
STF, oposição e a corrida contra o tempo
No próximo dia 13 de agosto vence o prazo para a entrega das defesas do chamado núcleo 1 — onde estão os principais e mais importantes personagens da tentativa de golpe no Brasil. Entre eles, os generais Heleno e Braga Netto, e o próprio Jair Bolsonaro.
Encerrada essa fase, o ministro relator Alexandre de Moraes deverá concluir sua decisão. A definição da data do julgamento pela primeira turma do STF ficará a cargo de seu presidente, o ministro Cristiano Zanin.
A expectativa geral é que o julgamento ocorra em setembro. No entanto, já circula nos bastidores a hipótese de um pedido de vista do ministro Luiz Fux, o que empurraria a decisão para o início de 2026 — fevereiro ou março.
Sinceramente? Acho improvável.
E digo isso porque, mesmo entre os setores do STF mais empenhados em enfrentar o golpismo, existe interesse no surgimento de um candidato de oposição a Lula. É difícil imaginar uma ala da Corte distante da visão de mundo da elite econômica, que sempre viu o PT e seu líder como adversários de classe.
Sim, a parceria entre STF e governo Lula tem sido fundamental para sustentar as instituições e a democracia, enfrentando de forma corajosa o fascismo e, agora, as pressões externas. Mas isso não apaga as diferenças políticas e econômicas. E, dentro dessa lógica, ter um opositor viável com tempo para se apresentar parece fazer parte da estratégia dominante no tribunal.
Por isso, um pedido de vista de Fux que atrase o julgamento só prejudicaria o surgimento de um nome competitivo. E todos sabem que Bolsonaro, preso, indicaria um substituto com seu sobrenome — algo que boa parte do sistema político e econômico rejeita. Hoje, restaria apenas Flávio Bolsonaro, já que Michelle prepara sua candidatura segura ao Senado pelo DF, para onde até transferiu seu domicílio eleitoral.
A tendência é que Fux não prolongue essa novela, permitindo que a oposição se organize. A imprensa tradicional, inclusive, reforça essa aposta na “terceira via” e no maior número possível de candidaturas para tentar impedir Lula de vencer no primeiro turno.
Essa busca por um nome viável — que já foi Tarcísio e agora mira em Ratinho — serve, no mínimo, para conter o crescimento da bancada governista. Depois, virá o discurso da “falta de base” e outras narrativas já conhecidas.
O cenário político não deve mudar muito nesse aspecto até 2026. Mas, em outros pontos, voltaremos à análise no momento certo.
Por ora, resta aguardar os prazos e acompanhar o julgamento em setembro. Se as previsões se confirmarem, todos os golpistas do núcleo central irão para a cadeia. E, claro, não podemos ignorar as pressões vindas dos EUA, que devem aumentar — desta vez mirando diretamente nos ministros do STF — enquanto se negociam ajustes para reduzir o impacto das tarifas.
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