
Às vésperas do veredito: o fim da linha para o bolsonarismo raiz
Chegamos às vésperas das decisões do STF sobre a trama golpista de 8 de janeiro — e do anúncio oficial do destino dos criminosos envolvidos. A reta final do julgamento não encerra apenas um capítulo da história recente: inaugura também a exposição de novos personagens da mesma trama, agora flagrados em crimes graves contra a economia nacional, em aliança com potências estrangeiras. A cena política revive, com isso, os fantasmas de traidores históricos — e assim também serão lembrados.
Na mais recente (e provavelmente última) manifestação do bolsonarismo raiz, chamou atenção a ausência de lideranças. Nem governadores, nem figuras de expressão do grupo apareceram. A aposta, agora escancarada, é outra: a intervenção externa. Os apoiadores mais fiéis não acreditam mais em vitória eleitoral — até porque, no momento, nem candidato têm. E enxergam na pressão internacional a única chance de reverter os reveses que se acumulam.
Antes, ainda havia confiança na força interna — nos militares simpáticos à causa e em alguma chance eleitoral. Hoje, isso ficou para trás. Mesmo que a retórica de guerra ainda sirva para manter a tropa animada, a verdade é que essa nova ilusão é também a última. Depois dela, virá apenas o desalento e a desistência.
Cientes desse roteiro, os governadores bolsonaristas — que ainda tentavam colher os frutos finais do extremismo — agora recuam. E não por acaso. Fazem a escolha racional de se afastar e esperar. Porque, diante do enfraquecimento do bolsonarismo, o que resta ao eleitorado de direita é o velho voto antipetista. A “barca” bolsonarista, que antes atraía, agora afasta:
Apoiar anistia? 61% dos entrevistados do DataFolha dizem que não votarão de jeito nenhum em candidatos que prometem livrar Bolsonaro da cadeia.
🟥 61% Não votaria de jeito nenhum
🟨 14% Talvez votaria
🟩 19% Votaria com certeza
⬛️ 06% NS/NR
Há também outro fator em jogo: o bolso. Os grupos que financiam essa elite política dependem da visibilidade nos noticiários tradicionais (o chamado PIG), do dinheiro do agronegócio e da indústria, da elite econômica. E, quando os prejuízos começarem a bater na porta, será justamente essa politica que será cobrada — e pressionada a se afastar do radicalismo.
E eles já começaram a obedecer.
Do lado dos democratas, também é hora de virar a página. O momento exige urgência para que os processos contra os golpistas cheguem ao fim — e, ao mesmo tempo, estratégia politica para fechar os acordos necessários. Não apenas para vencer as eleições de 2026, mas para governar com mais qualidade no Congresso. Sobretudo no Senado, onde o bolsonarismo ainda mantém presença desproporcional.
Não deveria ser uma escolha difícil.
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