O risco de transformar a lei em arma política.

O Caminho do Desastre: um alerta do Brasil aos EUA

O histórico nacional não permite que assistamos calados: ao fazer uso de leis para atacar adversários políticos, como os EUA de Trump vêm fazendo, o resultado costuma ser trágico — depois de um período de desmoralização e reveses dentro do próprio sistema de Justiça.

Refiro-me aqui à aplicação da lei Magnitsky contra o nosso ministro Alexandre de Moraes. Uma lei criada originalmente para sancionar criminosos de direitos humanos, genocidas e afins, banindo-os do sistema financeiro controlado pelos EUA.

O curioso — e revelador — é ver que a aplicação dessa lei serve contra Moraes, mas não, por exemplo, contra Benjamin Netanyahu, de Israel. Isso por si só já revela muito sobre os propósitos do governo americano e como escolhe seus alvos.

Quanto ao Brasil, lembro da atuação do nosso sistema de Justiça no caso do mensalão e, depois, da Lava Jato. Nem preciso relembrar os abusos nos dois episódios, que culminaram na prisão de Lula e na deposição de uma presidente honesta, Dilma Rousseff.

Faço esse registro porque as injustiças de então — mesmo que muitos tenham recuado no caso de Lula (já que, quanto a Dilma, nada mais poderia ser feito) — agora se voltam contra nossos juízes da Suprema Corte. Alguém tem alguma dúvida do fio da história que une a derrubada do PT à ascensão da extrema-direita no Brasil, partindo justamente da atuação política do Judiciário?

Agora, são eles os atacados. É a história retornando contra quem a desequilibrou.

Não falo em vingança. Releia o parágrafo inicial. O que faço é advertir os EUA: essas aventuras não saem de graça. E, sim, eles também precisarão passar pela mobilização e pelos desastres que nós vivemos, para que seu povo e seus juízes sejam forçados a refletir sobre o que fizeram — e sobre as consequências.

Foi o que aconteceu conosco. Quando nos deparamos com o fascismo e suas nefastas iniciativas, a única possibilidade de enfrentamento estava presa e amordaçada. E a salvação de todos — como vimos — foi libertar o nosso salvador.

Que eles estão no caminho do desastre, disso não há dúvida. Mesmo que compreendamos as motivações econômicas por trás das aparentemente alucinadas decisões de Trump — reindustrializar seu país e reduzir o déficit comercial com o mundo —, seus métodos antidemocráticos e imperiais afastam aliados. O mundo vê nele um parceiro infiável e perigoso.

Os EUA não sairão melhores depois. O baque inflacionário interno está dado. E o que se aproxima é uma espécie de Argentina armada com bombas nucleares — um cenário que pode agravar as frustrações trumpistas e gerar decisões ainda mais temerárias no futuro.

Se, para eles, o futuro parece sombrio, para nós — e para o resto do mundo — o caminho é seguir no esforço de isolar cada vez mais o gigante do norte e consolidar parcerias multilaterais.

Quando a crise explodir de vez e o povo americano finalmente abrir os olhos, estaremos mais preparados para viver em um mundo melhor e mais equilibrado.

Eles, não. Primeiro, virá o furacão. E, sim, ele continuará atingindo a todos. Nossas respostas precisam ser firmes e eficazes, para que possamos nos proteger.

OBS.: Não deixe de comentar e curtir os posts, se for o caso.
Não esqueça de divulgar, se lhe convém.

E apoiar, se puder: PIX 30454964/0001-70


Deixe um comentário