
Confirmada a inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro, prevista para a próxima quinta feira no TSE, a fase de especulação quanto ao futuro de seu legado está aberta.
O seu legado de votos, especificamente.
No mais ninguém quer saber, antes negar e torcer para esquecermos.
Vou usar o exemplo da Cidade de Vila Velha, aqui no ES, para exemplificar o que entendo sobre a questão.
O atual Prefeito tentará a reeleição, sua base anterior era formada pela soma da direita tradicional da cidade com a nova direita extremista vinda do Bolsonarismo.
Esta base está rachada para a disputa da próxima eleição municipal, que acontecem no próximo ano. Segundo percebemos na formação das chapas em discussão.
Vai para a eleição dividida entre os dois grupos de direita que compunham a base original do Prefeito, para disputar com os demais candidatos de centro e centro esquerda conhecidos.
Imagino esse cenário no Brasil inteiro, com a direita tradicional se posicionado mais distante da direita extremista, mesmo que fazendo acenos para disputar preferência.
O resultado deste movimento é, a essa altura, imprevisível, mas só a divisão antecipa as dificuldades que a extrema direita enfrentará para manter o discurso fascista vitorioso.
Mesmo os seguidores mais fiéis do Bolsonarismo reconhecem que as chances de candidatos mais moderados é maior. E entre eles procuram selecionar estes para as próprias futuras disputas municipais.
Pleitos municipais são descolados do nacional, tem sido sempre assim. Vivemos tempos estranhos, verdade, mas a tendência deve ser mantida.
Então o resultado final do Bolsonarismo nas municipais deverá ser relativizando, no máximo uma sinalização e depois acompanhada de análise caso a caso. Municípios são mundos distintos entre si, cada um com história e desafios diferentes .
O bolsonarismo, se o exemplo de Vila Velha servir para este universo municipal tão vasto, mantém o discurso dos representantes do segmento da segurança, que deve vingar nas cidades médias. No meio rural, o da defesa do agro. Nas grandes cidades o discurso moralista.
Os três nichos de referência do discurso conservador deverão ser estes, cada um adaptado para sua localização e do eleitor.
Em todo o caso a eficácia será medida, e o que percebo é um nicho aguerrido mas isolado, definhando.
Os mais espertos antecipam o declínio e pulam fora antes, esta a tese.
Vamos acompanhar.
O Bolsonarismo dependeria do próprio, e este é incapaz para a tarefa: preguiçoso, desleal e desonesto.
O discurso conservador, por sua vez, encontrou seu lugar e permanece, mesmo dividido.
E ainda tem o conteúdo religioso agregando seus distintos segmentos, e mantendo-os unidos e relativamente coerentes.
Por isso tão perigoso.
A nosso favor o governo integrado e plural que só o Presidente Lula consegue manter .
Será o suficiente, ao menos no curto e médio prazos.
Uma resposta para “O Futuro do Minto.”
Ao comentário preguiçoso, desleal e desonesto eu acrescento covarde ao perfil do ex-presidente.
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