O triplex do Xandão.

Observe a coluna de hoje da jornalista Malu Gaspar, no jornal O Globo, que foi quem iniciou essa onda contra o ministro Alexandre Moraes, do STF, a partir de afirmações provenientes de fontes em off — que depois ficamos sabendo que eram banqueiros — acusando o ministro de advocacia administrativa criminosa junto ao Banco Central, visando à aprovação da compra do Banco Master, de Daniel Vorcaro, pelo banco BRB, do Distrito Federal. A partir daí, silenciou, após as negativas de Moraes e de Galípolo.

Quem apareceu em seguida foi Mônica Bergamo, do UOL, tentando incluir a Polícia Federal no rolo das pressões, mas também o superintendente do órgão negou ingerências de Moraes sobre o caso.

Mais silêncio, e hoje reaparece a acusadora mor com nova coluna, na qual fala de tudo, menos de Moraes.

A meu ver, jogou a toalha e muda de assunto.

Somado ao fato que acabou de ocorrer no hospital de Brasília, com o filho 01, Flávio, lendo a carta do pai confirmando seu nome como o escolhido para a disputa presidencial em 2026, o cenário muda, e alguns personagens que andam dando uns pulos por aí vão mudar de atitude.

Primeiro, a esposa, aquela que foi candidata sem ter sido.

Segundo, os entusiastas do plano T, de Tarcísio: acabou.

E aqui está o ponto central dessa armação contra Moraes diretamente e Gabriel Galípolo indiretamente.

O fato de a colunista de O Globo invocar a Lava Jato em sua coluna de hoje não é somente saudosismo — ela, que foi uma das principais porta-vozes da armação ilimitada daquele grupo de bandidos travestidos de promotores e juízes. Ao invocar o passado, tenta fazer um paralelo entre acusações a personagens atuais e aquelas da Lava Jato, para apontar as consequências possíveis das novas acusações. Onde se equivoca inteiramente, mas nos permite fazer o mesmo paralelo, porque tudo aquilo que chamaram de Operação Lava Jato não passou de uma farsa. E entre suas consequências — além do fascismo a ser enfrentado — podemos destacar a desmoralização do juiz e dos dois promotores envolvidos na trama. E dos jornalistas também, que não por acaso não se conformam, não reconhecem os erros e preferem incorrer em novas mentiras para seguir na busca de derrotar o projeto nacional-popular vitorioso em 2022 e a caminho de nova vitória em 2026.

Eu via dois objetivos nessa nova investida do mesmo grupo lavajatista da imprensa: usar a vingança de Vorcaro contra Moraes e sua família — afinal, ele certamente imaginou que estava comprando proteção ao assinar aquele contrato milionário com a esposa do ministro — e a vingança dos bancos contra o Banco Central de Galípolo, que barrou a compra do Master pelo BRB, obrigando o Fundo Garantidor a cobrir o rombo de 50 bilhões do banco falido. Difícil imaginar que a banca privada engoliria um prejuízo desse tamanho sem buscar culpados e punição.

Esses, para mim, seriam os principais motivos da atual situação, que mudou a partir da leitura da carta de Bolsonaro confirmando o filho Flávio.

Porque, entre outras coisas, na vingança o que se tentava era a volta de Tarcísio e do plano T, no meio da desmoralização de Moraes e do STF, dando abertura para o bolsonarismo refazer as contas e rever a candidatura solo da família.

Não era somente uma operação de vingança. Seguramente Vorcaro é uma das fontes da colunista de O Globo e quer, sim, se vingar e tentar se salvar. Mas o outro personagem contado como fonte seria o banqueiro André Esteves do banco BTG, e esse teria, além da vingança pelo prejuízo, razões políticas para apoiar Tarcísio e viu oportunidade de tentar embaralhar o jogo antes que o bolsonarismo desse sua cartada final com a declaração pessoal do chefe confirmando o filho como herdeiro.

O que acabou de acontecer.

Então a vingança perde seu objeto, por assim dizer; interesses laterais perdem força diante dos fatos, e prevalece derrotar Lula. Para isso, naturalmente, Flávio vai se impor; vão buscar se ajeitar a ele e, entre outras prioridades, negociar um bolsonarismo mais equilibrado é essencial para diminuir a rejeição ao sobrenome, sem o que a candidatura não decola.

Aposto que essa trama se esvai, o “duplex do Moraes” não ganha corpo e a campanha eleitoral assume a frente dos interesses.

Os jornalistas envolvidos saem de banda; o escândalo Master está nas mãos de Toffoli, que não é exatamente um personagem maior e pode amenizar aqui e ali, sem deixar de manter a liquidação do banco definitivamente.

E o ano de 2026 finalmente chega com tudo.

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