
No próximo domingo, ocorrerão as primárias na Argentina, o que, para nós, equivale a uma disputa interna nos partidos, para definir seu candidato na corrida presidencial. Lá, a votação para as candidaturas é aberta e obrigatória, mesmo quando o partido possui apenas um candidato concorrendo.
Isso assume uma importância significativa como um indicativo da votação oficial que acontecerá nas próximas semanas. As eleições colocam em competição 4 candidatos : os Peronistas com Massa e a centro-direita com Bulrich – ainda sob a influência do ex-presidente derrotado Macri – a extrema-direita com Millei, e Laretta o atual prefeito de Buenos Aires que corre por fora.
Temos de tudo : situação, oposiçaõ de direita, oposição de extrema direita e uma terceira via.
O Peronismo, que atualmente governa o país, enfrenta riscos, uma vez que a crise forçou o presidente atual a desistir da reeleição, lançando, em vez disso, seu ministro da economia como candidato. No entanto, essa decisão é exatamente seu ponto fraco, uma vez que o país continua atravessando uma de suas crises intermináveis.
Atribuir todos os problemas atuais à administração fracassada de Macri pode não ser suficiente. Chega um momento em que o governo em exercício precisa prestar contas pelo que fez, e, nesse ponto, culpar a administração anterior pode não ser mais satisfatório. Esse momento chegou e o candidato do Peronismo está enfrentando dificuldades, mesmo liderando as pesquisas com cerca de 25% de apoio. Ele corre riscos reais de derrota perante os candidatos da centro-direita e direita. O extremista Millei, que está perdendo força nas últimas etapas, felizmente, dá mais espaço para Massa, o Peronista, com mais chances de sucesso.
Ninguém se atreve a dar um palpite, e a eleição será altamente competitiva. As prévias, conhecidas como PASO, indicarão os rumos a seguir.
Ainda não está claro quando o governo de Lula dará sinais mais claros sobre os candidatos que apoia. Certamente, os Peronistas esperam por algum tipo de ajuda. O apoio evidente à presidência atual de Fernandez por parte de Lula é bem conhecido e não se pode subestimar a influência que ele tem ao apoiar algum candidato, já que desfruta de grande prestígio na Argentina, e isso não é de hoje.
Lula aguarda os resultados das prévias, enquanto faz todo o possível para auxiliar seus vizinhos na superação da atual crise. A próxima reunião dos BRICS, na qual a Argentina será amplamente discutida, faz parte dos esforços para evitar a derrota do centro-esquerda no país.








