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Blog do Franco

  • Ninguém esperava por essa.

    setembro 24th, 2025

    Interrompendo sua sequência de absurdos — pessoais, climáticos, estatísticos, etc. — durante sua fala na reunião geral da ONU, no plenário lotado, Trump falou de seu rápido encontro com Lula nos bastidores, momentos antes, e informou sobre a reunião entre eles que deve ocorrer na próxima semana.

    Considerando a fala de Lula antes de Trump — de teor, digamos, rigoroso e exigente sobre vários aspectos da maior importância, todos contrários aos dizeres dos EUA — o encontro, narrado como amistoso entre os líderes, foi totalmente inesperado.

    Na chegada de Lula a Nova Iorque, as sanções contra o ministro Moraes foram estendidas para a esposa, no que parecia ser uma provocação dos EUA com a presença do brasileiro.

    Em uma sequência da fala de Trump, a porta-voz do Departamento de Estado confirmou o encontro pessoal amistoso, a relevância do reconhecimento mútuo da urgência de conversas e o otimismo que tanto brasileiros quanto norte-americanos não escondem com aceno recíproco.

    Nem precisa dizer que, tendo em vista a expectativa de mais sanções, o mercado no Brasil, que já vinha subindo, explodiu, batendo todos os recordes, e o dólar, que já vinha em queda, despencou.

    A cotação do café caiu 4% imediatamente, com apostas no fim das sanções.

    É evidente que tudo pode acontecer, mas sem dúvida nenhuma o melhor para todos é sempre diálogo, respeito e acordos que permitam estabilidade e previsibilidade.

    Cada um faça sua aposta sobre os assuntos a serem negociados. Segundo o ministro Haddad, o ideal seria retomar antigos tratados negociados e interrompidos, exatamente sobre minerais raros e biocombustíveis. Provável que as big techs tentem entrar nesse possível diálogo e, para o Brasil, nada de exceções ou novas listas: interessa o fim das tarifas e nenhum papo sobre ações na Justiça.

    Com Trump é difícil, mas alguma coisa aconteceu.

    Que se confirme a oportunidade e viremos essa estranha página. Até lá, muita cautela e caldo de galinha, porque não fazem nenhum mal e costumam ajudar.

    Ao menos, pode anular a estratégia do bolsonarismo de manter acesso exclusivo à Casa Branca.

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  • A Praça é do Povo.

    setembro 22nd, 2025

    Todos concordam que foi a maior presença de público da esquerda dos últimos anos.

    No que deu pra ver, foi amplo, geral e restrito, no sentido da presença da militância que andava adormecida.

    O que não é pouca coisa: essa mesma militância ganha todas as eleições desde 2004, com uma única e trágica exceção em 2018.

    As pautas não foram somente a moralista, que justifica a indignação, mas é pouco para o histórico da consciência dessa militância. Se, por um lado, a indignação acendeu as ruas, não se limitou a elas, porque vimos as bandeiras do fim da jornada 6×1 e apoio à isenção de imposto de renda até os 5 mil mensais.

    É muito importante não perder de vista as pautas. A indignação moralista pode sempre descambar para 2013, que acabou em golpe parlamentar e Bolsonaro.

    Não perca isso de vista.

    Foi tudo ótimo, mas me parece não ameaçar a convicção do centrão e muito menos dos extremistas; esses se movem nas suas próprias bolhas.

    Mas acendeu uma luz de alerta geral, porque a coisa pode escalar, a depender da disposição de ser enfrentada.

    E como a eleição está por quase um ano, foi uma excelente e inesperada abertura para o crescimento das bancadas progressistas.

    E o contraste da bandeira nacional na Paulista com a recente exposição da outra no mesmo lugar, no último 7 de setembro, marca de forma indelével o discurso para 2026.

    O que também, nem de longe, é pouca coisa.

    Nota do PT:

    “As manifestações de hoje, em todo o Brasil, que caracterizam uma data histórica, dão visibilidade à indignação do povo brasileiro. A política tem que traduzir o que de fato incomoda a maioria da população. O Congresso Nacional tem que pautar: a isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores assalariados, a redução da jornada de trabalho, a PEC da segurança pública, o debate de medidas para o fim das filas na saúde pública, a universalização da educação integral e a tarifa zero para o transporte público. Ou as lideranças políticas entendem isso, ou a pauta do Congresso — anistia para golpistas e assassinos, prerrogativas etc. — será o fermento de mobilizações que só estão começando.”

    Edinho Silva
    Presidente Nacional do PT.

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  • Blowin’ in the Wind.

    setembro 20th, 2025

    Não tem mais como mentir que as maluquices do presidente argentino Milei estavam recuperando a economia do país. O pacto de silêncio e acobertamento da imensa crise provocada pelos programas velhos e fracassados conhecidos valia até a eleição da província de Buenos Aires e, se o resultado não fosse desfavorável, manteriam as aparências até outubro, nas eleições gerais.

    Mas a coisa desandou na província, com grande derrota do governo, e as perspectivas para as eleições gerais de meio de mandato, em que se renova parte do Congresso em outubro, não são as melhores para Milei e seu partido.

    Como de praxe, o FMI garante a liquidez para quem apostou dinheiro nessa barca furada, para o resgate o mais rápido possível — exatamente o que está acontecendo no momento, com o câmbio explodindo, mesmo controlado ao máximo, para dar tempo de limpar o cofre.

    E deixar a maior dívida do Fundo Monetário Internacional (FMI) do mundo para a população honrar.

    Ou não. Há quem diga que é impagável.

    O fato é que fracassa miseravelmente o plano motosserra, destrutivo como sugere a ferramenta, de pouco valor para encaminhar soluções aproveitáveis e não a terra arrasada que deixa.

    Não foi por falta de aviso.

    Na imagem que ilustra o post, o jornal Valor, especializado em economia, sugere que o culpado do fracasso deve ser o El Niño.

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  • À Meia-Noite Levarei Sua Alma .

    setembro 20th, 2025

    Quando o presidente da Câmara, Hugo Mota, colocou em votação a Projeto de Lei (PL) da anistia dos golpistas, na última quarta-feira, avisou e conseguiu obter apenas a aprovação da urgência, e que escolheria no dia seguinte um relator e, o mais rápido possível, iria votar e encerrar o assunto da anistia na pauta da Casa.

    Estava indo conforme o anunciado até que apontou o deputado Paulinho da Força como relator, supostamente por ter trânsito livre no STF, sobretudo com o ministro Moraes.

    Paulinho nega a proximidade e Moraes, a possibilidade de o STF estar negociando PL com a Câmara, muito menos sobre anistia ou redução de pena para golpistas.

    E o movimento seguinte do relator mostrou quem, de fato, está por trás dessa manobra, porque deixou de lado as supostas articulações com o Planalto e os interesses do partido PL bolsonarista, ao se aproximar de Temer e Aécio, a dupla flagrada nas gravações combinando propina com a JBS e responsáveis pelo golpe parlamentar que derrubou a presidenta honesta Dilma, coisa que a dupla nunca foi. Tudo se revela como uma tentativa do centrão para afastar de vez Bolsonaro, lançar alguma isca para pegar seus adeptos e abrir caminho para um candidato próprio do grupo à presidência, de preferência o indeciso Tarcísio.

    O anúncio de mudança de objetivos, de anistia para dosimetria, a insinuação de acordos com o STF e o afastamento de Bolsonaro, mas não de seu gado emparedado, é o que restou para os personagens até aqui sem espaço para aparecer ou influenciar qualquer coisa. Ambos já aprontaram muito no passado e tentam ressuscitar nessa empreitada, e, como informaram, sem perspectiva de agradar os extremos.

    Eles que se acham o centro de alguma coisa.

    No que vai dar não demoramos a descobrir. Semana que vem o texto aparece e vamos esperar ataques do bolsonarismo e negativas da esquerda, e tenho para mim que o centrão sozinho não tem votos para aprovar esse PL.

    O que nos deixa com a impressão de que tudo não passa de uma tentativa de lançar nomes e personagens sem um objetivo tangível claro, mas que, de alguma maneira, sacode a poeira e enterra o assunto da anistia.

    A tal PEC das Prerrogativas foi mais para aproveitar o momento, tentar emplacar a ideia e servir de chamariz e teste.

    No fundo do problema está a ausência de nomes para enfrentar Lula fora do bolsonarismo.

    Tentam ultrapassar a polarização com essas manobras, supostamente para atrair a direita. É improvável que consigam, e ficamos na mesma em alguns dias, depois de toda essa confusão.

    Pode até ser que levantem a esquerda, a depender do resultado das ruas neste próximo domingo.

    Tudo pode não passar de vários tiros nos pés das direitas sem rumo.

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  • Me alcança se for capaz.

    setembro 19th, 2025

    Arthur Lira, depois de passar o ano enrolando com a relatoria do projeto prioritário do governo de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, aprovar em junho a urgência da matéria e depois não dar mais notícias, ao menos publicamente — porque nos bastidores virou moeda de chantagem com o governo.

    Que viu até proposta de blindagem passar na frente, fora o debate sobre anistia totalmente inconstitucional que não sai da pauta. O senador Renan Calheiros, por iniciativa própria, ao menos publicamente, resolveu assumir a matéria e prometeu a discussão na comissão do Senado, onde preside os trabalhos, na próxima terça-feira.

    O outro, alvejado, Lira, que disputa com o colega uma das duas vagas ao Senado no estado em 2026, reagiu dizendo ser provocação de Renan e também prometeu voltar com a matéria para o plenário da Câmara na próxima terça.

    Então, agora temos dois autores adversários disputando a autoria de uma das mais importantes promessas de campanha de Lula, que precisa ser aprovada neste ano para passar a valer no próximo, como exige a lei.

    Que vença o melhor.

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  • Lula não conversa com os EUA!

    setembro 19th, 2025

    Mídia, mentiras e interesses

    Todos os dias a chamada mídia corporativa, seus analistas e cronistas, repetem a mesma narrativa. Aproveitam ocasiões como a ida da delegação brasileira à ONU, quando o presidente faz o tradicional discurso de abertura, para reforçar mentiras que distorcem a realidade.

    Desde a imposição das tarifas, insistem em dizer que o governo brasileiro não dialoga. A verdade é exatamente o contrário: mesmo antes das tarifas, o Brasil enviou carta oficial sobre negociações — nunca respondida — e, até hoje, insiste no diálogo por meio da diplomacia. Quem se nega são os Estados Unidos.

    Para piorar, a própria embaixada dos EUA no Brasil usa as redes sociais para espalhar ataques, infâmias e ameaças contra nossas instituições.

    O rebaixamento dos ataques

    Vale uma observação: os ataques ao Brasil parecem ter perdido força na hierarquia norte-americana. O que começou com Trump, passou por Rubio e, recentemente, ficou restrito a um assessor do secretário de Estado. Isso pode sinalizar um desinteresse crescente e o afastamento gradual da pauta bolsonarista usada como arma comercial contra nós.

    Esse comportamento, no entanto, não é privilégio do Brasil. Trata-se de uma conduta imperialista decadente que se repete mundo afora, gerando resultados ruins para todos — inclusive para quem a promove.

    O papel da mídia

    Nosso foco aqui é outro: destacar como a mídia nacional trata os interesses brasileiros. Em vez de contextualizar, manipula os fatos para sempre culpar o governo.

    Veja o caso da blindagem parlamentar aprovada na Câmara. A pauta, que não deve prosperar no Senado, nasceu como iniciativa de interesse exclusivo dos deputados. Mas a cobertura midiática transformou isso em mais uma “derrota do governo”.

    Curiosamente, no mesmo dia foi aprovada a MP das tarifas sociais de energia gratuita para famílias de baixa renda — uma pauta clara do governo. Esse avanço, porém, foi praticamente ignorado.

    Anistia e memória curta

    A questão da anistia também segue o mesmo roteiro. O que deve acontecer, no fim, é a redução de algumas penas, e nada mais. A mídia trata isso como derrota, quando na prática é consequência das escolhas eleitorais soberanas da população.

    Se é para falar em culpados, seria melhor lembrar quem promoveu mensalão, Lava Jato, criminalizou a política, desmoralizou o voto popular e abriu caminho para o fascismo — fenômeno que, aliás, não é exclusivo do Brasil, mas mundial.

    O exemplo local

    Motivos para críticas ao legislativo não faltam, por exemplo, em Vitória/ES, a gasolina sobe de R$ 5,49 para R$ 6,29 em uma semana, depois cai para R$ 5,99, e todos os postos seguem a mesma tabela. Não há justificativa para essas variações bruscas, muito menos para chegar a R$ 6,29 como está hoje.

    E o que fazem nossos vereadores? Em vez de investigar o cartel dos combustíveis, preferem aprovar cartazes antiaborto em hospitais do SUS. Não se diferem, portanto, dos deputados que não apresentam projetos relevantes — apenas votam contra ou a favor das pautas do governo.

    Conclusão

    É preciso redobrar a atenção ao noticiário. Evitar cair nas armadilhas da mídia e manter sempre os dois pés atrás quando surgem ataques sem contexto ao Legislativo , independentemente do pretexto.

    Afinal, o que realmente pretendem? Proteger a sociedade? Aprimorar o Legislativo? Moralizar a política?

    Evidentemente, não.

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  • O Plano do Centrão ( do governo e do STF ).

    setembro 18th, 2025

    Vamos aos fatos.

    A justificativa do deputado Jilmar Tatto, do PT de SP, para votar a favor da chamada PEC da Imunidade — aquela que blinda os congressistas de processos na Justiça sem autorização prévia das casas legislativas — inclui “garantir a governabilidade e buscar o diálogo”. Ele foi um dos 12 votos do PT para aprovação da PEC das Prerrogativas. No dia, a votação secreta nesses casos de autorização ou não de abertura de processos, até de prisão, não foi aprovada e exigiu manobra regimental provavelmente ilegal (a ver o que o STF dirá) para aprovação na manhã seguinte (ontem).

    Jilmar Tatto não falou só isso. Contou também do desespero do presidente Motta para não segurar sozinho o apetite do Centrão sobre a matéria por conta da aliança com os extremistas do PL, com maioria inclusive para aprovar a anistia geral e irrestrita.

    Antes dessa votação, ouvimos a ministra Gleisi anunciar ser favorável a uma redução das penas dos “bagrinhos” presos pela depredação na Praça dos Três Poderes, dia 08/01, por motivos humanitários.

    E até o presidente Lula apareceu com a mesma concessão sobre o tema, lembrando até do seu duro período na cadeia como argumento.

    Após as manifestações públicas das principais autoridades do Executivo, começamos a ver o rolo compressor passar no plenário da Câmara. Votação da PEC da Blindagem aprovada por amplíssima maioria, inclusive com votos dos petistas. E aqui um parêntese: aprovaram a Medida Provisória da Tarifa Social de Energia Elétrica, que vencia na terça-feira e favorece 17 milhões de pessoas com isenção de pagamento de contas de luz. Depois anunciaram a votação da urgência da anistia. Pegaram um projeto anterior do Crivella, totalmente golpista, não entraram no mérito da matéria, como combinado, e devem anunciar um novo relator ainda hoje, provavelmente o deputado Paulinho da Força, que vai reescrever tudo, focando exclusivamente na redução das penas — inclusive dos núcleos golpistas — e não vai incluir perdão para ninguém.

    Então vamos ao acordo.

    O Centrão queria se proteger do STF. A ideia inicial de derrubar o foro privilegiado tinha a vantagem de não atrair a fúria da população, mas o perigo das ações caírem nas mãos dos milhares de juízes federais Brasil afora, certamente loucos por protagonismo tipo Moro e Bretas. Sobrou reviver a decisão da Constituição de 1988, que valeu até 2001, de que os congressistas só podem ser investigados e presos após autorização da Casa. Falta ainda sabermos se teremos ou não reação popular à decisão, coisa que eu duvido.

    A inclusão do voto secreto, feita a fórceps e através de manobra regimental duvidosa, como informei, a meu ver é o boi de piranha, o elefante na loja, o bode na sala, o jabuti na árvore — colocado exatamente para atrair toda a fúria e ser retirado, até pelo STF mesmo, mostrando zelo, mas na verdade cumprindo plano previamente combinado.

    Exagero?

    Semana que vem vamos saber, porque a história ainda não acabou e há sim riscos no caminho. O ano eleitoral começou e os milhões de votos do Bolsonaro — que ninguém cogita voltar à disputa — estão voando, e todos querem um pedaço.

    O novo relator vai ser escolhido, vai redigir o novo projeto de anistia e vamos saber o que vem, e depois, no plenário, acompanhar o resultado final.

    Até aqui, a coisa funcionou exatamente como planejado. É um plano sofisticado e de autoria desconhecida — se foi do Motta, me surpreende.

    Quanto às prerrogativas parlamentares, é preciso considerar a correlação de forças, sim, não tem outra explicação. E que tenhamos juízo para escolher congressistas diferentes dos que escolhemos. No Congresso, quando o Centrão se junta para um dos lados, a coisa se decide e pronto. E a quem compete governar, a aprovação da MP da energia de graça no dia do vencimento — senão perderia validade — mostra que nem sempre é fácil carimbar todos os deputados de bandidos e ladrões.

    Entrar mais uma vez na histeria da antipolítica, atribuindo a ladrões as decisões do Congresso, é exatamente a coisa que nos levou onde estamos hoje.

    Não convém reeditar. É preciso olhar para os interesses de quem precisa de energia elétrica em casa. É preciso governar com minoria e seguir obtendo aprovações. É preciso votar e aprovar a isenção do IR para quem ganha até 5 mil e regulamentar a reforma tributária.

    E eleger Lula com bancada mais favorável.

    Sim, é disso que se trata.

    O protesto é necessário. Saber que jogo estamos jogando também.

    Me perdoe se te conto que Papai Noel não existe.

  • Fim da anistia, porque a todos convém.

    setembro 16th, 2025

    Ontem de manhã, o governador de SP desistiu de ir a Brasília, onde faria mais contatos visando fazer andar na Câmara a tal anistia pretendida pelos bolsonaristas. Gleisi informou que entende o pleito de diminuir as penas dos bagrinhos do 08/01, condenados pela baderna. Gilmar Mendes detona ao vivo e a cores o voto do colega Fux no julgamento dos líderes da tentativa de golpe. Valdemar, em entrevista, reconhece que tentaram sim dar um golpe, mas fracassaram. E, por fim, o presidente da Câmara se movimenta inclusive nas tratativas com o STF para reduzir em comum acordo as penas, conforme Gleisi anunciou que topava.

    O que todos esses movimentos têm em comum é o enterro da anistia ampla, geral e irrestrita para os golpistas. Convém a todos eles — inclusive Valdemar e Tarcísio — virar essa página do bolsonarismo e jogar todos ao mar, inclusive os filhos.

    A imprensa, no fim de semana, só faltou pegar o Centrão pelo pescoço, sobretudo o Estadão, exigindo de todos virar essa página bolsonarista e arrumar logo um candidato para enfrentar Lula, que sobe nas pesquisas e apavora os donos do jornal.

    O governo tenta fazer a pauta do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil andar, acionando Renan Calheiros para redigir um novo projeto, uma vez que Lira e Centrão usam a matéria paralisada para seguir chantageando o governo. Não por acaso Renan foi acionado: assim como Lira, é candidato à reeleição ao Senado e tem como adversário — embora os dois provavelmente se elejam em Alagoas — o mesmo pleito. Pra vocês verem como o jogo é bruto: se você não quer fazer andar o projeto, tem quem queira. E imagina o apelo eleitoral para o redator dessa matéria na eleição do ano que vem?

    Essas e outras pautas estão a passo de tartaruga, enquanto se esperava a conclusão da decisão no STF sobre o núcleo dos líderes. Lembrando que ainda temos mais 4 por receber sentenças, e está na hora de voltar à rotina, com as disputas abertas no lado da direita sem candidato, enquanto Lula segue firme.

    A conclusão nesta terça-feira, em uma semana que mal começou, é que o barco da anistia soçobrou sem que ninguém lamentasse.

    Mas nem tudo são flores. Em compensação, vamos ter que engolir a relativa blindagem dos congressistas, que voltam a ter o direito de liberar investigação — ou não —, com prazo para decidir e algumas limitações. É o preço negociado também com o STF para enterrar o bolsonarismo.

    Não sai barato, mas é vida que segue — e Dino não está dando moleza na fiscalização do uso do dinheiro público, se serve de consolo.

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  • A notícia ruim é que está bom.

    setembro 16th, 2025

    📊 PNAD Contínua 2025 – Mercado de Trabalho

    André Perfeito


    🔹 Desocupação

    • 5,6% — menor desde 2012
    • ↓ em relação ao trimestre anterior: 6,6%
    • ↓ em relação ao mesmo período de 2024: 6,8%

    💰 Rendimentos

    • Rendimento Médio Real Habitual: R$ 3.484 (recorde histórico) ↑ 1,3%
    • Massa Salarial Real: R$ 352,3 bilhões (recorde histórico)

    💡 Salários altos pressionam custos de serviços → limita corte de juros pelo Banco Central


    👥 Subutilização e Ocupação

    • Subutilização: 14,1% — menor da série
    • População desocupada: ~6,118 milhões
      • ↓ 14,2% no trimestre
      • ↓ 16% em 12 meses
    • População ocupada: ~102,4 milhões (recorde)
      • ↑ 1,2% no trimestre
      • ↑ 2,4% no ano

    🔹 Informalidade

    • 37,8% dos ocupados (38,8 milhões) estão em empregos informais

    ⚠️ Resumo

    • Mercado de trabalho robusto
    • Rendimentos e massa salarial em níveis recordes
    • Juros difíceis de cortar cedo → a notícia ruim é que está bom 😉
    • Redução de juros só deve vir por fatores externos, como o dólar ou queda dos juros nos EUA.

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  • Inflação no caminho da meta.

    setembro 16th, 2025

    Aos poucos, como previu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a inflação no Brasil caminha para a meta de 3% (± 1,5%) em 2025. Considerando que iniciamos com 10% e disparadas nos preços de alimentos, é um feito digno de ser comemorado.

    E vai ser, assim que for atingido — e tudo leva a crer que no máximo no início de 2026, talvez ainda no fim de 2025.

    O preço para a convergência da inflação anual para a meta não é pequeno: nos custa R$ 1 bilhão por ano. Mas é preciso observar um ponto essencial: o custo da cesta básica.

    Porque, de um lado, temos os rentistas satisfeitos, mas do outro, a maioria da população observando queda no preço dos alimentos, o que, em última instância, é o principal objetivo das políticas públicas: preservar o poder de compra da moeda da maioria da população.

    Mesmo quando o crescimento do PIB tropeça, como estamos vendo, estimando pouco mais de 2% de crescimento para o ano, vale o esforço. Porque, se estamos com níveis de desemprego historicamente baixos, salários médios em máximas e déficit fiscal rigorosamente na meta, era hora de combater o mal inflacionário — e, para isso, era preciso conter a disparada do dólar, que indexa os preços das mercadorias internas e externas, que chegou a R$ 6,30 e agora caiu para R$ 5,30, e continua caindo.

    Aliás, a maior queda da moeda americana é no Brasil, o que suscita outros comentários.

    Porque se bastasse aumentar os juros — coisa que Argentina e Turquia, por exemplo, fazem sem alcançar o sucesso do Brasil…

    É evidente que outras influências trabalham conjuntamente para fazer a âncora no dólar funcionar, e isso passa pela credibilidade da presidência do país, dos seus ministros, da sua balança comercial superavitária, do compromisso crível com as metas inflacionárias e com o fiscal e, cá entre nós, das erráticas decisões do gigante laranja do norte, que enfia cada vez mais os pés na jaca e faz do Brasil um oásis de investimentos, apesar das ameaças tarifárias, que sim atrapalham, mas nem tanto.

    O resumo apresenta uma fotografia de cenário em movimento, que engloba também a estabilidade política, a duras penas conquistada, e o julgamento do fascismo.

    De vez em quando a gente lia a explicação de as bolsas subirem porque Lula aparecia em desvantagem nas pesquisas eleitorais que abundavam no primeiro semestre. Mas, no atual momento, o petista se recupera e assume o favoritismo, e as bolsas batem seus recordes históricos, enquanto o dólar segue caindo. O que nos leva a entender o quanto valem essas previsões e o quanto um governo seguro e previsível inspira investimento e ignora falsas premissas.

    Amanhã sai o índice IGP-10 de inflação de setembro, e tudo leva a crer que seguimos no melhor dos caminhos.

    Sobre crescimento e queda da Selic: confirmada amanhã a queda dos juros nos EUA, a essa altura fava contada, abre-se o espaço para iniciarmos queda por aqui também, quem sabe ainda em 2025?

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