
No que depender de nós, ter paz com todos.
Uma das maiores críticas dirigidas à administração agressiva de Trump é que não conseguiu finalizar acordos comerciais. Apesar da estratégia alucinada e de seguidos anúncios de sucessos, a verdade é que está ficando com a fama de correr na última hora e não implementar as decisões anunciadas. Ou, se preferir, cumprir as ameaças.
O prazo de 1º de agosto não seria o primeiro. A rigor, praticamente nos últimos meses, todos os meses desde a posse, não tem feito outra coisa senão ameaçar. Tanto seus cidadãos — os que discordam e são em
números crescentes — quanto os demais, em todas as partes do mundo.
O Brasil entra na lista onde estão todos e, embora por motivos aparentemente distintos, falsos e equivocados, ofensivos, não vejo diferença no objetivo final: impor interesses à força e prevalecer, talvez reviver, o comércio internacional francamente favorável — custe o que custar. Muitas, senão todas, as guerras são travadas por esse motivo. Não há nenhuma outra denominação para a atual, além de ser mais uma guerra do tipo comercial. E as promessas da OTAN de gastar 5% do PIB de cada um de seus membros em armas é a base material da retomada da indústria norte-americana, conhecida pelo complexo industrial-militar. Se existe semelhança com alguém, me permitam: foi assim que Hitler tornou a destruída Alemanha do final da Primeira Guerra em uma pujante Alemanha industrial, poderosa. E rápido — e com as consequências conhecidas. E não faltam perseguições internas para mobilizar os furiosos, os inimigos externos para manter o fôlego preso, as razões de promessas do MAGA. Não falta nem a saudação do braço direito ao alto, como cada dia um aqui e outro ali se orgulha em exibir.
Para nós, o que importa é atravessar até o dia 1º de agosto esgotando todos os canais de diálogo, até agora absolutamente obstruídos. A pressão por acordos parte de todos os atingidos, dentro e fora dos EUA, e anúncios de acertos ainda não confirmados pululam na imprensa diariamente. Além disso, todos preparam retaliações e reciprocidade de tarifas — o mínimo a se fazer nesses casos. E tudo, lembremos, uma vez efetivado, quem paga é o consumidor norte-americano, que vê inflação e depressão econômica batendo à porta.
Chegando o dia 1º de agosto e confirmadas as sanções, as oportunidades de negociação em bloco deverão surgir, evitando a estratégia de Trump de isolar cada um para negociar separadamente.
Até lá, seguir nas tratativas e buscar alternativas. Nossa economia é diversa e relativamente fechada, dá pra superar a afronta com determinação. A questão política envolvida não se resolve, porque aí não tem negociação e deve seguir escalando até a eleição de 2026. Mas os desafios internos de Trump são crescentes, sua popularidade cai rapidamente e eles também têm eleição de renovação do Congresso em 2026, com a perspectiva de perder a maioria mínima que possuem. Além de escândalos terríveis em que seu nome está envolvido e que podem trazer uma derrocada infame e definida.
São essas as possibilidades, e não sabemos onde vamos, por enquanto.
Nossa sorte, repito, é termos nosso timoneiro afiado e lúcido, nos conduzindo.
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