Tarifas : um ano ou dois,segundo Haddad.

Nosso ministro da Fazenda informa que as negociações com os EUA sobre tarifas estão paralisadas. E que as exigências permanecem sobre decisões institucionais inaceitáveis e, sobretudo, fora do alcance do poder executivo. Quanto à duração, estima entre um ano ou dois, o que significa dizer que não faz a menor ideia.

Somado a esse tranco no nosso setor exportador, pouco mais de 10% do nosso comércio são bilhões — e os produtos qualificados, as manufaturas, e Haddad comenta, não deixa passar — e pela segunda vez seguida — sobre a taxa de juros restritiva: “demais”, segundo afirmou. Aqui ele faz mais do que comentar; a meu ver, prepara para um futuro mais breve do que distante uma queda nas taxas. É esperada, por parte do FED dos EUA, uma queda de 0,25% nas taxas, o que abriria a porta para fazermos o mesmo sem provocar turbulência no nosso câmbio.

Não está difícil acompanhar a sequência das decisões econômicas. Tanto Brasil quanto EUA têm roteiro previsível, o que sugere uma certa qualidade. Por lá, o nível de abertura de empregos estagnou, e por aqui a atividade econômica anda de lado. Depois de um primeiro semestre de 2025 com 1,4% de crescimento, nesse segundo trimestre estaremos longe de repetir a façanha.

E foi consciente: tentávamos controlar a inflação, sobretudo nos alimentos, que provocavam enormes dificuldades para a vida no nosso país. Como a inflação anda se ajustando, com previsões abaixo de 5% em 2025, um alívio nas taxas seria bem-vindo, permitindo renovar o movimento de crédito que anda sofrendo. Sem dúvida, a decisão anterior nos EUA, prevista para setembro, no mesmo sentido de queda das taxas, nos permitirá seguir sem provocar pressões no câmbio com consequências inflacionárias, como vimos no fim do ano passado até recentemente.

A estratégia do BC de segurar a âncora cambial pelo chifre está funcionando, mesmo nessa travessia conturbada da economia mundial, estressada com as tarifas de Trump. Nossa moeda serve de refúgio para fuga de outras paragens, graças aos juros na lua, e pagamos por todo esse movimento, que caminha para ter valido o investimento.

Daqui a pouco saberemos das conversas sobre a guerra na Ucrânia. Um acordo bem-vindo daria fôlego para a Rússia e afastaria mais ameaças de tarifas por conta da nossa parceria nos Brics com eles. É uma boa notícia, diante das circunstâncias.

E a inflação nos EUA e a ameaça de estagnação econômica podem, mais à frente, abrir espaço para uma negociação mais decente e dentro das regras civilizadas.

Sonhar é preciso, além de navegar. Aliás, precede.

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