De “pressionou” a “pediu”: pediu o quê?

Reproduzo acima parte da coluna da jornalista Malu Gaspar de hoje, no O Globo. Observe que, depois de afirmar, alegando seis fontes, que o ministro do STF Alexandre Moraes fez “pressão” sobre o presidente do BC, Gabriel Galípolo, para aprovar a fusão do banco Master, de Vorcaro, com o BDB, agora muda para “pediu” não se sabe exatamente o quê ao presidente do BC, durante uma reunião em julho e, aparentemente, na frente de muita gente. Ou alguém entre esses andou falando demais, ou a jornalista ouviu demais.

Vale uma cronologia resumida: em março, o BDB (Banco de Brasília) anuncia que comprou o banco Master. Em julho, ocorre a tal reunião no STF (Moraes já disse que nunca foi ao BC) sobre as sanções do governo dos EUA bloqueando o acesso ao sistema bancário do ministro. Em setembro, o BC anula a compra do Master pelo BDB. Em novembro, o BC liquida o banco Master por fraude bancária de 12 bilhões em títulos falsos e rombo estimado em 50 bilhões no caixa da instituição.

Aí vem a jornalista e revela o contrato milionário da banca de advogados liderada pela esposa do ministro e o acusa de praticar advocacia administrativa (lobby) a favor do Master.

A marcha à ré da jornalista era mais do que previsível, uma vez que não conseguiu sustentar a acusação por falta de provas.

Na sequência tentaram incluir a PF, tentaram incluir o Lula, tentaram de tudo e saem agora para cima do ministro Toffoli, esse sim cheio de rolos na apuração desse caso.

O que, apesar da apuração estranha de Toffoli, não vai reverter o estado atual de liquidação do banco de Vorcaro.

A tal acareação entre Master, BC e Banco de Brasília, marcada para amanhã no STF, vai ocorrer, mas retiraram a “pressão” sobre o BC ao explicar que o diretor chamado para participar não é investigado.

Sobrou o tal contrato milionário da esposa, que não foi negado por ninguém, o que, para mim, não deixa nenhuma dúvida de sua validade e existência. Mais: a família Moraes comprou, em setembro, uma casa em Brasília por R$12 milhões, mostrando que também não estão escondendo a prosperidade que experimentam atualmente.

O que não é crime, diga-se o que quiser. São os príncipes e princesas da República aproveitando oportunidades para empreender.

O assunto, que estava na base, só requenta dia sim e no outro também, até por falta de assunto nesse período de férias, e segue ladeira abaixo para o esquecimento.

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