
Primeiro, é importante observar que a demora, no Brasil, costuma ser um indicativo de que a tramitação de um processo foi honesta. Qualquer processo – seja para aprovar um simples requerimento na Prefeitura da sua cidade – que não demore mais do que o esperado geralmente teve algum fator que acelerou o andamento, e, nesse caso, dificilmente foi algo bom ou honesto.
Dito isso, nossa PGR (Procuradoria-Geral da República) e o atual procurador, Gonet, seguem essa lógica à risca. Suas iniciativas raramente fogem à regra: são sempre atrasadas e carregadas de intenções e objetivos que, como mencionado, nem sempre são os mais transparentes.
Mas é assim que as coisas funcionam, ou não funcionam, porque um olho fica no processo e o outro, no ambiente ao redor. A pressão é constantemente medida, e agora convivemos com vazamentos programados para construir cenários e preparar denúncias – uma prática herdada da Operação Lava Jato, que veio para ficar.
A demora, nesse contexto, provoca reações e excitação. Quando se torna cada vez mais evidente que Bolsonaro será indiciado, a reação de tentar uma anistia antes mesmo da condenação expõe o nível de estresse do grupo. Isso também reflete a disputa pelo “espólio do mito” e a necessidade de manter a tropa unida. Ao menos um integrante, por enquanto, não aguentou a pressão e decidiu “explodir com tudo” – inclusive consigo mesmo.
Os prazos dos inquéritos continuam sendo ampliados com descobertas recentes e relevantes. Nada se move sem que a trama inteira seja desvendada. Embora isso pareça demorado, ajuda a reforçar o entendimento do esquema, mantém os investigados sob controle relativo e aponta caminhos claros para o futuro.
No entanto, é fato que alguns personagens tentam emplacar teses para amenizar suas condutas criminosas e reduzir suas penas. O caso da anistia é mais uma bandeira do que uma realidade, mas, por exemplo, a pregação do atual ministro da Defesa de aliviar condenações de alguns envolvidos nos ataques de 8 de janeiro não visa os “peões” da história, mas sim os mandantes, aqueles que atuaram em prol do golpe. No caso do ministro Múcio, sua intenção parece ser proteger os militares. Afinal, se as penas dos invasores chegam a 17 anos, qual será a dos mandantes? Reduzir as punições da base para suavizar as penas no topo parece ser o verdadeiro objetivo.
Enquanto isso, essas discussões continuam circulando, e seguimos aguardando o inevitável: o indiciamento e a condenação de todos os responsáveis, sem a menor sombra de dúvida.
Não é trivial enfrentar e atravessar esse “espinheiro”, mas estamos quase lá.
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