Esses encontros missionários sempre foram os melhores.
Não importam de onde venham, do Nepal, da Inglaterra, das matas amazônicas, nunca decepcionam: todos falam besteiras de montes.
(Numa outra oportunidade vou lembrar dos missionários que vivem entre os índios, desgraçando esses brasileiros com esse falso ensino que empesteiam as sociedades urbanas.)
Mas uma ocasião inesquecível, e olha que foram muitas, um estudo particularmente me chamou a atenção, uma espécie de tentativa de revanche do cristianismo contra o Iluminismo; que cometeu o supremo sacrilégio de tirar Deus do centro da vida e colocar o homem.
Esse pecado que cometeu o Iluminismo, objeto da emancipação coletiva em forma de reflexão e estudo, quando a consciência das comunidades urbanas em desenvolvimento e maturidade organizou-se como idéia contra a falsa e interesseira visão de mundo das religiões e de seus sacerdotes.
Um momento de convergência de idéias que identificou nos grupos de influência religiosa a mesma disputa dos espaços de poder para o controle social e influência, no mesmo molde de outros agentes.
Foi, em sentido amplo, um strip tease das intenções e objetivos dos caridosos e piedosos, colocados nus diante de seu público.
A desforra dos religiosos fica como uma ameaça sobre todos nós, desde sempre, inconformados em ter que disputar e dividir o único poder que importa: o secular.
Aqui no Brasil o levante do falso moralismo encontrou fértil terreno e prospera como uma praga de gafanhotos.
A fúria missionária é movida por interesses e o vácuo do debate político qualificado,a falta de credibilidade de políticos e partidos, desorganização social e econômica provocada pela carestia, sedimenta a influência desses grupos.
Se já cresciam no período anterior de desenvolvimento econômico coletivo e individual, lançam-se na captura do desespero que o medo que todo retrocesso provoca, especialmente esse que vivemos agora.
Querem impor falácias, mimimi, conversa fiada, moralismo, proibições, comportamentos, e, em troca ficam com ouro e a prata.
Iluminismo pra essa gente é moderno demais e só atrapalha.
Portanto, luzes,muitas e potentes luzes.
E um pouco de detergente também!