” A reportagem da Sputnik Brasil revela que empresas como Mercedes-Benz, Carrefour, Clorox e Telefónica anunciaram sua saída da Argentina, o que levanta preocupações sobre um possível “êxodo” empresarial em meio ao cenário de instabilidade política e econômica sob o governo de Javier Milei.”
A Argentina, o FMI e o castelo de cartas
Apesar de todos os esforços — sucessivos empréstimos do FMI, bilhões e depois mais bilhões despejados —, a Argentina segue sendo o maior devedor atual do Fundo. E, ainda assim, continuam emprestando. A fundo perdido.
Esse ciclo revela o que muitos preferem ignorar: o mercado financeiro não leva fundamentos a sério. Muito menos a inteligência alheia. Na prática, promovem políticas específicas, e quem aceita segui-las se vê forçado a abrir mão de patrimônio público construído ao longo de décadas, vendido a preço de banana, enquanto o país empurra a crise com a barriga… até a próxima explosão.
Ainda não explodiu, é verdade. Mas apenas porque a população — argentina, brasileira, latino-americana — segue bombardeada por mentiras e ilusões. E elas, como sempre, desabam em forma de tragédias sociais.
Mas vai.
O tal “plano de resgate” argentino — que nem é plano, nem resgata nada — está afundando. E não porque faltou receita, mas porque o problema real do país nunca foi enfrentado: o consumo dos mais ricos. São eles os responsáveis por um déficit crônico na balança comercial, que impede a Argentina de acumular reservas em moeda estrangeira para funcionar de forma saudável.
Em vez de atacar o cerne do desequilíbrio, opta-se por aprofundar a recessão. A estratégia? Conter a inflação destruindo o que restou da produção interna, com uma indústria já praticamente dizimada. O resultado é previsível: déficit externo ainda maior, investimentos retraídos, consumo estagnado pelo desemprego e pelo arrocho salarial.
Enquanto isso, desmonta-se o Estado — que, gostem ou não, ainda garante empregos com salários melhores e alguma estabilidade.
É a velha receita do FMI. Fracassada. Repetida à exaustão nas últimas décadas. E repetida por um motivo: transferir os custos do fracasso para a classe trabalhadora. Enquanto houver margem para arrocho, o jogo segue. Mas o navio vai fazendo água. E, uma hora, afunda.
O Brasil já superou crises parecidas com uma solução simples e poderosa: melhor distribuição de renda. É o que estamos tentando repetir agora — e com resultados visíveis. Mas, para as elites, o Estado sempre será um problema, jamais parte da solução. E redistribuir riqueza, então? Nem cogitam.
No fim, seguem empobrecendo o povo e o país. Vendem falsas soluções como vitórias, quando tudo o que têm para mostrar é pobreza e fracasso econômico.
O mundo assiste. Compra a narrativa. Até que, de repente, como se ninguém soubesse o que estava acontecendo, o castelo de cartas desmorona. Crise. Default. Quebra.
E no mercado internacional de hoje, quem não cuida com carinho do próprio quintal… vai entrar pelo cano.
A Argentina, infelizmente, parece ser uma das primeiras da fila.
OBS.: Não deixe de comentar e curtir os posts, se for o caso.
Não esqueça de divulgar, se lhe convém.
E apoiar, se puder: PIX 30454964/0001-70