Cada vez mais pesquisadores, pensadores, estrategistas e políticos percebem que os debates envolvendo nichos de interesse, racismo, feminismo, drogas, tem servido como motor das divisões das forças progressistas.
Que provocam divisão na sociedade e afastam as pessoas em seus grupos de interesses, enfraquecendo a luta comum por desenvolvimento e autonomia frente ao capital industrial e financeiro.
O que quer dizer que a luta mais importante – a luta de classes – fica enfraquecida.
A solução, pergunta você perplexo – então seria abandonarmos essas bandeiras?
Evidente que não.
A solução é avançar com o diálogo, entre os distintos grupos de interesses, ultrapassando as distintas bandeiras, mais até, incluindo o maior número possível delas dentro dos partidos e movimentos, com barreiras específicas envolvendo democracia e diretos humanos como filtro.
Principalmente compreender o nicho religioso, que se afasta da política por conta de posições conservadoras que sustentam na maioria das vezes só da boca pra fora.
Dei um exemplo.
Quantos anti-abortistas já abortaram?
Quantos racistas confundem preconceito com classes?
Quantos machistas são isolados por ignorância, abusos, cultura?
Todas essas questões precisam ser encaradas como oportunidades e pontes, a atitude de desprezo, arrogância, superioridade, por parte das esquerdas contra esse tipo de gente está enfraquecendo a luta que mais importa.
Estou cada vez mais consciente desse fato, percebendo que no mundo todo esses movimentos podem servir para separar sempre e unir nada.
A ideia é dialogar, respeitando a opinião alheia, buscar consensos, trabalhar no meio de campo possível, acreditando na força das idéias, do crescimento humano inclusivo, radicalizando a disputa pelos meios de sobrevivência material escassos.
Ninguém precisará abdicar de nada.
Só escutar um pouco mais e falar um pouco menos.