Winter is coming.

Tarifas, empregos e a tempestade que se aproxima

Pode ser cedo para cravar, mas os sinais são preocupantes: as tarifas impostas por Trump mal começaram a surtir efeito e já pressionam o custo de vida nos Estados Unidos.  Um salto nos preços ao produtor dos Estados Unidos em julho parece ter apagado a possibilidade de o Federal Reserve realizar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em setembro, embora as expectativas de uma redução de 0,25 ponto no próximo mês, seguida por outra em outubro, permaneçam intactas.

Os preços ao produtor dos EUA subiram mais do que o esperado, a 0,9%, em julho, em meio a um aumento nos custos de bens, mas também de serviços, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.

O cenário no mercado de trabalho também preocupa. Há três meses seguidos, a oferta de empregos vem caindo, reflexo direto do clima de medo e da perseguição a imigrantes. A repressão tem afastado trabalhadores essenciais, especialmente os responsáveis pelas colheitas. Muitos se escondem, outros foram deportados, e há ainda quem tenha sido impedido de entrar no país — no caso dos vizinhos mexicanos, a situação é ainda mais dramática.

( ah, e na Argentina, a gestão de Javier Milei segue acumulando sinais de crise. Desde o início de seu mandato, alertamos para o “desastre ferroviário” no horizonte. As condições econômicas e sociais pioram dia após dia, enquanto o programa de austeridade afunda, acumulando dívidas e corroendo o bem-estar da população.)

Nos EUA, o último relatório de empregos foi o pior em 15 anos — um golpe duro para a economia. Ainda assim, Trump insiste em pintar um cenário cor-de-rosa, sustentando a imagem de um “reino mágico” e afirmando que as estatísticas foram “manipuladas” — sem apresentar qualquer justificativa plausível.

A ex-procuradora Sally Yates apontou uma série de medidas adotadas por Trump que, segundo ela, vêm ameaçando a economia:

  • Tarifas que encarecem produtos e insumos;
  • Afrouxamento das leis para empresas e indivíduos;
  • Interferência política em agências federais estratégicas, como o IRS;
  • Clima hostil a visitantes, derrubando o turismo e as viagens de negócios;
  • Conflitos com universidades, reduzindo o número de estudantes estrangeiros;
  • Corte no financiamento público de pesquisas acadêmicas;
  • Prejuízos à segurança da aviação e aos sistemas de alerta e resposta a desastres.

Apesar de todo o estrago, é improvável que as tarifas atinjam os objetivos desejados pelo ex-presidente. E, por mais que ele tente se manter em sua narrativa, a realidade não perdoa. Para usar uma metáfora conhecida: o inverno está chegando.

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