O Acordo UE e Mercosul.

Recebemos ontem a visita da presidente da comissão da UE, uma senhora simpática para os padrões europeus, que aproveitou a declaração formal final sobre as reuniões com nosso governo e com o presidente Lula sobre o acordo União Europeia e Mercosul, para muitos elogios ao Brasil e particularmente ao presidente.

Antes dela falou o presidente Lula leu a sua declaração e nos deixou muito explicita a enorme dificuldade de que o acordo com a União Europeia, que se arrasta desde 1997, seja concluído de fato.

Acordo que foi assinado pelo ex presidente fascista e sua trupe de desavergonhados em 2019, mas que passa por período de consolidação para posterior aprovação de todos os países envolvidos.

Lula alencou os principais obstáculos a conclusão do acordo, citou as modificações introduzidas unilateralmente pelos europeus no tratado em março desse nesse ano e que preveem sanções no caso de descumprimento de metas ambientais, salientou que parceiros não impõem sanções, avisou que não abre mão de compras do governo direcionadas prioritariamente para o mercado interno, e não tocou no prazo para a conclusão da negociação..

A parte europeia, em mesuras e elogios, repetia que o prazo para a assinatura seria ainda esse ano, anunciou auxilio ao fundo amazônico de 20 milhões de euros, uma mixaria, anunciou promessas de investimento privado na nossa região e repetiu que o prazo para conclusão seria até o fim do ano, e repetiu depois novamente.

Procurei saber a opinião de terceiros sobre o futuro do acordo, há quem diga que ele vai sair, o que eu duvido.

E nem faço questão, muito antes pelo contrário, o acordo é uma armadilha para a nossa reindustrialização, um alçapão sem fundo para garrotear o nosso desenvolvimento tecnológico e uma espécie de armistício entre David e Golias.

Vocês sabendo quem é quem nessa história.

Ficamos assim , segundo o acordo, vendemos banana e melancia sem tarifas, evidentemente concorrendo com os subsídios que os produtores europeus recebem, e em troca compramos sem tarifas os aviões, carros e computadores que eles produzem.

Ah, e nossas compras do governo precisam incluir os fornecedores europeus nas licitações, sem tarifas por certo.

O que vocês acham?

E isso ai incluindo o restante do mercosul, que tem no Brasil o principal fornecedor de manufaturados de suas economias.

Adivinha o que acontece com a produção de manufaturados brasileiros com a assinatura desses acordos?

E por que as conversas continuam?

Me parece que para atender a solicitação dos europeus, que mostram impaciência nesse tema, por certo um grande interesse eles tem e porque o acordo foi assinado em 2019 pelo fascista e precisa de uma solução para ele.

Mas a declaração do presidente Lula foi muito contundente, a mais que jamais ouvi sobre o acordo, e pode mostrar que ou o Brasil colocou as cartas na mesa e espera uma resposta, ou chutou o balde de uma vez ao mostrar ao mundo as desavenças irreconciliáveis.

A ver.


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