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Blog do Franco

  • Silêncios.

    dezembro 7th, 2025

    A escolha de Flávio como o candidato do bolsonarismo não suscitou fogos e artifícios, senão silêncios.

    O que nos provoca reflexões.

    O maior silêncio é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-preferência do poder financeiro, da imprensa corporativa e do centrão. Mas como todos dependiam dos votos do miliciano preso, estavam esperando a decisão enquanto tentavam criar um ambiente de fato consumado para cercar a familícia e deixá-los sem opção.

    Observe como a falsa iniciativa de anistia entra nesse quadro de fingimentos. Um centrão que aprova tudo quando quer era incapaz de aprovar sequer a redução das penas, claramente a moeda de troca nessa relação.

    Nem Bolsonaro indicava o sucessor, nem o centrão entregava a redução das penas.

    Ficamos nessa praticamente o ano inteiro, certamente na dependência da prisão do capo fascista — e mesmo aí tudo já era encenação, porque o ex-mito tinha sobre si a inelegibilidade.

    Tarcísio seguiu firme no roteiro aguardando o seu dia, talvez até negociando a vice com Micheli. Nunca acreditei nela como candidata, mas de vice pode ser que aceitasse. Embora nunca tenha visto Tarcísio e Micheli juntos para essa chapa futura, parecia que corriam disputando entre si, enquanto os filhos corriam por fora.

    E tudo mostrou-se ilusão, porque o chefe fez o gesto esperado para preservar seus interesses e explodiu tudo o mais à sua volta.

    O silêncio de Tarcísio, Kassab, a reação praticamente de desistência do União Brasil, dos Republicanos reclamando de nada saberem antecipadamente, do pastor chamando a direita de incapaz, outros nomes em silêncio ou apontando outras prioridades, voltando a falar de anistia e coisas para tentar desfazer o anúncio definitivo.

    Esqueçam, não tem volta.

    E Eduardo avisou ontem mesmo que não sabiam com quem estavam lidando.

    Sabiam sim, mas estavam naquela negação que costuma sair caro.

    E saiu.

    A perplexidade de acordos jogados na lata do lixo — imaginem. O que Tarcísio faz, sumido, é tentar reconstruir a confiança que derreteu, como a bolsa de valores, certos da derrota no próximo ano contra o inimigo de classe.

    Não estão em silêncio porque não concordam; não têm como discordar. Lambem as feridas da humilhação, da falta de consideração, dos planos arruinados.

    E não duvido que faziam tudo com orientação do chefe do clã, para seduzir os gananciosos dos votos alheios.

    Devem cair na real, porque sumir assim vai deixar o clã desconfortável, e quem arrisca ficar no alento são esses que agora calam.

    Porque os Bolsonaros mostraram que não estão nem aí para nada além do interesse de preservar o legado na família.

    “Não gostaram? Que venham.” Pensam e agem abertamente.

    E nunca agiram de forma diferente.

    Acho que vão quebrar a cara, perder eleição, diminuir a influência, sem desaparecer contudo.

    Tarcísio, dependendo do que fizer daqui em diante, poderia tentar depois — o que ele e todos já veem impossível no momento.

    Por isso o desespero.

    Acabou para a direita a hipótese de compor com o bolsonarismo sem Bolsonaro. É engolir o pacote completo ou tentar a sorte.

    O que, ao menos até onde a vista alcança, eles não têm a menor chance de fazer.

    Queriam descartar a familícia e foram descartados.

    A ver o que sobra.

    Porque o que se fechou não foi a porta de 2026 para um candidato do centrão, uma candidatura de Tarcísio. Fechou-se a porta para o futuro dessa gente toda, porque Flávio vem agora e vem depois e depois, até isso se resolver, se dissipar — ou não.

    Ocorreu uma disputa de poder dentro da facção e os Bolsonaros ganharam.

    Quem quiser engolir, que engula.

    Os sonhos acabaram para Tarcísio e afins, e o silêncio é o que resta para reflexão.

    Refazer contas, beijar a mão, desistir dos sonhos e planos futuros.

    Eis a questão.

    PS.: E neste domingo Tarcísio acabou de romper o silêncio sem tocar no assunto Flávio.

    Foi rezar.

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  • O anúncio que derrubou a bolsa e disparou o dólar.

    dezembro 6th, 2025

    Como temos explicado, ontem confirmou-se a escolha do filho Flávio para a disputa presidencial do próximo ano. A notícia começou a correr logo após o almoço, com uma nota do Metrópoles, e foi se espalhando até que Flávio publicasse a confirmação em suas contas.

    A surpresa do anúncio não foi o nome em si, previsto por nós, mas a antecipação. Parecia que Bolsonaro iria usar a estratégia do Lula de escrever o nome no TSE para a disputa presidencial, esperar a negativa e só depois anunciar o sucessor. E assim se manteria em evidência. Por algum motivo, antecipou — e aí moram algumas dúvidas. Pode ter sido a movimentação da esposa, Michelle, atrapalhando acordos nos estados, como fez no Ceará com Ciro e como ameaçava Eduardo Paes no Rio, na sequência. Pode ser porque Tarcísio tentava intensificar sua presença, e uma chapa dele com Michelle de vice começou a circular. Ou pode ter sido o cálculo de que os fatos estão colocados e, quanto mais cedo surgir um nome da oposição — até agora não tinham esse nome —, melhor para o início da campanha.

    Pode ter sido uma soma dos fatos, mas isso por parte de quem queria a vaga. Na familícia nunca foi assunto e, com o provável impedimento legal de Eduardo, sobrou Flávio para o sacrifício, como eles mesmos falam sobre a candidatura.

    Sim, sacrifício, porque vai para perder, como expliquei várias vezes anteriormente. Vai pelo legado, pela herança, para que não caia em outras mãos. E depois, derrotado, vê-se como fica.

    E aí está a questão central dos fatos desta sexta-feira. Com a queda impressionante da bolsa de valores e disparada do câmbio/dólar: o anúncio da candidatura de Flávio.

    Mas não exatamente por causa dele, e sim por causa do Lula.

    É curiosa a incapacidade de perceber os fatos.

    Durante esta última semana, a bolsa disparou e o dólar foi caindo, caindo — e esse movimento começou após a pesquisa que mostrava empate técnico entre Lula e Tarcísio no segundo turno.

    O anúncio de hoje vem acompanhado da certeza de que Flávio não é páreo para Lula e, nesse caso, a frustração da bolsa precificou o que a vitória de Lula significa para a Faria Lima em 2026, em números auditáveis…

    Claro que teremos todo o ano de 2026 para repor o estrago; é evidente que a taxa Selic segue atraindo investimentos e dólares para manter o câmbio comportado daqui a alguns dias.

    Mas o desapontamento foi o gatilho para a realização dos lucros e para observar o cenário com Lula reeleito.

    Flávio, por enquanto, dividiu a direita, que está perplexa com a decisão. Esperavam enterrar Bolsonaro vivo e ainda levar seus votos, mas ele não entrou no jogo e mostrou as cartas.

    O momento é de “barata voa” na direita, e cada um deve cuidar de sua vida daqui até a eleição — e Flávio que se vire.

    Sozinho, bem entendido.

    A propósito: até a hora em que escrevo, não vi nenhuma manifestação de Tarcísio.

    Que, a meu ver, passa até a correr riscos na sua reeleição se seguir passando esse recibo de insatisfação ao eleitorado bolsonarista que o elegeu da primeira vez.

    E isso vale para todo o centrão e os queixosos com o lançamento de Flávio: onde estão seus candidatos para a disputa presidencial do próximo ano? Onde estão seus votos para ganhar do Lula?

    Pois é, não têm.

    Ontem foi o mercado chorando as pitangas com a vitória do Lula. Não se engane: o problema para eles é Lula continuar fazendo o Brasil crescer com distribuição de renda e investimentos.

    Aliás, Lula ontem mandou um recado para o agronegócio que derrubou as leis ambientais no Congresso recentemente: quando a China e a Europa pararem de comprar sua soja, por devastação e uso de agrotóxicos, vocês vão me procurar novamente.

    É isso que dói nessa gente: a verdade.

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  • Apostas na mesa: vem aí a queda dos juros.

    dezembro 5th, 2025

    80% dos operadores no mercado brasileiro apostam na redução dos juros SELIC em 0,25% a partir de janeiro próximo, com nosso BC iniciando a esperada curva de queda até atingir algo próximo a 12% no fim de 2026.

    Com a reunião no Fed, nos EUA, no início da próxima semana, e a expectativa de mais um corte de 0,25% nas taxas de juros por lá, a segunda seguida, e com índices recentes de atividade econômica praticamente parada por aqui, é bem provável que, de fato, a redução ocorra, a ver quando.

    Mas tem um senão.

    Mês de dezembro, quando normalmente a pressão cambial aumenta demais por posições de fechamento contábil e envio dos lucros para as matrizes das empresas estrangeiras, somado aos movimentos antecipados de proteção por conta da discussão e depois da aprovação da cobrança de impostos sobre dividendos a partir de 2026, com reflexos atenuados quando decidiram parcelar até 2028 o pagamento. Não fosse isso, a corrida contra o real nesse fim de ano seria perigosa e poderia colocar o câmbio mais uma vez em posição altista, comprometendo todo o esforço do ano para conter o dólar e segurar a inflação.

    O que foi feito com sucesso, com a inflação de alimentos em 2025 próxima de 1,3% anual!

    Fora a inflação total, que está mais próxima de 4% no ano, quando ninguém esperava.

    Seria o caso de o BC dar uma encerrada no ano anunciando alívio para o próximo, na reunião da próxima semana, mas não devem fazê-lo, seguindo na estratégia de apontar dificuldades e desafios, esperando esse dezembro perigoso passar, para aí sim, provavelmente, começar a nova trajetória dos juros, com quedas de 0,25% graduais, ao estilo Galípolo.

    Devagar e sempre, porque o pior, por enquanto, passou.

    Tem algumas questões referentes a expectativas eleitorais nessa queda do dólar e na subida da bolsa que vou analisar mais para a frente, porque quando o mercado recebe pesquisas com a disputa acirrada, se anima, e na direção de vitória de Lula ele desanima. Mas, além desse movimento óbvio de preferências, alguma coisa a mais começa a se mover na direção de acomodação quanto à reeleição do atual presidente, com parte do mercado se conformando e aproveitando a onda ao invés de apostar contra.

    Ainda está no início esse movimento, e vamos esperar as quedas da Selic para observar sobretudo o câmbio e depois tirar conclusões.

    E, pessoalmente, vejo a queda nas taxas a partir de março. O alvo são 3% e não 4%.

    Mas fica o sinal.


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  • Gilmar troca chumbo com o Senado.

    dezembro 4th, 2025

    Vocês devem conhecer bem essa história de colocar o bode na sala: é aquele recurso de criar uma situação impossível (colocando um bode na sala de uma casa) e depois retomar a condição anterior (retirando o bode da sala), mas obtendo ganhos.

    Porque, ao criar a condição intolerável, provoca reações que cessam ao recuar, tornando algum incômodo, queixa ou disputa anterior menor ou esquecida.

    Me pareceu essa a intenção do ministro Gilmar Mendes ao decidir ontem criar barreiras para pedidos de impeachment de ministros do STF, quando antes qualquer cidadão poderia fazê-lo, passando agora para exclusividade da PGR. Mais: na hipótese de pedido feito, somente com 2/3 do Senado a favor daria sequência ao processo, quando a lei atual fala em maioria simples.

    Na sua decisão, gastou 71 páginas para praticamente argumentar “não vem que não tem” aos interessados em impichar ministros do STF, o que provocou um bafafá dos maiores entre senadores, que prometem raios e trovões.

    E votar algumas medidas, entre elas o Marco Temporal — que o STF já decidiu a favor, mas que Gilmar anda querendo alterar — e o fim de decisões monocráticas na Corte Suprema em temas que envolvem outros poderes.

    Sobre limitar decisões monocráticas: é tema que defendemos aqui e que até estava esquecido, porque nem polêmica há mais sobre a questão, que passou da hora de ser aprovada no Senado.

    Quem reagiu de pronto, porque foi consultado oficialmente pelo ministro Gilmar, foi a AGU do Messias. E respondeu ontem mesmo, pedindo anulação das limitações quanto à autoria de pedidos de impeachment mas, e aqui me pareceu o objetivo de toda essa nova confusão, adimite o quórum de 2/3 dos senadores para abertura do processo.

    O que me pareceu a intenção do Gilmar desde o início.

    Um bode, digamos, atualizado, porque acaba por provocar alguma mudança, sim.

    E, no caso, relevante, porque protege os ministros do STF de pequenas maiorias eventuais no Senado, um dos principais objetivos dos bolsonaristas para as próximas eleições.

    Teremos choros e ranger de dentes nos próximos dias e veremos se Gilmar consegue emplacar a mudança.

    Eu acho que sim.

    Ah, e a presença de Messias nessa história ainda pode trazer dividendos para sua aprovação entre senadores. Foi rápido no gatilho e buscou solução intermediária, tão ao gosto da política.

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  • Os dias seguintes.

    dezembro 3rd, 2025

    Um aspecto importante a ser lembrado nesse imbróglio do Senado com a indicação do Messias para o STF é que temos sempre a tendência de fulanizar, no caso Alcolumbre x Lula. Quando essa disputa pessoal não se sustenta nos fatos.

    A decisão de Alcolumbre de agendar em cima da hora, sem deixar tempo para Messias se articular na beija-mão com os senadores, para depois recuar sem definir data, não se sustenta nas queixas públicas.

    Então, onde está o problema?

    Talvez na nova tendência do presidente Lula na escolha de nomes para o STF, lembrando que, na hipótese de vencer em 2026, terá mais duas indicações por direito: Fux em 2028 e Cármen em 2029, além de Gilmar em dezembro de 2030, mas aí não vejo tempo para fazê-lo.

    Parece que a decisiva característica para indicar, além da trajetória ilibada e do conhecimento jurídico notório, será a altíssima confiabilidade pessoal do presidente Lula, fazendo do STF — e, na sequência das últimas indicações, Zanin, Dino e Messias — um trio respeitável de personalidades ligadíssimas ao direito, sérias e, aqui a questão, leais.

    Considerando Messias aprovado e mais duas no forno a partir de 2026, o presidente Lula deixa um legado perene nos rumos futuros do STF.

    E com maioria.

    Eis a questão.

    A reação de Alcolumbre é o espanto dos Senadores com os rumos do STF.

    Mais uma razão para votarmos com extrema atenção em 2026 em senadores progressistas e evitar problemas futuros nas indicações para o STF.

    E lembrando que a dificuldade não é exclusiva de Lula, como acontece agora com Messias. O terrivelmente evangélico Mendonça demorou 4 meses entre a indicação e aprovação.

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  • Avenidas abertas, mas ninguém da direita passa.

    dezembro 2nd, 2025

    Toda essa confusão entre Michele e os filhos do Bolsonaro, que nunca foram novidade mas entornaram para o ambiente público e sem a contenção do pai e marido na prisão, e apesar de servir para o interesse da mídia PIG no sentido de se livrarem do bolsonarismo para uso eleitoral com Tarcísio, mostra a desorientação geral da extrema direita.

    Vivem o dilema da previsível derrota eleitoral e suas consequências.

    Vejamos. A única coisa que interessa ao patriarca preso é sair da cadeia; a essa altura somente um perdão presidencial alcançaria o feito, e mesmo assim abrindo uma crise sem precedentes com o STF, porque não existe previsão legal de perdão para o tipo de crime praticado por Bolsonaro e sua gangue de golpistas.

    Mas é o que eles pretendem, se ganharem a eleição.

    Como a eleição está perdida, na minha opinião — e parece que na opinião deles também — não faz sentido apoiarem Tarcísio para perder, porque perdem a eleição mas também, e estou pensando aqui na perspectiva da familícia, perdem o comando da extrema direita para o governador paulista.

    Por isso Flávio agora, e Eduardo antes dele, falam em sacrifício: disputar uma eleição presidencial para perder, mas com o objetivo claro de manter a liderança do movimento que julgam exclusividade bolsonarista.

    Cada dia que passa, a disputa interna da extrema direita — e da direita sem votos — gira mais em torno de fazer bancadas e apropriar-se da herança bolsonarista visando embates futuros. E para Tarcísio o pensamento é o mesmo dos filhos do ex-presidente: vai para a disputa presidencial para perder porque garante seu espaço na liderança do movimento em disputa. Por isso insiste na vaga, mas somente se não tiver que enfrentar os Bolsonaros, de quem depende a indicação para fazer valer seu interesse futuro.

    A aparição de Michele se dá no contexto da vice-presidência, com ela garantindo o sobrenome Bolsonaro nas urnas, junto a Tarcísio, e pleiteando para si o movimento extremista.

    E os filhos não vão aceitar de jeito nenhum, como estão fazendo há tempos e vão continuar a fazer.

    Sem garantia de vitória de um nome da direita, eles não topam perder a hegemonia — que não trocariam de mãos em caso de vitória e perdão do pai presidiário.

    Tudo improvável e incerto. Não vão arriscar a herança e vão dividir a direita e a extrema direita, custe o que custar.

    Me parece esse o cenário, e não acho que muda, com a liderança de Lula nas pesquisas a cada dia mais próximo da eleição.

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  • Com quantas derrotas se constrói uma vitória?

    dezembro 1st, 2025

    Primeiro, é importante ressaltar a decisão imutável da imprensa oligopolista, familiar e golpista, de nunca atribuir sucesso a qualquer iniciativa do PT e do Lula, mas atribuir qualquer disputa, percalço ou mesmo um dissabor à sua aniquilação, sem chance de salvação.

    Dito isso, lá vamos nós, mais uma vez, discutir a atual relação do Congresso Nacional com o governo.

    Começou com a explosão do Hugo Motta, dizendo estar rompido com o líder do governo na Câmara, Lindbergh, e no dia seguinte com o líder do PL, Sóstenes. Na verdade, ele mesmo quem ficou isolado nessa história. Mas deixou escapar uma informação ou uma percepção de que Lindbergh e Sóstenes combinam até a hora de brigar entre si, uma declaração que merece atenção. Outra coisa é que Lindbergh deixa a posição de líder na volta do recesso parlamentar em fevereiro, e então o rompimento tem data de validade.

    Outro que andou soltando fogo pelas ventas foi o presidente do Senado, Alcolumbre, supostamente indignado com a indicação do Advogado-Geral da União, o famoso Messias, para a vaga do Barroso no STF. Ele segue esticando a corda, mas, a meu ver, sem base para ir mais longe nos seus ataques, que certamente têm razões desconhecidas.

    Quanto às desavenças no Senado, eu vejo mais facilidade de rearranjo rápido; na Câmara, a coisa foi mais para o lado pessoal, e como Lindbergh sai em algumas semanas, ficou conveniente manter a fama de mal por mais alguns dias, e Motta não deve recuar por enquanto.

    Enquanto isso, a imprensa vê na derrubada dos vetos no PL da devastação derrota do governo e não de todos nós; analisa as atuais desavenças entre o Congresso e o governo como fatos irreconciliáveis; vê na votação do PL do combate ao crime uma simulação da força invencível do Centrão.

    Pense no campeonato nacional de futebol , porque podemos analisar o campeão como aquele time que vence mais, mas certamente ele deve ser quem perde menos. Ou seja, ganha o campeonato, mas perde alguns jogos pelo caminho.

    Como o governo Lula.

    E atenção redobrada com a fábrica de escândalos e exageros, além das mentiras deslavadas, chamada de imprensa PIG. Fim de ano e escassez de notícias pioram anda mais a necessidade de acelerar a produção.

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  • O maior dos feitos possíveis para um governo.

    novembro 28th, 2025

    “Estudo do Ipea mostra que o Brasil alcançou, em 2024, os melhores resultados de renda, desigualdade e pobreza de toda a série histórica de pesquisas domiciliares, iniciada em 1995. Ao longo desse período, a renda familiar per capita aumentou cerca de 70%, enquanto o coeficiente de Gini caiu quase 18% e a taxa de extrema pobreza recuou de 25% para menos de 5%. O estudo informa que o maior impulso para a redução da desigualdade e da pobreza se deu entre 2003 e 2015, pela combinação de políticas públicas de renda com geração de empregos e aumento dos salários, nos primeiros governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, alcançando o melhor resultado no ano passado.”

    O que não passa desapercebido para a população, aos poucos refazendo a trajetória de popularidade nos níveis do ano passado e na sequência importante para chegar em ótimas condições para a disputa de 2026.

    As disputas com o Congresso, seus dois presidentes mostrando insatisfação com a relação com o governo, visam encontrar espaços na disputa eleitoral. Se essa é a bússola de maior relevância nos rumos da classe na véspera dos pleitos, não se faz nada sem a sua principal referência daqui em diante.

    Que mudam como as nuvens, como sabemos… mas sempre na direção dos ventos dominantes, faço a ressalva.

    Mas o post foi para destacar o momento da economia, quando a oposição, para buscar sobrevivência, ignora o assunto e parte para pautas de segurança e agora sonegação.

    E já vimos esse filme antes, nos governos anteriores do presidente Lula, e há quem continue afirmando a sorte como sua maior aliada.

    Paciência.

    Porque até a herança de FHC eu tive que ler esses dias, porque segundo a pessoa a questão fiscal vai assombrar o próximo presidente a partir de 2026.

    Se você reparar vai ver que cada vez mais a crise fiscal vai se distanciando: seria em 2025, depois adiada para 2026 e agora falam em 2030. Nesse ritmo, até o fim do século temos encontro marcado com a crise fiscal.

    E afinal, para que serve um governo, senão para cuidar de seu povo?

    Releia o primeiro parágrafo.

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  • Direita tenta romper a polarização.

    novembro 27th, 2025

    O presidente da Câmara começou a tomar medidas estranhas de uns tempos para cá, afrontando abertamente os projetos do governo, culminando com a escolha do secretário de SP do governador Tarcísio, o ex-comandante do Bope, Derrite, para relatar o projeto das facções, enviado como uma tentativa do governo de fazer presença na pauta de segurança.

    Que é a pauta escolhida pela direita como um todo para a disputa eleitoral do próximo ano.

    Estava clara a tentativa de disputar a pauta com o governo, mas, ao incluir Derrite para se apresentar em nome de Tarcísio, sem prestigiar os inúmeros candidatos a protagonistas disponíveis para a questão da segurança, Motta mostrou o jogo da centro-direita: tentar romper a polarização que favorece eleitoralmente PT e PL.

    Alcolumbre parece ter entrado no jogo, inventando discórdia sobre indicação de ministro do STF, atribuição exclusiva do Executivo e garantia de estabilidade política nesse Brasil.

    E para hoje prometem derrubar os vetos do governo no PL da Devastação, adiados por causa da COP30 — porque ficava mal perante o mundo destruir a proteção das matas e nascentes na véspera do encontro mundial sobre o tema.

    E aqui estão cumprindo acordos com setores do agronegócio e setores da mineração , financiadores de campanhas eleitorais. Sem falar na composição do Congresso, apinhado de ruralistas.

    Não tem o que lamentar: enquanto uns cuidam das pessoas, outros cuidam dos negócios, passando por cima de tudo. Cabe a nós manter, com as escolhas, esse jogo equilibrado. Atualmente não está — e se não fosse o Lula teriam desandado de vez.

    Todo esse movimento, inclusive as desavenças, faz parte do jogo eleitoral, porque o centrão sonha com candidato próprio, sem um Bolsonaro. E precisam construir esse caminho porque, sem os votos do mito, não chegam longe. Para isso contam com a imprensa e a farsa da terceira via, que buscam desde 2018 (ou após o fim do PSDB querido) sem sucesso.

    Me parece que vão fracassar novamente porque esse nome não existe. De Tarcísio a Ratinho, não conseguem sem a unção do presidiário golpista.

    Mas esperneiam, até caírem na real. Coisa, por exemplo, que Arthur Lira acabou de fazer, ontem, apoiando a reeleição de Lula na cerimônia da assinatura da isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil. Lira precisa ganhar espaço para tentar o Senado, e sem Lula ele não consegue.

    O que tenho dito sobre todos da Bahia para cima — e estou quase incluindo MG nessa lista. Sem falar no Rio Grande do Sul, onde teremos mais uma disputa acirrada e podemos colher agradáveis notícias.

    Então sobra pouco espaço para o centrão, espremido entre PT e PL, para reeleger bancadas sem o apoio de um dos dois.

    Esse é o drama sem solução, e caminhamos para a polarização mais uma vez.

    Apesar do esforço da mídia e do centrão.

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  • “Eles combinam até o dia de brigar!“

    novembro 26th, 2025

    O presidente da Câmara, Hugo Motta, informou que rompeu relações com o líder do PT na Casa em um dia e, no outro, com o líder do PL.

    Respectivamente, Lindbergh e Sóstenes.

    E começou a correr aquele boato de que iriam aproveitar a briga de Motta com Lindbergh, que foi noticiada há alguns dias, para retomar a discussão da anistia aos presos da tentativa de golpe de Estado.

    E parece que, com esse de hoje, em que o rompimento foi amplo, geral e irrestrito, a coisa morre antes de recomeçar.

    Ainda bem.

    Os motivos dos rompimentos estão nas discussões de líderes anteriores às votações de plenário, em torno da lei de facções. Ela teve várias versões antes da aprovação e agora terá outras mais no Senado.

    Mas parece que ficaram feridas abertas nos bastidores que não foram superadas, provocando os rompimentos públicos.

    Ou algum outra razão desconhecida.

    O curioso nessa história foi um comentário de Motta, sugerindo o interesse dos líderes dos maiores partidos antagônicos nas brigas. Sim, tanto Lindbergh quanto Sóstenes brigam praticamente em todas as votações, atacam as decisões, mas mantêm amizade entre si. Sim, são amigos notórios no Parlamento, amizade que vem de antes, nas caminhadas políticas no Rio de Janeiro.

    Motta sugere que eles “combinam até o dia de brigar” para depois irem para a imprensa falada, escrita e televisada. Sugere uma manobra para se manterem em evidência, às custas da popularidade da Câmara e de seu presidente, atacados sistematicamente pela dupla.

    Para além do pitoresco, há aí um fundo importante na convivência entre esses dois personagens: são operadores da polarização, que não a conduzem, mas são conduzidos por ela.

    Ou seja, a realidade impõe o comportamento de todos. Sobrevivem — e ano que vem tem eleição — enquanto conseguem surfar nas ondas da opinião pública, da vontade popular e das reações dos eleitores. Para depois, como artistas de uma grande peça teatral, seguirem o roteiro previamente escrito.

    Não é impressionante?

    Ou apenas a realidade.

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