
Quem veio do vale do rio, esculpido na Zona da Mata, e não seguiu a direção da água, nadou correnteza acima.
Subiu Serra do Mar, sentiu frio, aprendeu palavras novas e novas culturas. Guardou algumas, outras esqueceu.
Seguiu destino, fazendo e desfazendo malas, deixando lágrimas e amizades, acreditando no futuro.
Chegou no porto, viu navios, jangadas, barcos, viu o mar.
Depois voou, atravessou oceanos, provou temperos, arregalou os olhos e tentou compreender.
Porque existe um lugar comum dentro da gente, onde cabem todos os sonhos, também os nossos.
Tão poucos perguntam, por que ali e não aqui, por que assim e não assado, por que para baixo e não para cima. por que para poucos e não para todos?
Mas tem gente que pergunta.
Por que o dólar e não a nossa moeda, por que a fome e não o alimento, por que a guerra?
Hoje mesmo ouvi alguém perguntando, e aceita receber sorrisos mas alerta que isto é pouco, quase nada, não pode continuar.
Mais podemos fazer se juntos, mais e melhor, diversos, diferentes, desiguais, distintos.
A carência é sabida, a sobra também.
Falta querer.
3 respostas para “Canto Geral.”
Poesia. Amei! ❤️
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Show.
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Adorei! Lindo texto.
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