
É.

Quem veio do vale do rio, esculpido na Zona da Mata, e não seguiu a direção da água, nadou correnteza acima.
Subiu Serra do Mar, sentiu frio, aprendeu palavras novas e novas culturas. Guardou algumas, outras esqueceu.
Seguiu destino, fazendo e desfazendo malas, deixando lágrimas e amizades, acreditando no futuro.
Chegou no porto, viu navios, jangadas, barcos, viu o mar.
Depois voou, atravessou oceanos, provou temperos, arregalou os olhos e tentou compreender.
Porque existe um lugar comum dentro da gente, onde cabem todos os sonhos, também os nossos.
Tão poucos perguntam, por que ali e não aqui, por que assim e não assado, por que para baixo e não para cima. por que para poucos e não para todos?
Mas tem gente que pergunta.
Por que o dólar e não a nossa moeda, por que a fome e não o alimento, por que a guerra?
Hoje mesmo ouvi alguém perguntando, e aceita receber sorrisos mas alerta que isto é pouco, quase nada, não pode continuar.
Mais podemos fazer se juntos, mais e melhor, diversos, diferentes, desiguais, distintos.
A carência é sabida, a sobra também.
Falta querer.

Um personagem indesejado, antes um aríete do que um sujeito encarregado de uma tarefa, sobrevivendo entre frestas da civilidade e resgatado entre os piores para cumprir o pior.
Quando chega sua hora de um acerto de contas, não tem nada e quase ninguém para mostrar, toda lembrança é constrangimento, cada frase e cada gesto inapropriados.
A falsa fala histriônica, o recado de equívocos, a plateia com enquadramento fechado, a pressa, sempre uma aparição programada para parecer o que não é e a espontaneidade previamente planejada.
E tudo não serve mais.
Agora só um boneco de circo programado para atrair por seu ridículo e tentar sobreviver.
A decisão por seu afastamento ainda não foi concluída, antes segue célere para nossos padrões, sinal do efeito negativo de sua lembrança, a necessária e urgente página virada desde que tudo permaneça como estava.
Sem plateia, coral, música, padre ou pastor.
Um cortejo triste, mais que triste : melancólico e constrangido.
De onde nunca esperaram nada, nunca alimentaram expectativas, senão sugar o mais e mais rápido possível sabendo que ia durar pouco.
E agora esquecer o traste, para um novo ser gestado intrinsecamente igual mas de melhor modos e aparência.
Leite, Zema, Tarcisio, Braga Neto, alguns nomes.
Não por acaso juntos no desastre do início ao fim, na disputa do espólio. Isto sim valioso.
Para onde o preconceito, a raiva, burrice, ódio, rancor e violência encontrarão guarita?
O antipetismo?
É para onde vão, sempre.

Quem achava que o xingamento ao atual Presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, estava chegando ao fim, precisa renovar seu estoque para mais uma temporada.
A manutenção das maiores taxas do mundo – que na conjuntura nem é manutenção senão aumento da taxa real de juros – ultrapassou os cânones do consenso econômico e adentrou no campo bíblico, mais especificamente no Antigo Testamento.
Por dois aspectos : é um desastre de proporção Bíblica do tipo uma oitava praga; é um espírito de porco do tipo proibido no livro dos Levíticos.
Não existe ajuste Fiscal suficiente para suportar uma despesa com juros da ordem de R$ 800 bilhões, o valor transferido para rentistas e bancos. Estes últimos que oferecem empréstimos e crédito a 100, 200 e 300% aa, permitindo ao setor conviver com inadimplência alta, enquanto garantem receita aplicando nas crescentes taxas Selic praticadas no Brasil por eles mesmos.
Ou alguém tem dúvidas de onde saem as taxas Selic?
O neto do Bob Fields, outro economista de mercado alçado a guru do pensamento nacional e que provocou a seu tempo desastres homéricos, e escândalos, superou a etapa de consenso – fingido e interesseiro – entrando na perigosa etapa da contra corrente.
Enfrenta agora criticas até de pares, ou párias, assustados com a possibilidade que tamanha insensatez e imperícia comprometa a conquista da independência do Banco Central, a duras penas conquistada.
Custou um golpe de estado.
Mais sabidos que o empedernido Campos Neto, percebem a ameaça de perder o prêmio do Banco Central, soçobrando no chiqueiro liberal derrotado nas urnas.
A administração de Campos Neto caminha para formar um consenso contra a independência da condução do Banco Central, e tratando-se de uma primeira experiência o resultado não poderia ser mais desastroso para quem advogava por essa causa.
Acho as reações do governo atual ao desastre insuficientes, não vejo nem de longe uma ameaça dessa envergadura ao Brasil, semelhante a esta política do atual BC. Uma guerra contra o nosso progresso, uma âncora insuportável.
Temos meses de misuras e queixas contra essa figura, horas de conversas e reuniões inúteis, discursos e debates no legislativo.
Lula não perde uma oportunidade de criticar, Haddad e Tebet, Alckmim, todo o primeiríssimo escalão do governo, sem sucesso.
Alguma coisa a mais precisa acontecer, se ainda esperavam algum sinal de razoabilidade por parte do BC, devem abandonar.
O problema é tão grave quanto os males que causa, que nesse caso é imensurável de insuportável.
A hora de decidir sobre isto chegou.
Passou.

Primeiro um ex-embaixador dos EUA aqui no Brasil, depois uma reportagem completa no FT.
Um movimento típico e simultâneo, combinado, de quem quer tornar conhecida a sua opinião.
No caso, sua insatisfação.
E do que os EUA reclamam?
Do pouco ou nenhum apreço do nosso Presidente Lula quanto ao apoio dado para garantir a sua posse, diante das ameaças do Bolsonarismo, sobretudo dos militares.
Quanto ao apreço, lembro que os EUA foi o primeiro país visitado pelo Presidente Lula nesse terceiro mandato. E veio de lá com as mãos praticamente vazias e sem promessas, segundo nossa imprensa informou.
Mas a verdade é que fica mais claro o sentido da visita, reconhecer o importante papel da administração Biden nos eventos recentes .
De nossa parte, vida que segue.
Não estamos promovendo inventário das intervenções dos EUA nos territórios do Sul. Isso está na história.
Nos interessa agora promover parceria visando um mundo multipolar, resguardando em primeiro lugar nossos interesses comerciais e o progresso interno.
Quem estiver conosco neste trabalho pode vir somar.
Quem não quiser viver neste mundo que almejamos, nos dê licença.
Tratados, acordos, trocas, compra, venda, intercâmbio, apoio, todas as formas de coexistência será testado, todos os limites expandidos.
Tem lugar pra todo mundo, integrando, somando, e é nisto que acreditamos e é este o trabalho que está sendo executado.
Ai apostamos o nosso futuro.
Agradecemos todo o apoio e nos dê licença, vamos passando.

Amanhã aguardamos a leitura das mais de 400 páginas prometidas no voto do Ministro do TSE, encarregado de cassar os direitos políticos do genocida.
Quando um juiz anuncia que esta disposto a escrever mais de 400 páginas sobre você, sugiro deixar as barbas de molho. E é o esperado para o julgamento amanhã, que um rol de crimes, alguns hediondos, fiquem marcados nessas páginas para a história.
Quando penso nisto, não o faço de maneira vingativa, nem me vejo promotor de justiça, enxergo o fato naturalmente, amadurecido, consequente aos fatos.
Como um trem descarrilhado que volta aos trilhos.
Sem esquecer a tragédia que foi.
Surpresa foi a sua eleição, não esperava de forma alguma. Ainda tenho marcas ai, cicatrizes, um espanto não resolvido em conviver com compatriotas com escolhas deste naipe. Não nego, lamento e me entristeço.
Os parceiros do criminoso temem a recidiva de sua depressão, no que poderia apontar um traço humano do genocida, mas só vejo mais mentiras. Nada ali me comove.
Quando Lula inaugurou nas suas campanhas o “nós contra eles”, e depois repetiu cada vez menos nas subsequentes, mas repetiu. Nunca deixei de entender e apoiar o chamado, era esta a disputa, ainda é. E seus críticos usam o exemplo contido neste mote eleitoral, como um aspecto agressivo da maneira Lulista de ser. Não deixa de ser verdade, é um grito necessário, sintético, eficaz, mas agressivo, sim. Podemos até afirmar que em vista dos componentes usuais de campanha, onde vale praticamente de tudo, é uma agressividade totalmente aceitável, mínima, que delimita os campos fixando posições. Daí sua eficácia.
Enquanto os adversários prometem nos metralhar, e a esta altura estaríamos em maus lençóis fossem eles os vencedores.
Mas como perderam, e depende de nós a condução de parte da carga, não chego a propor armistício, desarmar os espíritos completamente, antes percebo a necessidade de enorme vigilância. E procuro acompanhar os fatos com confiança, mesmo quando meu senso crítico alerta que afastar o Bolsonaro abre a porta para a presença de um candidato antipetista e cheiroso.
Perceba, não tem problema a disputa em si, prezamos a democracia, o problema é que antes eles são anti, antipetistas, e depois não precisam ser a favor de nada. E vazios estão e vazios ficam.
Bom, teremos muito tempo pra falarmos sobre isto.
Agora é aguardar o desfecho da sorte do genocida, cassação no TSE é pouco, muitas outras condenações estão no forno.
Sem ódio, rancor, uma justiça consequente e célere.
É o necessário, que seja o suficiente.

Em todas as oportunidades que teve em suas viagens, Lula incluiu nos discursos a cobrança de promessas dos países ricos no financiamento da preservação das florestas.
Havia acordo de até 2020 um aporte de U$ 100 bilhões e que não foi cumprido, muito menos que essa mesma quantia passasse a anual depois.
A preservação da floresta implica na solução para a sobrevivência humana dos que lá vivem, só na Amazônia brasileira seriam quase 30 milhões de pessoas .
Lula inclui na área carente dos recursos toda a amazônia, nossos vizinhos com quem dividimos a floresta , e as florestas na África.
A notícia de hoje é que nessa viagem no encontro com o presidente Francês Macron, será feito o anúncio de que o montante inicial está completo, todos os países cumpriram e o dinheiro está para ser liberado.
Senão nessa semana, na próxima reunião de setembro. A sinalização será feita em qualquer hipótese nesse encontro agora.
Uma grande notícia que mantém o Brasil na dianteira da liderança ambiental, incluindo os demais países necessitados. E confirmando a confiança no governo atual para cumprir tamanha tarefa.
Muita coisa poderá acontecer a partir desse financiamento, e resta ainda aguardar a confirmação na liberação anual para projetarmos a devida aplicação.
Florestas e homens dependem mutuamente desses recursos , preservando e mantendo a vida humana e do ecossistema amazônico.
Fiquemos de olho, essa semana.

Estamos de volta naquela temporada do sortudo, de tempos em tempos ela retorna. Parece o El Ninho ( em portunhol).
Talvez seja preciso recordar a expectativa geral no fim do governo anterior, com relação ao ano seguinte que iniciava e que independia do futuro governo. Mas a melhor tradução sobre a expectativa não seria essa, que independia do futuro governo, a melhor interpretação seria que essa expectativa continha uma reflexão sobre o futuro válida, se as condições atuais de temperatura e pressão continuarem as mesmas.
Ou seja, se o futuro governo não mudar o atual roteiro da economia, o resultado esperado no fim de 2023, seria, segundo o Boletim Focus de dezembro de 2022 : Inflação 5,61%, Dólar R$ 5,45 e PIB 0,78%.
Foi com essa expectativa que o atual governo iniciou o ano e até meados de maio de 2023 permaneciam mais ou menos as mesmas, ou até uma piora nos números apareceram nas previsões do mercado.
E nem estou aqui tratando de análise furada, totalmente desmoralizadas pelo viés interessado nos altos juros e ideológica.
Quem não te conhece que te compre, literalmente.
O que destaco é que sendo essas as expectativas dos agentes econômicos, ministros do governo extinto incluídos, o Guedes, falando claramente, é mesmo lamentável o próprio ou alguns de seus funcionários, anteriores ou ainda os atuais, como por exemplo o Presidente do Banco Central Campos Neto, atribuir a si de qualquer maneira direta ou indireta, o atual bom momento da economia brasileira.
Perceba que expectativa de todos eles eram de pífias para medíocres, e olhe lá.
É isso.

Segundo nos afirma, o Juiz que substituiu o Moro na 13 de Curitiba, Appio, foi afastado da Vara quando começou a investigar o destino de R$300 milhões, recebidos em acordos e multas, e desaparecidos em seguida.
O que seria espantoso.
Mas piorou.
Ontem soubemos que, na realidade, e agora seguindo a informação do Tribunal que investiga a 13 Vara de Curitiba, a ex do Moro, o valor investigado subiu para R$ 1 bilhão.
Dinheiro arrecadado nos acordos e nas multas, repito, que ninguém sabe e ninguém viu.
A disposição dos Procuradores do MP-PR, somada a do ex-juiz Moro, nunca escondeu sua inclinação para se apropriar do butim milionário de seu, digamos, combate ao crime. A extinta Fundação Dellagnol pretendia em sua inauguração dispor de R$ 3 bilhões do acordo da Petrobrás com a justiça Americana. Numa dessas operações inexplicáveis.
Pois bem, de minha parte informo que eu sei para onde esse dinheiro foi.
Ao menos parte dele. Muitas vezes li que a Lava Jato liberava recursos para a Polícia Federal reformar refeitórios, realizar cursos e palestras, financiar viagens. Um aberração sabida que seguia aparentemente incólume.
E isso foi repetido em outras doações da Lava jato, para outra entidades além da PF.
Os órgãos de controle adormecidos, a imprensa vigilante distraída, o Congresso ocupado com pautas bomba.
Agora todos querem saber do dinheiro que sumiu.
Lula avisou o ex-juiz, naquela audiência histórica, que a canoa ia virar e eles todos iam entrar pelo cano.
Nesse momento em que, de fato, foram reduzidos a uma espécie de Geni, depois de supostamente nos salvarem do mal, não encontram uma marquise para esconder da chuva de estrume.
A mão que os apedreja é a mesma que os afagou.
Luis Inácio avisou.
Agora esse dinheiro precisa aparecer, o destino precisa ser encontrado e os responsáveis punidos.
E aviso que tem mais que R$ 1 bi, basta somar os valores dos acordos e das multas, que ele mesmo divulgavam, e estamos falando de uns R$ 3 bilhões.
Espero ter colaborado nas investigações.

O senhor sabe, naquelas grandes cidades longe e onde falam língua do estrangeiro, já corre a notícia de uma grande safra, que no Brasil a economia está organizada, orçamento previsto e ajuste fiscal na receita e não na despesa .
Aqui passamos por dificuldades, uns loucos desprezaram o mal da Pandemia, provocaram muitas mortes e depois vendo a derrota certa derramaram dinheiro em vão e sem paradeiro ou destino.
Jogando tudo fora, tudo ficando parado e desatinado, desgovernado.
O senhor ouça, sabe mais do que eu, veio de lá desses lugares. E me diz se tudo agora está ou não está mudado? Se agora a gente sabe para onde vai, se apostar no desenvolvimento investindo o certo e no correto, trabalhando duro e junto, acreditando e incluindo, se é isso mesmo que faz o Brasil crescer?
Me conte, porque por aqui dizem que sim, o estrangeiro promete investimentos, os do mercado começam a aderir, até liberais desistem de lamentar e dizer da sorte do homem.
O homem tem sorte mesmo, mas ele atrai, ele vai atrás, ele acho que convence a sorte a ficar do lado dele, só pode.
O tal do PIb avança, a inflaçao diminui, um novo plano de investimento vem aí, retomando 14 mil obras abandonadas.
Só isso já não seria muita coisa?
Imagine o senhor, deixar largado esse mundo de trabalho e jogar tudo fora. É claro que tem valor quem conclui tanto trabalho acumulado, tanta obra inacabada.
Ai pode começar as outras, começar as suas. E assim vem o emprego, a renda e a família da gente assistida .
E tudo vai parecendo fácil, mas esses aí que perderam não tem a menor ideia do trabalho, porque só trabalham para si e não para o todo .
Dai o fracasso, me acompanha?
Só pode ser isso.
Mas o senhor me desculpa, que já falei demais e tem ainda muito chão pela frente, muita batalha a vencer , muita gente amansar. E deve acontece, tem tempo e o senhor entende bem, é porque o caminho é conhecido apesar de difícil, essa travessia não é nova, embora toda vez ela mude um pouquinho sua paisagem pra dificultar.
Depois falamos mais, por hora precisamos atravessar.