
Fim de ano e escassez de notícias, com Congresso e Judiciário em recesso, a maioria das pessoas comemorando Natal, Ano Novo e férias, costuma provocar o fenômeno dos escândalos.
Fabricados, bem entendido.
O último, servido na praça, envolvendo o ministro Moraes pressionando o presidente Gabriel Galípolo, do Banco Central, para liberar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília, segue no noticiário sem acrescentar nenhuma evidência ou alguma fala que não seja em off.
Perceba que cabe ao jornalista e ao jornalismo confirmar o que escreve, e manter afirmações em off tanto serve para proteger fontes como para distorcer falas e fatos, que precisam ser confirmados.
A origem da notícia é uma jornalista ligada à Lava Jato e a militares, desmoralizada por sua defesa do tribunal de exceção do Paraná e sempre porta-voz do golpismo da caserna. Então, todo cuidado é pouco para levar a sério mais essa tentativa de desmoralizar o ministro Moraes, nessa hora crucial, e levar com ele o STF, nosso bastião na defesa da democracia e no enfrentamento do fascismo.
A avaliação dos envolvidos no escândalo, tanto Moraes quanto Galípolo, da trama para salvar o banco da falência, não mereceu desmentido oficial, surgindo outro tipo de explicação em off, ao menos de Galípolo, dizendo que seus encontros recentes com Moraes, a pedido do ministro, foram para esclarecer situações envolvendo as sanções dos EUA contra o ministro, que envolviam restrições das atividades bancárias, com riscos para as instituições brasileiras, como todos sabemos.
Por parte de Moraes, nem em off ficamos sabendo de nada.
Então estamos com as repercussões do escândalo como uma sombra de fundo, por conta de um contrato extraordinário do Banco Master com a esposa do ministro Moraes — de milhões de reais e desembolso mensal de 3,2 milhões de reais — que também não foi desmentido pelo casal envolvido.
Os príncipes de Brasília, da República Brasileira, precisam entender que têm que tomar muito cuidado com o que fazem, com o que lidam, com os interesses que defendem. O preço do poder que exercem e da influência é enorme, tanto para fazer o certo quanto o errado.
Não estão livres para fazer o que lhes der na telha, e esse contrato do escritório da esposa de Moraes com o Banco Master, honesto ou desonesto, envolvendo milhões, é o tipo de coisa mal explicada que deixa aberto o flanco para todo tipo de ilação, acusação e ataques.
E se tem alguma coisa errada, que seja trazida ao conhecimento e não fique nessa zona de sombras em off, de origem mais suspeita impossível.
Ficamos assim. Gabriel Galípolo deu sua versão, em off, porque foi envolvido em off e devolveu na mesma moeda. A esposa de Moraes não desmentiu o tal contrato milionário com o banco falido, o que supõe ser verdadeiro o fato. Moraes não respondeu o off da acusação de que atuou para viabilizar a venda do banco, e aqui eu dou crédito ao ministro, porque quem fez a afirmação não merece minha confiança.
Mas aos príncipes de Brasília fica sempre a máxima: devem não somente ser honestos, mas parecer honestos.
Sempre.
E, de repente, o caso Master que era um escândalo do entorno bolsonarista e do centrão, que seriam os próximos ao ex proprietário do Banco, passa a ser do Banco Central do governo Lula e do STF do Moraes.
Então, todo cuidado é pouco.
Ps,: nessa terça de manhã o Ministro Moraes rompe o silêncio :

Ps2: e logo em seguida :

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