Inventário.

O governo aproveitou a derrota da MP dos BBBs para promover um inventário de suas escolhas políticas visando 2026.

Me parece ser a eleição mais antecipada das últimas décadas, se não a mais de todas.

O ajuste de cargos, tão falado e que anda devagarzinho, acomodando interesses, parece seguir nesse conta-gotas — e imagino que se conclua, digamos, após o resultado eleitoral do próximo ano. Por agora, ajustam-se expectativas e, depois das eleições, a realidade e o pragmatismo se impõem.

Curioso como essa dança das cadeiras dos cargos, até agora, não mexeu com os ministros. Outra novidade.

Mas estamos além de cargos e alianças: também o discurso anda sendo ajustado — mais social, mais ecologia, mais distribuição de renda e mais taxação de ricos e milionários. E não é discurso eleitoral somente, mas o caminho para uma base de sustentação maior, mais orgânica e impositiva.

No que depende do eleitor confirmar se é isso mesmo que ele quer, além de eleger nosso Lula.

É interessante como o eleitor faz esse movimento de eleger um partido e dividir o poder no bolo de escolhas no Congresso. Tem uma sabedoria aí na decisão. Por isso, a relutância em entregar a chave e todo o conteúdo para uma só mão ou partido. Tudo bem — vamos pensar, então, que o partido do presidente precisa de uma fatia maior nesse bolo para melhorar a disputa e solucionar alguns problemas decorrentes de tantas parcelas de poder envolvidas e tantos interesses em disputa.

Quem sabe?

Outra possibilidade é que Lula e sua ministra Gleisi saíram irritados com a derrota da MP e andam reagindo com parte fígado e parte raciocínio. Nesse caso, e sabemos que são humanos, melhor ir com calma e fazer o trabalho com mais paciência ainda.

Não é fácil, mas a única forma de lidar com tantas variáveis.

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