
Foram as Forças Armadas, esclarecer logo de início.
Bolsonaro não esteve em 1964 nem nos anos de chumbo seguintes, senão como um estorvo, inclusive para seus chefes da caserna, de onde foi expulso.
Não esteve quando os militares saíram correndo com o rabo entre as pernas, com o último general saindo pelas portas dos fundos para não entregar a faixa presidencial a um civil. E aí sim, 40 anos depois, Bolsonaro repetiu a cena covarde dos derrotados ao não participar da cerimônia de entrega da faixa. No que, cá entre nós, foi até melhor não ter a indigesta presença notada naquele dia de festa.
Mas o ex-capitão não governou sozinho: empoleirou milhares e milhares de militares nos cargos civis do Executivo, supostamente para servir ao país. E repetiram o tempo de incompetência e inaptidão para a coisa pública , exatamente como vimos na ditadura, quando deixaram para nós um país arrasado e empobrecido. Eles não empobreceram: duplicaram salários, afrontaram as leis de limites de salários e mostraram mais uma vez que não podemos contar com eles nem durante uma pandemia mundial, ao participarem do esforço de negar a vacina ao seu próprio povo. Imagina essa gente nos defendendo em uma guerra? Não por acaso, qualquer governo civil no Brasil tem o juízo de nem pensar em guerra ou coisa semelhante — não duraríamos uma semana. E também não é por acaso que temos os melhores embaixadores para nos livrar de qualquer ameaça ou risco de cair nas mãos desses covardes.
Não exagero: basta olhar para a história e entender que mais uma vez eles tentaram, além das inúmeras e inúmeras vezes anteriores .Se o fizeram dessa vez meio disfarçado, terceirizando o golpe para aloprados e mascarando a intenção, o fato é que perderam nas urnas, não reconheceram e tramaram de tudo — até assassinatos.
O julgamento que selou o destino de Bolsonaro foi acompanhado de generais, um brigadeiro e um almirante. E Bolsonaro, apesar de péssimo militar, fez sua carreira política dentro dos quartéis. Sua vitória sempre foi dividida entre ele e os maiores chefes militares de então: foram parceiros antes, durante e tentaram mesmo depois da derrota eleitoral. Seu vice na Presidência era um general; seu vice na derrota era outro, que está entre os condenados a dezenas de anos na prisão.
Quem perdeu, na verdade, foi essa mentalidade belicosa, que enxerga seu próprio povo como inimigo, se acha patriota enquanto abre bandeira de outro país no dia em que deveríamos comemorar nossa independência, e usa potência estrangeira para ameaçar as instituições que reagem contra o arbítrio e a infâmia.
E gostam mesmo é de aproveitar o caos e a baderna que causam para lucrar e enriquecer. Vendem nossas riquezas para assumirem diretorias, moram em outros países mas mantêm explorado o povo que os sustenta.
E foram derrotados.
E no ano que vem retornam para tentar novamente. Ou vocês esqueceram que Tarcísio de Freitas, o governador de SP e provável candidato, é militar e seguiu o general Heleno a vida toda? Quem sabe até às grades, se continuar atacando as instituições como o ex-chefe tantas vezes fez.
Então, não é página virada, mas mais uma batalha na nossa história — e devemos saber pelo que lutamos e contra quem.
Mas agora é comemorar e mostrar o quanto valorizamos a vitória e, no ano que vem, durante a campanha eleitoral, não esquecer onde estamos e para onde queremos e podemos seguir.
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