Canto Geral.

Quem veio do vale do rio, esculpido na Zona da Mata, e não seguiu a direção da água, nadou correnteza acima.

Subiu Serra do Mar, sentiu frio, aprendeu palavras novas e novas culturas. Guardou algumas, outras esqueceu.

Seguiu destino, fazendo e desfazendo malas, deixando lágrimas e amizades, acreditando no futuro.

Chegou no porto, viu navios, jangadas, barcos, viu o mar.

Depois voou, atravessou oceanos, provou temperos, arregalou os olhos e tentou compreender.

Porque existe um lugar comum dentro da gente, onde cabem todos os sonhos, também os nossos.

Tão poucos perguntam, por que ali e não aqui, por que assim e não assado, por que para baixo e não para cima. por que para poucos e não para todos?

Mas tem gente que pergunta.

Por que o dólar e não a nossa moeda, por que a fome e não o alimento, por que a guerra?

Hoje mesmo ouvi alguém perguntando, e aceita receber sorrisos mas alerta que isto é pouco, quase nada, não pode continuar.

Mais podemos fazer se juntos, mais e melhor, diversos, diferentes, desiguais, distintos.

A carência é sabida, a sobra também.

Falta querer.


3 respostas para “Canto Geral.”

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