
Lula 2026, Milei e o Debate Sobre Popularidade
Algumas unanimidades despontam no horizonte: uma, que assume o favoritismo de Lula para 2026, e a outra, que reconhece o fracasso do plano motosserra da Argentina de Milei.
Vamos tratar do nosso e deixar os hermanos para outro dia.
O que disse Antônio Lavareda
Essa semana o pesquisador Antônio Lavareda, em entrevista ao jornal GGN do Luiz Nassif, discorreu nos elementos que, a seu ver, mudaram os patamares de aprovação do presidente e o alçaram à condição de favorito à reeleição.
Ele lembrou da mudança da comunicação do governo, com a entrada do ministro e publicitário Sidônio. A queda dos preços dos alimentos e a disputa com os EUA. Esses fatores somados estão levantando a popularidade e o reconhecimento do atual governo, agora com números acima de 50% da população.
Bem, gostaria de lembrar que os números atuais não são superiores aos do final do ano passado, por enquanto.
Recuperação, não crescimento
Até agora, estamos tratando não exatamente de crescimento de popularidade, mas de recuperação. Consequentemente, a posição do presidente na corrida sucessória não mudou. A rigor, permaneceu ao longo do mandato praticamente na mesma posição após um tropeço.
E aí mora, a meu ver, o ponto — tantas e tantas vezes destacado pelo outro analista de pesquisas, Marcos Coimbra.
Segundo ele, existe um desinteresse enorme nas camadas majoritárias da população nos períodos entre eleições, que afastam o eleitor do dia a dia da política. Os reflexos nas pesquisas são enormes. Sem manifestar preferências, como avaliar o desejo das pessoas?
O padrão das pesquisas eleitorais
A queda de popularidade de governos no segundo ano de mandato, que costuma seguir no terceiro, tende a ser recuperada no último, na medida em que as eleições se aproximam.
É conhecida a frequência com que presidentes são reeleitos, com uma única e compreensível exceção: Bolsonaro.
O negócio da política fora de época
No fundo, o que essa gente passa é que, nessa entressafra que dura anos, precisam vender opiniões, manter a atenção, atrair patrocinadores, criar expectativas, provocar e até tentar emplacar nomes.
Porque PT e Lula não são e nunca foram os preferidos dessa turma.
Passamos meses e anos nesse lenga-lenga, discutindo porcentagens para cima e para baixo, buscando explicações e razões. E, na falta, inventam para não perderem a iniciativa, sempre interessados em tentar alguma novidade.
Geralmente chamada de terceira via.
A velha “terceira via”
Essa história de terceira via já rolava na época da disputa entre PSDB e PT. Agora, o mote é que existem extremos e se busca uma opção de centro.
É bem verdade que a disputa se acirrou, mas os métodos do bolsonarismo, turbinados pelas novidades tecnológicas de divulgação, não são em si inovações.
Quem primeiro inventou mentiras deslavadas em campanha eleitoral foi José Serra, com o atentado de bolinha de papel na cabeça, que virou ida de helicóptero para o hospital e exame tomográfico na sequência, além das calúnias sobre aborto.
Depois, quem primeiro desafiou o resultado eleitoral e as urnas eletrônicas foi Aécio Neves, quando perdeu para Dilma, não reconhecendo o resultado e pedindo recontagem. Além de dizer que iria boicotar e derrubar o governo recém-reeleito.
Popularidade e produto
Concluindo sobre o atual momento de popularidade: percebo que todas as avaliações sobre seu crescimento tratam de aspectos verdadeiros, mas escondem o fundamental — o produto.
Sim, porque, por melhor que sejam as propagandas, por mais equivocados que sejam os erros dos adversários, por mais sorte que tenha o político, se ele não tem méritos e realizações para exibir e comparar com seus adversários, bem, nada — mas nada — nesse mundo faz dele um ganhador de eleições.
Muito menos de uma, duas, três e… quatro.
Reflexão final
Quando vai ser o trabalho, a competência, o critério para reconhecer a vitória do Lula nas eleições e na condução de seguidos e relevantes governos?
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