Tarifalso, Tarifraco e Tarifake.

Café, carnes e frutas: o que ficou de fora do tarifaço dos EUA?

Em meio ao alvoroço causado pelo decreto que impôs tarifas sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, passou quase despercebida uma fala importante do secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, feita ainda na terça-feira (29/7), antes do anúncio oficial.

Segundo Lutnick:

“Carne, frutas e café não entraram na lista de exceções. Mas o governo Trump considera aplicar tarifa zero para alimentos que não são produzidos no país, como café, manga, abacaxi e cacau.”

Ou seja, embora esses produtos não apareçam na lista de exceções publicada no decreto, a sinalização é clara: café, carnes e frutas brasileiras não devem ser afetadas nem pelos 10% de tarifa geral, nem pelos 40% adicionais aplicados a outros setores.

Um novo decreto?

A declaração sugere que um novo decreto de caráter geral ainda pode ser publicado para formalizar a isenção desses itens — o que beneficiaria não apenas o Brasil, mas todos os parceiros comerciais dos EUA. Por ora, seguimos aguardando a confirmação oficial.

Segurança alimentar e proteção ao consumidor

A decisão, ao menos no que diz respeito aos alimentos, parece buscar o equilíbrio entre os interesses comerciais e a segurança alimentar americana. Leis específicas protegem o mercado interno de medidas que possam colocar em risco o abastecimento ou causar impacto excessivo nos preços pagos pelos consumidores.

Apesar das tensões políticas e do desrespeito a certos protocolos internacionais, há mecanismos legais nos EUA que limitam o poder do Executivo nessas decisões — e o decreto faz menção a essas normas.

O impacto no Brasil (e o que ainda está em aberto)

Mesmo com café, carnes e frutas temporariamente poupados, outros setores brasileiros sentirão os efeitos do tarifaço. O governo brasileiro já sinalizou que pretende apoiar os segmentos atingidos, sem escalar a crise ou falar em retaliação.

E, para além das tarifas, o cenário continua tenso. Os ataques à Justiça brasileira, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, devem ser enfrentados por meio de recursos no próprio sistema judiciário americano — onde há boas chances de reversão, dada a natureza da medida.

E ainda vem mais por aí…

Na próxima semana, outro tema delicado deve ganhar força: as relações comerciais com a Rússia. Há rumores de novas sanções em preparação, o que pode trazer desdobramentos adicionais para o comércio exterior brasileiro.

Por ora, seguimos acompanhando. E, claro, aguardando o prometido decreto que pode selar a isenção para três dos nossos produtos mais emblemáticos.

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