
O dilema paralisante do PL: entre o bolsonarismo e a sobrevivência eleitoral
O PL vive hoje um impasse que paralisa sua estratégia para 2026. Dividido entre o bolsonarismo e o centrão tradicional, o partido sabe que precisa lançar um candidato à presidência — mas também sabe que o bolsonarismo, embora ainda arraste votos para o legislativo, já não vence eleição majoritária.
Se o nome for alguém com o sobrenome Bolsonaro, a legenda corre o risco de se isolar, empurrando seus próprios candidatos para a marginalidade política. Salva os dedos, mas entrega os anéis. E, pior: corre o risco de encolher sua bancada.
Por outro lado, se o partido romper com Bolsonaro, perde de imediato o apoio da família e da parcela mais fiel do eleitorado — o que também compromete os resultados nas urnas. Um beco estreito, sem luz e sem saída clara.
No último domingo, o bolsonarismo tentou mostrar força. Mas, sem a presença de governadores que preferiram manter distância da nova guinada radical, o movimento revelou mais desorientação do que vigor. A desistência de disputar a presidência foi anunciada com discurso de que só uma intervenção externa salvaria o país — uma confissão pública de que, internamente, já se veem derrotados.
O saldo: a prisão do líder do movimento e o desmonte precoce da tentativa. Resultado imediato: direção partidária desnorteada e sem rumo.
Esse vácuo afeta diretamente o centrão, especialmente em meio às negociações de coligações para as próximas eleições. Com Lula consolidado como favorito — sustentado por índices sólidos de aprovação pessoal e de governo —, cresce o risco de migração em massa de bancadas rumo à base governista. Sem um nome competitivo para enfrentá-lo, até os caciques tradicionais começam a temer pela própria reeleição.
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