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Blog do Franco

  • Era vidro e se quebrou.

    dezembro 17th, 2025

    Ainda estamos por ver se o resultado da pesquisa Quaest de ontem, mostrando Flávio com 23% e Tarcísio com 10% das intenções de voto no primeiro turno, contra Lula com 41%, terá os efeitos prováveis de fazer Tarcísio desistir da disputa.

    Enquanto acompanhamos a fala do líder do PT na Câmara, Lindembergh Farias, que, sobre a briga entre Flávio e Tarcísio pela vaga da direita na eleição contra Lula, afirmou que “estamos torcendo pela briga”, não nos surpreendemos com o resultado que coloca Flávio à frente nessa disputa interna e sepulta a candidatura de Tarcísio.

    O chamado plano “T” foi abatido pela decisão do ex-presidente ao indicar o filho.

    As razões da escolha pelo filho foram exaustivamente debatidas aqui no blog, mas lembramos que se trata de manter o legado do bolsonarismo com a família.

    Da mesma forma, a escolha preferencial pelo filho que carrega o sobrenome, mostrada na pesquisa em enorme vantagem sobre o atual governador de SP, era igualmente previsível; faltava apenas ser expressa em números, o que a pesquisa da Quaest providenciou.

    Outro ponto que a pesquisa mostra — e aqui não somente esta última — é que Lula permanece com chances crescentes de vitória no primeiro turno, com intenções de votos válidos muito próximas dos 50% necessários para definir de cara a disputa.

    Seria um reconhecimento do Brasil ao seu maior presidente de todos os tempos, uma homenagem ao seu último período na Presidência.

    Mas não é uma questão de torcida, nem de previsões, e sim de ir para a disputa com tudo e com todos e definir, de maneira objetiva, nossa melhor alternativa disparada para os próximos quatro anos.

    Sempre lembrando do imperativo de escolher, entre os candidatos da base, deputados e senadores em número suficiente para sustentar esse próximo período.

    Também aqui, nada de novo.

    Mas, factível?

    Nosso tema preferencial em 2026.

    Enquanto não chegamos lá, resta ver o que Tarcísio fará, lembrando que ele sempre negou sua candidatura a presidente; quem fazia isso eram aliados, a imprensa corporativa, o PIG e os mercadores da Faria Lima, todos decepcionadíssimos com essa pesquisa da Quaest. Tarcísio, entretanto, basta manter a fala e sair de fininho.

    Sem esquecer — ou aí alguém lhe alertar — que 2030 também foi para o beleléu, porque a familícia não abre mão, agora nem no futuro, de manter em suas mãos a herança dos votos. Isso ninguém destaca, e é, a meu ver, a maior consequência da decisão interna do bolsonarismo: perder agora e depois seguir perdendo, até definhar, sem fazer algum tipo de concessão à direita que se julga limpinha.

    Assim como a pesquisa da Quaest terá consequências imediatas no rumo da próxima eleição, a decisão do bolsonarismo de seguir sozinho terá efeitos nas próximas eleições.

    Em todos os casos, a notícia é terrível para as pretensões presidenciais desse grupo político que gravita na Faria Lima, na imprensa e na direita tradicional. Estão no pó da rabiola eleitoral e no pó permanecerão.

    Ou, como sugere a capa histórica da revista Veja sobre o futuro do PT, publicada em 2005 e que reproduzi para ilustrar o post: quem era de vidro e se quebrou foi a direita tradicional. E não há conserto para os próximos anos.

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  • Copom de agosto de 2024.

    dezembro 16th, 2025

    Resumo Copom em agosto de 2024 :

    “O cenário de política fiscal expansionista e falta de credibilidade no ajuste dificulta o trabalho da política monetária para trazer a inflação para o centro da meta, resultando em juros maiores por mais tempo. Nas projeções de inflação do Copom, a inflação fechará 2024 em 4,2% e irá para 3,6% em 2025. Em um cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante, que é o primeiro trimestre de 2026, as projeções de inflação situam-se em 4,2% para 2024 e 3,4% para 2025.”

    Fazer esse tipo de viagem no tempo, relembrando previsões de autoridades e economistas, é o tipo de constatação que mostra o quanto expectativas são desmentidas pelos fatos seguintes — o que, aliás, nenhum economista nega; assumem ser esse o destino da maioria das suas previsões.

    Com um pouco de boa vontade, dá para perceber que erram, mas não tanto assim, se pensarmos em termos da memória nacional sobre inflação e em uma certa tolerância para discrepâncias de 1% a mais ou a menos não fazerem diferença. Ou seja, se estão prevendo 4% para a inflação anual e ela chega a 5%, estamos todos perdoados. Assim tem sido.

    O problema, no nosso caso, não é esse, mas o teor dos comunicados da época do presidente do BC, Campos Neto. Observe, nos gráficos que adicionei, que do início do desgoverno federal anterior ele derrubou as taxas nos dois primeiros anos e, nos dois seguintes, subiu vertiginosamente. Após Lula assumir, fez novamente cair e depois começa a escalada de juros até chegarmos a este dezembro de 2025 com juros em 15%.

    E a inflação, que seria o objetivo de toda essa movimentação? Releia o trecho que anexei no primeiro parágrafo do comunicado do Copom em agosto do ano passado: a previsão de inflação para 2024 é menor que a atual em 2025, quando todas as apostas futuras apontam para queda da taxa, e não sua elevação.

    Perceba o quanto essa diferença de prognósticos e ações embute visões de mercado e de governo muito mais do que análise de inflação ou câmbio.

    Porque, mesmo a partir de agosto do ano passado, os juros começaram sua escalada e não colheram resultado algum até passar quase um ano, quando aí sim, por volta de junho deste ano, a trajetória da inflação verdadeiramente começou a cair a partir dos efeitos na taxa de câmbio.

    Porque as razões destacadas no boletim de 2024 e nos meses seguintes do comando do BC de Campos Neto nada fizeram além de desacreditar o arcabouço fiscal, os investimentos públicos e a trajetória da dívida pública, provocando no mercado a sensação de descontrole fiscal que jamais ocorreu. E nem foi neste governo atual do Lula — nunca ocorreu em nenhum de seus governos anteriores, e estamos vendo a mesma coisa agora. A previsibilidade do compromisso fiscal é absoluta, cumprida. Ponto.

    Mas Campos Neto pegou aí o mote para discursar, e o fez dia e noite, enquanto os juros subiam mesmo com as previsões inflacionárias abaixo das atuais.

    Quem procurar meus textos da época vai ver que sempre atribuí a esse sujeito todo o mal cambial do início deste ano, que obrigou o atual presidente do BC , Gabriel Galipolo, a manter a política monetária restritiva. E o quanto ele trabalhou alinhado com os objetivos de Paulo Guedes, e como passou a contradizer tudo de Haddad, depois.A questão fiscal desapareceu no horizonte e o foco no câmbio foi assumindo o lugar de onde nunca deveria ter saído e sido negligenciado: se o dólar sobe, sobe a inflação.

    O resultado foi a queda do crescimento do PIB em 2025, que ainda se sustentou pela extraordinária força do mercado de serviços, crescimento da massa salarial, exportações e pleno emprego.

    Tudo o que Campos Neto imaginava ser deletério não era; o que imaginava não ser, era — e não por incompetência, senão propósito.

    Era o discurso do boicote, do ataque especulativo, do freio ao governo que investe e acredita na força da sua gente.

    E funciona, para desespero dessa gente que gosta de desemprego, de fome e miséria.

    Terminamos 2025 muito melhores do que começamos 2024 — mas muito, muito melhores. Foi um ano para ajustarmos os estragos de um banco central de viés oposto ao programa de governo eleito. Lembrem que convivemos dois anos com Campos Neto boicotando a política econômica.

    E os resultados de agora só podem ser obtidos depois de um ano inteiro de sacrifício em forma de juros na lua. É um presidente do BC que trabalha a favor, e não contra, o Brasil.

    Com os investimentos segurando, as entregas do governo não cessaram, os programas sociais não pararam. Observe que a variável que faltava não falta mais: um BC honesto nas intenções e na prática.

    E 2026 segue melhorando, em tudo — inclusive porque os juros vão cair.

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  • A virada de mesa.

    dezembro 15th, 2025

    Iniciamos o ano de 2025 com algumas mudanças pontuais no ministério de Lula, mas fundamentais. A principal foi a troca de Padilha por Gleisi na pasta de Relações Institucionais.

    Também houve uma mudança na liderança da Câmara dos Deputados, quando o PT trocou a liderança de Guimarães por Lindbergh.

    Vale ressaltar que tanto Padilha quanto Guimarães são quadros extraordinários e continuam trabalhando firme: Padilha no Ministério da Saúde e Guimarães na Câmara dos Deputados.

    No entanto, a mudança de ambos foi um sinal do novo perfil combativo das lideranças, já que o prazo de acomodação negociada tinha chegado a um limite.

    Lembrando que começamos o atual mandato de Lula com Arthur Lira na presidência da Câmara, propondo o semipresidencialismo, com um primeiro-ministro escolhido entre os congressistas. E não faltaram apoios à proposta que afastava o presidente Lula do exercício do poder.

    Chegamos ao início desse ano com realidades políticas completamente diferentes daquelas do início do mandato, com pautas importantes do governo já aprovadas e resultados iniciais das políticas públicas, que estamos conseguindo apurar com clareza agora.

    Esses resultados devolveram ao país tempos melhores, e a popularidade do presidente, em números, antecipa um favoritismo eleitoral em um momento crucial.

    Portanto, o tipo de embate que estamos vendo acontecer na Câmara seria impensável dois anos atrás. Mas o PT e Lula anteciparam esse cenário ao fazerem mudanças cruciais nos líderes e ministros, se preparando para o enfrentamento que estamos presenciando.

    O rompimento de Lindbergh com Motta, por exemplo, não é algo ideal, mas pouco tem atrapalhado, pois, na casa legislativa, agora, o imperativo é que cada um busque seu espaço para a reeleição, com ações coletivas sob o crivo dos acordos locais e pessoais.

    E até nisso há cálculo, pois a briga tem prazo para acabar no início do próximo ano, com o rodízio de líderes no PT, e Lindbergh cedendo seu lugar.

    A disputa dentro da Câmara saltou para as ruas, antes com a derrota do projeto da blindagem no Senado e, novamente, com a votação da dosimetria na condenação dos golpistas.

    Vale lembrar o papel de Gleisi na Casa Civil, onde permanece, ao menos até a data limite, pois também deve ser candidata à reeleição na Câmara. Com um perfil igualmente combativo, ela mantém a pressão para as pautas do governo e participa de forma contundente na disputa nas redes sociais, onde sempre se destacou.

    Ao antecipar o cenário de 2025, o governo Lula se preparou para o embate que agora estamos vendo, ao trocar o perfil conciliador de alguns líderes por outros combativos, sem entrar no mérito de quem é mais ou menos. Cada um com sua personalidade, na hora certa e na necessidade política condizente.

    Entramos no ano eleitoral com as ruas mudando de mãos, com a presença da militância pronta para enfrentar o período eleitoral. Com resultados contundentes na vida das pessoas e muito o que defender e mostrar.

    Sem medo de ser feliz.

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  • Foi bom.

    dezembro 15th, 2025

    Nas manifestações chamadas pelo PT em cima da hora para pressionar o Senado na votação da dosimetria benevolente para golpistas, promessa de campanha de Motta e Alcolumbre para a direita, estimo presença semelhante à última, quando evitamos nas ruas a votação da PEC da blindagem.

    Em SP, um número menor; nas demais localidades, mais de 40. Repetimos a dose.

    A repercussão desses atos, dessa vez aparentemente menor, vamos saber durante a semana, até porque o que vai acontecer no Senado na quarta-feira vai medir o pulso dos senadores e a resposta que estão dispostos a dar.

    Diferente da votação da PEC da blindagem, engavetada no Senado, penso ver disposição na Casa para avançar e votar, mas ainda sem sabermos exatamente o teor.

    O relator, Esperidião Amin, com enormes dificuldades de reeleição e ainda tem que enfrentar o filho Carlos 03, que abandonou a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e foi para Florianópolis disputar vaga no Senado. Carol De Toni, aquela bolsonarista meio atrapalhada, deve assegurar uma das duas vagas em disputa, junto com Carlos, ao menos as pesquisas atuais mostram, deixando Amin de fora. Devemos ver a atuação do relator nesse contexto, de tentar aparecer mais bolsonarista que seus concorrentes, de onde compreendemos as falas até aqui. Mas o texto mesmo a ser analisado passa por escrutínio pesado na Casa, e até pedidos de vista podem atrasar a análise, jogando tudo para o próximo ano.

    A decisão de Flávio de se lançar a presidente, com a benção do pai, meio que embolou a estratégia do centrão de virar a página do bolsonarismo — o que teremos que confirmar depois nas urnas. Ao votar dosimetria e não anistia, agradou os candidatos de direita, mas não o bolsonarismo raiz, que sonhava com Bolsonaro livre.

    O que, cá entre nós, ninguém do centrão sequer imagina ou quer.

    Mas, ao alijar Tarcísio da disputa, deixou a manobra de agradar os radicais e atrair os votos dos extremistas via dosimetria capenga, sem certeza quanto ao resultado final da manobra visando efeitos eleitorais junto a essa parcela importante da população, sem rumo até então.

    Flávio candidato faz a dosimetria capengar, anula o objetivo eleitoral de carrear votos para o candidato do centrão e ainda promove enorme desgaste junto à opinião pública.

    E concluo com essa reflexão: a manifestação de ontem, se não provocou temores maiores, deixa seu recado e, nas novas circunstâncias descritas que tentei montar, pode não valer ser enfrentada e provocar maiores ondas de indignação na hipótese de aprovarem a dosimetria.

    Depois tem o veto do presidente e mais uma rodada de votações no plenário para derrubar o veto; então há um tempo até a coisa virar realidade, entramos em 2026 e a disposição da política de enfrentar multidões fica cada vez menor.

    Esse é o cálculo.

    A ver.

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  • Pesquisas e o velho Ibope de volta.

    dezembro 13th, 2025

    Durante décadas, a parceria Rede Globo e Ibope dominou a opinião pública brasileira, alcançando o auge com a vitória de FHC à presidência no primeiro turno e sua reeleição nas mesmas condições.

    Ficaram tão vidrados nesse período de sucesso que nunca mais foram capazes de abandonar a parceria com o PSDB e aquilo que chamavam de centro. E, por fim, chegamos a hoje sem PSDB e sem Ibope, e com a Globo muito, mas muito menor em sua capacidade de influenciar a sociedade.

    O fim do PSDB e do Ibope abriu oportunidades para o bolsonarismo e, até agora, a vaga de oráculo da direita estava vaga. Não está mais. O comandante da pesquisa Quaest, Felipe Nunes, que realiza pesquisas a mil, financiadas pelo Banco Genial, parece querer assumir o posto. Ao menos é isso que se depreende da notícia saída do insuspeito jornal O Globo sobre o entusiasmo do chefe da Quaest com a candidatura Ratinho, em dobradinha com Zema.

    Sim, na falta de Tarcísio, o pesquisador sugere, para derrotar Lula, a união de um nome novo com MG.

    Isso aí parece receita para derrota em primeiro turno, mas sobre isso vamos conversar no próximo ano, quando as candidaturas deixarem de ser apostas e promessas e entraremos para valer na disputa.

    Mas o entusiasmo do pesquisador não podemos deixar passar em branco. O fato de ser financiado por um banco não deixaria margem a dúvidas sobre para qual senhor se inclinam as aptidões do rapaz. Mas, quando ele se aventura por indicações de políticas públicas e decide participar do jogo político nacional não como pesquisador, mas como parte interessada, a credibilidade de suas pesquisas sai por outra porta.

    E não volta.

    O Ibope que o diga.

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  • Seguir construindo.

    dezembro 12th, 2025

    A fala de agora do presidente Lula, afirmando que se estivesse na Presidência 80% dos brasileiros mortos na COVID teriam sobrevivido, deixa um sabor amargo de verdade e dor absoluta.

    E eu não perdi ninguém próximo na pandemia, mas vi de perto a dor de muitos.

    O bolsonarismo, após perder a eleição de 2022 e fracassar na tentativa de golpe, planejando o assassinato do presidente eleito, o vice-presidente eleito e um ministro do STF, não se conformou com a derrota e, aliado ao Centrão, tentou de todas as maneiras evitar o sucesso do governo.

    Não conseguiram, porque nas matérias relevantes o Legislativo acompanhou as principais iniciativas e aprovou.

    O custo da relação atinge níveis inéditos, com metade do orçamento nas mãos dos deputados e senadores, que podem utilizar recursos inéditos para uma política pulverizada, populista e abrir espaço para desvios.

    É importante destacar o quanto esses recursos têm feito diferença nas médias e pequenas cidades — como comprovamos nas últimas eleições municipais, em que 80% dos prefeitos foram reeleitos. Não é por aí que devemos fazer a crítica a essa distribuição de bilhões: eles de fato atendem demandas municipais, nas condições citadas, mas retiram recursos de ações abrangentes e muito mais relevantes, onde tanto dinheiro poderia ter melhor finalidade.
    A questão dos desvios, eu sempre lembro, é assunto para a polícia e a Justiça — o que de fato tem ocorrido — e pode no futuro permitir ao menos uma utilização, se não melhor, ao menos mais honesta possível.

    Enquanto se trabalha para diminuir esses valores, sem sucesso — porque sem manobrar esse interesse particular dos congressistas pouca coisa avança em termos legislativos — usa-se a arma e a coisa avança.

    Durante o ano sempre procuramos acompanhar as inúmeras iniciativas de sucesso do governo, que levam à maior massa salarial da história, 2 milhões de novos empregos com carteira, inflação no teto da meta e diminuição histórica da fome e dos níveis de miséria.

    Índices que perdemos todos durante o desgoverno anterior e que precisaram de praticamente 3 anos de trabalho duro para retornarmos aos números de 2013/2014.

    Não por acaso, frequentemente as manchetes usam 2013 e 2014 como referência para comparar o atual momento do país.

    Mas precisaríamos destacar o que aconteceu entre 2014 e 2022 para retornarmos ao mapa da fome, termos tantos desempregados e miseráveis novamente.

    A resposta todos sabemos.

    As iniciativas dos bolsonaristas no Brasil — nas câmaras federais, estaduais e municipais — têm em comum a inutilidade, a busca de privilégios e a exclusão: por raça, por posição social, por sexo. Propostas para melhorar a vida do povo não entram no cálculo limitado dessa gente.

    Só entram projetos inúteis, de apelo moral, religioso e de exclusão.

    Então, a questão de aprovar dosimetria para reduzir as penas de golpistas faz parte dessa lógica eleitoral de quem não tem nada para propor, além de manter agitado um capital eleitoral — a meu ver — decadente, que tentam segurar na base de desesperadas iniciativas.

    E esse absurdo tem tudo para avançar no Senado, a depender das manifestações do próximo domingo, dia 14, quando me parece provável ocorrer uma grande manifestação de repúdio a essas iniciativas do bolsonarismo parlamentar e do Centrão, que tenta abrir espaço na herança de votos dos extremistas e até convencer Flávio Bolsonaro a desistir de sua candidatura a favor de Tarcísio.

    O que não vai acontecer. E aposto que Flávio vai crescer nas pesquisas e afastar essa disposição de quem imagina poder tirá-lo da disputa.

    Que vai perder — como temos insistido — porque para ele interessa o dia seguinte eleitoral: manter o legado do pai.

    Então, enquanto a direita insiste em destruir para manter posições e convencer apoiadores de sua disposição intacta de nada acrescentar ao Brasil, existem muitos outros empenhados na direção oposta: de inclusão, independência internacional e crescimento econômico com distribuição de renda.

    A escolha é sempre nossa.

    Vamos às ruas no domingo. A eleição de 2026 começou.

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  • Sem anistia, mas com dosimetria.

    dezembro 10th, 2025

    Primeiro: dosimetria é golpe!

    O dia da votação do projeto de redução das penas dos condenados na tentativa de golpe chegou. Veio com truculência contra deputados, expulsão de jornalistas do Plenário da Câmara e votos na madrugada. Exatamente como deveria acontecer, de acordo com o retrocesso que promove — nada como relembrar tempos da ditadura. No fundo, tratou-se de mais uma mini anistia para quem tenta destruir a nossa democracia.

    A diferença desta vez é que todos foram julgados, condenados e presos. Não ficam muito: no caso de Bolsonaro, a pena foi reduzida para 13 anos, com apenas 2 anos de cadeia. Porque branco e rico não fica preso nesse Brasil — e isso não vem apenas do Legislativo, mas também da Justiça, como vemos se confirmar todos os dias.

    Além disso, aprovaram o texto do governo sobre devedores contumazes, que permite cobrar empresas e pessoas que abrem e fecham CNPJs para seguir sonegando. Um texto importante para combater esse crime grave.

    A Câmara decidiu votar a matéria da dosimetria, que não muda a condição dos condenados e não é anistia, porque havia a garantia de que iria rapidamente ao Plenário do Senado. Talvez não tão rápido quanto deseja o presidente da Casa, Alcolumbre, que falou em aprovar ainda em 2025 para “enterrar o assunto”. Mesmo assim, alguns senadores não aceitaram a pressa, embora provavelmente o mérito também passe no Senado.

    De longe, o STF deixou vazar que quem decide sobre pena de condenado é a Justiça. E, de fato, tudo deve parar lá — até porque pode ser entendido como obstrução do curso da Justiça, já que o julgamento dos golpistas ainda não acabou. Outros núcleos ainda estão sendo julgados, além do principal, onde estavam Bolsonaro e os generais. Além de que aprovar lei que individualiza tipo penal, abrindo mão da universalidade, não parece promissor.Ainda que a norma tenha sido aprovada, a redução das penas não será automática. As defesas deverão requisitar a revisão à Justiça, e no caso dos crimes relacionados ao 8 de janeiro, a execução penal permanece sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).

    No mesmo clima, o Senado — na noite das entregas de fim de ano — afrontou decisão anterior do STF e aprovou novamente o Marco Temporal, matéria que voltará ao Judiciário no próximo ano. Gilmar Mendes também vem ignorando o tema já votado e decidido pela própria Casa.

    Sobre a dosimetria, eu enxergo a votação de ontem como parte de um acordo para Flávio desistir da candidatura em favor do candidato do centrão, Tarcísio de Freitas. Como a proposta da dosimetria surgiu antes da candidatura de Flávio, portanto não resolve nada para que Bolsonaro possa se candidatar em 2026 ou 2030. O PL aceitou votar porque considera o gesto um passo rumo à liberdade — o que, de fato, será se tudo for aprovado pelo STF, o que acho improvável. Ainda assim, Bolsonaro segue fora da disputa. Mas essa minha impressão de acordo do centrão para substituir Flávio por Tarcísio, mantenho.

    Essa votação fez parte da entrega do centrão em troca do apoio para as eleições das presidências das duas Casas. Nas próximas semanas, veremos quanto isso valerá na decisão de Flávio sobre manter sua candidatura, que tenho afirmado ser irreversível. E ainda ontem, durante a votação da dosimetria, Carlos Bolsonaro voltou a atacar o centrão nas redes, mostrando que nada daquilo agradava à familícia, já que não resolve a situação de Bolsonaro. Além disso, pesquisa Ipsos/IPEC divulgada ontem já aponta Flávio com mais intenções de voto que Tarcísio para 2026.

    Concluindo: o presidente Hugo Motta mostrou-se em inteiro teor, escrevendo seu nome no hall da infâmia dos presidentes da Câmara, ao lado de Auro de Moura Andrade , que em 1964, por volta das 2h da madrugada, decretou vaga a cadeira da Presidência mesmo com João Goulart no país. Truculento e inábil, eleito para ser joguete do centrão, agiu da mesma forma para acobertar golpistas contra nossa democracia. Será esquecido em breve, e tenho dúvidas sobre a continuidade de sua presidência na Câmara. Perdeu a confiança do governo e da sociedade. O problema não é o resultado final da votação (291x 148), mas a condução dos trabalhos para chegar até ali. Motta se excedeu, alinhou-se aos piores e será processado por diversos deputados por sua truculência.

    Hoje seguem as votações para cassar os mandatos de Zambelli e Glauber Braga — um acordo infame para perseguir o deputado incômodo do PSOL que denuncia o orçamento secreto. Dizem que Eduardo e Ramagem estão na fila, mas seriam cassados por ausência, o que permite nova candidatura no próximo pleito. É uma decisão infame da Câmara, que mostra o quanto dependemos da habilidade do governo para manter o equilíbrio no país. São 300 votos desequilibrados que dependem de vigilância e extremo cuidado para não desandarem a economia, a democracia, os direitos e a própria sanidade nacional.

    Resta o apelo de sempre: precisamos tentar eleger uma bancada maior e melhor de deputados e senadores. E até acho que vamos melhorar um pouco na próxima eleição, embora sem mudar muito a correlação desfavorável.

    No caso de Bolsonaro, ainda faltam outros julgamentos — como o das joias e o da falsificação do cartão de vacinas — que podem resultar em novas condenações e mais anos de cadeia, sem dosimetria.

    Vida que segue.

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  • Silêncios II.

    dezembro 9th, 2025

    A escolha de Flávio parece ter atingido a madrasta Micheli em cheio, segundo consta ela nem ficou sabendo com antecedência da escolha e sentiu o golpe, se retirando de todas as atividades públicas para tratamento de saúde, como avisou sua assessoria de agora.

    A curiosidade é se mantém a agenda de visitas ao marido, nas terças e quintas permitidas pelo STF, ou se interrompe, deixando a hipótese de fazê-lo antes por mero interesse pessoal.

    Se mágoa há em ter as asas cortadas, mesmo ninguém sabendo exatamente onde pretendia chegar, e precisando manter no mínimo sua pregação de submissão feminina ao marido — afinal, a escolha foi dele pelo filho — só resta mesmo recolher as asas e esperar para ver o que acontece.

    Um encontro nacional do PL Mulher aconteceria no Rio por esses dias e foi cancelado, adiado para abril, porque a principal atração saiu de cena. Acho que ela vai retomar seu fôlego e seguir os planos de tentar o Senado, apesar dos pesares, mas também ficou consciente de com quem está lidando e de como seus voos são monitorados para seguirem sempre em direção conveniente para a família.

    Ela vai topar, não ganha nada abandonando o barco com o marido preso e rompendo com seu discurso de esposa exemplar.

    Assim como Tarcísio, que não tem asas para voar longe do cavaco, vai ter que engolir sua posição e seguir em frente.

    Tudo depende do bolsonarismo refluir, e estamos falando de 2030; até lá as barbas estão de molho e as bocas abertas para morder se de fato a candidatura Flávio decepcionar.

    Não temos evidência ainda para saber, mas pesquisas e mais pesquisas estão a caminho.

    Mas não mudam mais o cenário de 2026; falar em oposição de Ratinho a Lula ou coisas assim é bobagem. Eles têm juntos muitos votos, mas estão sem rumo, está claro.

    E sem tempo.

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  • Diga ao povo que fico II.

    dezembro 9th, 2025

    Da mesma maneira que encerrei a série em que antecipava a escolha do filho Flávio como seu indicado a concorrer à presidência em 2026, pelos motivos exaustivamente explicados — manter o legado dos votos da extrema direita na família — vou aqui, pela última vez, afirmar que Flávio não vai desistir.

    A fala de ontem, quando disse ter um preço para desistir, pode ser enquadrada em mais uma das inúmeras besteiras que essa familícia fala todos os dias. No caso, a repercussão foi enorme e explorada pelos viúvos do Tarcísio, escanteado e humilhado.

    O silêncio do governador paulista, a meu ver, nem tem razão na disputa de 2026, que, como lembrou Flávio, foi descartada inúmeras vezes pelo governador de SP quando afirmava não concorrer ao Planalto, e sim somente ao Palácio dos Bandeirantes; mas no futuro do legado bolsonarista, que fica com a familia.

    As notícias de fragmentação da direita, insatisfação, até boicotes — essas sim não duram. Já a candidatura de Flávio vai até 2026, sem tréguas.

    E aí mora o desespero do centrão, da imprensa PIG e da Faria Lima.

    A resposta desses descontentes poderia ser lançar um candidato contra Lula e Flávio. Por que não? Lancem um nome: Tarcísio? E vamos para a disputa.

    Só que não, porque quem tem os votos é a familícia, e não eles todos.

    E digo mais.

    Tarcísio e os descontentes com Flávio que abram o olho: se insistirem na catimba e não entrarem logo no barco bolsonarista, correm o risco de ficarem de fora.

    A resposta do bolsonarismo pode ser lançar outros nomes para o governo de SP e outros estados e deixar os insatisfeitos no porto, sem lenço, sem documentos e sem eleitores.

    Ou não?

    O fato de Tarcísio ter rompido o silêncio e se apresentado com ambiguidades, falando em “ver como fica” e que Flávio poderia contar com ele, tudo numa mesma frase, serviu para manter a ilusão viva na cabeça de alguns. Sobretudo na Faria Lima e no mercado, normalmente nervosos em dezembro, mês de fechamento de posições, remessas de lucros e já esticados nas máximas, era uma chance de realizar lucros — e o anúncio de Flávio caiu como uma luva. Primeiro porque, de fato, era uma grande decepção para o mercado; segundo, porque esperavam uma razão para a realização. Juntando tudo, foi uma queda da bolsa perigosa e um dólar subindo 10 centavos, também muito.

    Ontem, com o silêncio de Tarcísio, a coisa melhorou um pouco: dólar caindo e bolsa subindo, com as conversas em torno de Tarcísio não ter desistido ainda publicamente. E como ainda na noite de ontem se apresentou cheio de ambiguidades, isso pode seguir ajudando na recuperação da bolsa e na queda do dólar no dia de hoje, restabelecendo uma posição melhor para evitar disparadas e perigos inflacionários.

    Passado dezembro e no retorno das férias, a coisa decanta naturalmente e a vida segue.

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  • “Tem uma condição para eu desistir!”

    dezembro 8th, 2025

    O candidatíssimo Flávio deu uma declaração domingo de manhã de que, por uma condição — que só anunciaria nessa segunda-feira — ele desistiria de sua decisão de concorrer à presidência em 2026.

    Depois, segundo o portal UOL, deu a entender que a condição seria a anistia ao pai.

    Ou seja, fez uma provocação e manteve o plano intacto de concorrer.

    O jornal O Globo, inconformado com a manutenção do bolsonarismo com um Bolsonaro, porque queria um bolsonarismo sem Bolsonaros, distorceu as palavras de Flávio — coisa que fazem o tempo todo com desafetos ou interesses — e a fala distorcida se espalhou como se houvesse alguma negociação possível para a desistência do filho 01.

    Há, por óbvio, uma impossível anistia e queda da inelegibilidade do pai.

    Tudo uma imensa bobagem, mas serve para irmos nos preparando para a sequência de disparates que mais uma candidatura Bolsonaro certamente nos brindará no ano inteiro à frente.

    Amanhã ele deve explicar melhor e desfazer as falsas impressões, e vida que segue.

    Nenhuma novidade e anistia nem pensar.

    O Globo vai seguir mais um tempo tentando desconstruir a candidatura e depois passa a pregar que a escolha será difícil, na linha do Estadão quando Haddad disputou com o presidiário.

    Segue o silêncio do Tarcísio, do Kassab; durante a semana vamos ver se aparecem.

    Não podem ficar mais assim porque daqui a pouco chateiam de vez o caudilho preso, e ele manda substituir, e a reeleição de SP vai para outro nome.

    Alguém tem dúvidas de quem pertencem os votos da direita em SP?

    Do Tarcísio é que não são.

    Ps.:

    1. Meu texto foi escrito domingo à noite pra sair segunda cedinho, como costumo. Flávio se antecipou e no domingo à noite confirmou que desiste com a condição do nome do pai na urna.
    2. Mesmo assim, OGlobo insiste na desistência e continua distorcendo a fala do filho 01. Inconformados com a decisão. Reproduzi, para ilustrar este post, a manchete de agora no portal do jornal.
    3. Segunda vez que Flávio fala de Tarcísio e nada do governador responder.

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