o capital, mesmo que reduzido, mas importante, dos votos da extrema direita, que segue sob o comando de mais um Bolsonaro por mais um tempo imprevisível.
Pessoalmente, não vejo em Flávio capacidade de conduzir extremistas como o pai; ele, apesar de tudo, não tem o mesmo perfil tresloucado. Quando o faz, apenas repete os excessos que aprendeu, sem acrescentar nada de novo.
A originalidade do pai está perdida para a direita, e eles sabem disso.
Lançar um nome mais ao centro, supostamente Tarcísio, poderia criar maiores dificuldades eleitorais para o governo em 2026, mas, mesmo assim, as chances de reeleição permanecendo maiores colocam o prêmio não na eleição em si, mas no pós-eleitoral, com o ungido, mesmo derrotado, alçado a líder da direita na sequência.
Os Bolsonaros também sabem disso e não abrem mão, sendo essa, na verdade, a razão das disputas internas entre eles e da indefinição — na verdade falsa — porque os Bolsonaros estão decididos a empurrar a decisão com a barriga e afastar a concorrência, que precisa de tempo para consolidar nacionalmente um nome.
Ao negar tempo para uma campanha nacional efetiva, porque o sobrenome Bolsonaro dispensa esse imperativo por ser nacionalmente reconhecido, o que a família faz é avisar que eles vêm, não importa o que aconteça.
Não decidir é uma forma de fazê-lo, e a imprensa toda reage contra tentando afogar o bolsonarismo para que o outro possa surgir, sem sucesso.
Os filhos choram, oram e não largam o osso; a vitimização é a exigência do momento, usando o emocional fragilizado dos apoiadores como sustento nessa hora crítica, porque decisiva.
Jamais uma mulher virá como representante da extrema direita; Michele segue no papel da esposa e tentando manter o cabresto evangélico, para um dos pilares do fascismo não dispersar.
Alguma coisa vai se perdendo pelo caminho; até 2026 muita coisa pode acontecer. A imagem da prisão definitiva e a necessidade de mostrar-se frágil e doente, para obter benefícios futuros como uma prisão domiciliar, é o que resta para o chefe entregar a coroa.
Eles sabem que vão perder em 2026 e disputam o próprio legado; apostam nas bancadas para manter a força e a influência e o futuro a Deus pertence.
Num certo sentido, todos os olhares estão voltados para 2030, quando, sem Lula, a verdade é que tudo pode acontecer.
Até lá, é aproveitar o melhor governo da nossa história.
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