A razão da minha fé.

A imagem que ilustra o post é autoexplicativa; dispensa maiores considerações sobre o que estamos, mais uma vez, deixando para trás.

Existe em nosso país uma divisão de classe tão monolítica, histórica e enraizada que a porção privilegiada não só despreza, como considera sua propriedade a porção dos miseráveis, da qual precisa para viver. E não estão errados, na parte em que percebem a utilidade e a necessidade.

Uma fração dos desprezados não aceita resignada a miséria, mas sua revolta é transformada em crime, onde tentam compensar suas carências com roubo ou tráfico de drogas.

Os números do privilégio e da miséria não deixam dúvidas: mais de 90% das pessoas nascidas em uma ou outra condição seguem ao longo da vida nesse mesmo estrato social.

Nossa concentração de renda é tão grande que superamos todos os demais países do mundo nesse quesito, inclusive a Índia, que vive uma sociedade de castas assumida .

Onde está a razão da minha fé?

Porque, de vez em quando, com muita dificuldade e luta, o quadro nacional enfrenta espasmos de mudanças.

Do nada, repentinamente, surgiu ontem a notícia de que o Brasil agora é o maior exportador mundial de alimentos industrializados. Digo repentinamente e do nada porque não somos devidamente informados sobre essas conquistas.

O que interessa para a oligarquia é manter a estrutura social, afastar os sonhadores, derrotar aqueles que lutam por melhores condições gerais.

Enquanto o congresso aprova o fim das saidinhas dos presos de bom comportamento nas festas de fim de ano, sem nenhuma razão objetiva para isso, além de satisfazer o gosto amargo de seus eleitores. O Brasil promove a cultura, trazendo de volta a Petrobrás para financiar, de maneira e volumes financeiros inéditos, a boa cultura nacional.

E a arrecadação de impostos bate recorde em janeiro e surpreende, também porque pela primeira vez na história passamos a cobrar imposto de alguns bilionários.

Falta cobrar imposto sobre lucros e dividendos dos acionistas, falta reajustar a tabela de imposto de renda para ser mais justa, cobrando mais das rendas maiores e aliviando os pobres e a classe média. Falta muito, mas nenhum deles faz nem pouco nem nada. E agora, quando conseguem, geralmente através de golpes ou fraudes processuais, ganhar eleições, a missão deles é destruir o que já estava pronto e funcionando.

A economia com a Dilma ia mal, diziam, e o déficit da ex-presidenta era de uns R$ 30 bilhões. A tiraram para entregar um déficit de R$ 1 trilhão. E sem que esse dinheiro todo tenha sido empregado em uma ponte ou estrada sequer. Ele simplesmente evapora nos juros astronômicos das dívidas que sempre promovem. Até hoje, com esse BC nas mãos do bolsonarista Campos Neto e seus maiores juros do mundo. Quem embolsa esses bilhões?

E vamos de PAC novamente, novos institutos federais de ensino, reajuste do salário mínimo e aumento da renda nacional, novas conquistas na exploração de petróleo, a nova matriz energética limpa do qual somos os maiores do mundo, a volta do investimento externo e na véspera do retorno do investimento nacional privado. Sim, esse sempre é o último e tímido participante do nosso crescimento.

Teremos alguns bons anos à frente, o rumo está traçado e, apesar das lutas de sempre, dá para seguir e acreditar em mais 4 anos depois de vencido o atual mandato presidencial. Depende também de nós.

A micareta de domingo, cheia ou vazia, é o velório da extrema direita nacional.

A segunda-feira e todos os dias à frente são nossos.


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