Era vidro e se quebrou.

Ainda estamos por ver se o resultado da pesquisa Quaest de ontem, mostrando Flávio com 23% e Tarcísio com 10% das intenções de voto no primeiro turno, contra Lula com 41%, terá os efeitos prováveis de fazer Tarcísio desistir da disputa.

Enquanto acompanhamos a fala do líder do PT na Câmara, Lindembergh Farias, que, sobre a briga entre Flávio e Tarcísio pela vaga da direita na eleição contra Lula, afirmou que “estamos torcendo pela briga”, não nos surpreendemos com o resultado que coloca Flávio à frente nessa disputa interna e sepulta a candidatura de Tarcísio.

O chamado plano “T” foi abatido pela decisão do ex-presidente ao indicar o filho.

As razões da escolha pelo filho foram exaustivamente debatidas aqui no blog, mas lembramos que se trata de manter o legado do bolsonarismo com a família.

Da mesma forma, a escolha preferencial pelo filho que carrega o sobrenome, mostrada na pesquisa em enorme vantagem sobre o atual governador de SP, era igualmente previsível; faltava apenas ser expressa em números, o que a pesquisa da Quaest providenciou.

Outro ponto que a pesquisa mostra — e aqui não somente esta última — é que Lula permanece com chances crescentes de vitória no primeiro turno, com intenções de votos válidos muito próximas dos 50% necessários para definir de cara a disputa.

Seria um reconhecimento do Brasil ao seu maior presidente de todos os tempos, uma homenagem ao seu último período na Presidência.

Mas não é uma questão de torcida, nem de previsões, e sim de ir para a disputa com tudo e com todos e definir, de maneira objetiva, nossa melhor alternativa disparada para os próximos quatro anos.

Sempre lembrando do imperativo de escolher, entre os candidatos da base, deputados e senadores em número suficiente para sustentar esse próximo período.

Também aqui, nada de novo.

Mas, factível?

Nosso tema preferencial em 2026.

Enquanto não chegamos lá, resta ver o que Tarcísio fará, lembrando que ele sempre negou sua candidatura a presidente; quem fazia isso eram aliados, a imprensa corporativa, o PIG e os mercadores da Faria Lima, todos decepcionadíssimos com essa pesquisa da Quaest. Tarcísio, entretanto, basta manter a fala e sair de fininho.

Sem esquecer — ou aí alguém lhe alertar — que 2030 também foi para o beleléu, porque a familícia não abre mão, agora nem no futuro, de manter em suas mãos a herança dos votos. Isso ninguém destaca, e é, a meu ver, a maior consequência da decisão interna do bolsonarismo: perder agora e depois seguir perdendo, até definhar, sem fazer algum tipo de concessão à direita que se julga limpinha.

Assim como a pesquisa da Quaest terá consequências imediatas no rumo da próxima eleição, a decisão do bolsonarismo de seguir sozinho terá efeitos nas próximas eleições.

Em todos os casos, a notícia é terrível para as pretensões presidenciais desse grupo político que gravita na Faria Lima, na imprensa e na direita tradicional. Estão no pó da rabiola eleitoral e no pó permanecerão.

Ou, como sugere a capa histórica da revista Veja sobre o futuro do PT, publicada em 2005 e que reproduzi para ilustrar o post: quem era de vidro e se quebrou foi a direita tradicional. E não há conserto para os próximos anos.

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