Visitas para conforto espiritual do presidente Lula, após longo debate e várias negativas, estão liberadas para acontecerem todas as segundas lá na carceragem da PF de Curitiba.
Já vi passarem por lá, sacerdotes católicos, teólogos leigos, pai de santo e nessa segunda a visita de um representante do Papa Francisco, trazendo um Rosário, visita agendada e liberada previamente, foi impedida de acontecer alegando a PF o fato do emissário não ser um sacerdote.
O que abre uma interessante perspectiva.
O que é um sacerdote?
A resposta a esta pergunta é : depende.
De qual igreja, grupo, seita ou comunidade etc, provem o sacerdote.
Lutero, por exemplo, dizia que o sacerdócio cristão é universal, todos, segundo o reformador protestante, sao sacerdotes, obviamente os que assim escolher crer.
O emissário do Papa não negligenciou essa questão, em sua entrevista após a negativa, expressou sua surpresa com essa alegação por parte das autoridades brasileiras, uma justificativa de cunho teológico, disse, e, portanto, incabível.
Grabois, o nome do argentino que cumpria a visita em nome do pontífice romano, rebateu ensinando que segundo a doutrina católica todos são missionários e obrigados a cumprir o sacerdócio em nome do Cristo e da sua igreja.
Lembrou que já fez isso inúmeras vezes em vários países do mundo, em diferentes contextos e que nunca havia sido barrado antes.
Vamos aguardar para ver a reação do Papa.
Quanto a ser sacerdote, verdade seja dita, a questão é mais relacionada a posição do que reconhecimento, ou título, ou investidura, na prática sacerdote é aquele que se diz ser e apresenta-se como tal.
Nada nem ninguém controla.
Quanto ao presente que o emissário trouxe do Papa para Lula, trata-se na verdade de um Terço, não um Rosário, embora eu tenha ouvido da boca do próprio emissário a palavra Rosário quando referiu-se ao presente.