Precisei retornar ao assunto. O prazo estimado de 48 horas para a apresentação da explicação do apagão nacional foi antecipado em algumas horas, mas a explicação fornecida não foi convincente.

Pessoalmente, como engenheiro, ouvi a explicação e fiquei com a sensação de que não compreendi nada. Acompanhando a repercussão durante o dia de hoje, percebi que não fui o único a não entender.

A Eletrobrás, agora privatizada, teve o mérito de assumir a culpa, enfraquecendo os críticos de sempre, encastelados na mídia, na velha prática de jogar a conta nas costas do atual governo. Quanto à oposição bolsonarista, nem é necessário comentar; esses indivíduos não sabem nem entendem nada.

A explicação dada foi sobre uma pane em uma rede localizada no Ceará, que provocou o desligamento automático do sistema. Anteriormente, haviam anunciado problemas em dois pontos distintos; no entanto, um deles parece ter desaparecido por enquanto.

Denúncias de centenas de demissões na estatal privatizada e abandono das práticas de manutenção surgiram. Ambos formam o clássico combo das empresas públicas administradas pelo mercado. É importante lembrar que os atuais donos são os mesmos bilionários investigados por fraudes nas Lojas Americanas. Na CPI que apura os fatos temos, a promessa de ex-diretores de delatar o suposto crime cometido.

O governo e seu ministro da Justiça, Flávio Dino, também não estão convencidos com as explicações e continuam investigando com a Polícia Federal os motivos do apagão.

As práticas da empresa privatizada são totalmente desproporcionais, retirando do governo – um de seus maiores acionistas – o poder de influência na condução da ex-estatal.

Pior, o presidente da empresa pediu exoneração na véspera do apagão, um novo CEO foi nomeado e o maior acionista – o governo – ficou sabendo pelos jornais.

Essa saída do presidente na véspera do apagão é uma dessas coincidências difíceis de acreditar.

Enfim, continuamos atentos, pois algo parece estar errado.

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