Pacto de silêncio e prisão preventiva, na prática.

Sextas-feiras são geralmente as preferidas para as prisões espetaculares, então tudo que disser aqui fica suspenso até amanhã.

O silêncio obsequioso do ex-presidente após a decisão dura de Moraes contra o circo em sua volta, turbinado pelo frenesi das tarifas e do filho nos EUA, que chegou a um ponto insuportável partindo de um réu acusado de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado de Direito e assassinato — do próprio juiz, do atual presidente e do vice em exercício. Uma acusação desse montante de crimes bastaria para jogar qualquer um na cadeia antecipadamente, mas os tempos são estranhos, e seguir o rito queimando o bandido e seu bando em fogo baixo tem funcionado.

Não no caso presente, de ataque por potência estrangeira contra nossa economia, com ameaças reiteradas e sem canais de diálogo. Pior, os senadores que viajam em comitiva para os EUA, na tentativa de romper o bloqueio, são boicotados abertamente pelos traidores — o que merece resposta pronta e imediata.

Mas chegamos às vésperas do início das tarifas em 1º de agosto, previstas para praticamente todos os países do mundo, e esperar alguns dias para prender o ex-presidente não faz mal nenhum. A Justiça contemporiza e faz cálculos o tempo todo, e uns dias a mais não fazem diferença — sobretudo se, na prática, o ex-presidente está cumprindo silêncio e a prisão domiciliar a que foi conduzido.

Após o dia 1º de agosto e Trump cumprindo suas ameaças de tarifas proibitivas, e na sequência normal do processo prevendo a prisão para setembro ou outubro, uma vez cumpridas as determinações da domiciliar, é razoável manter a situação sob controle, apesar dos desaforos dos bolsonaristas desesperados.

Uma vez iniciadas as tarifas de 50%, aumentar para 100% ou 200% não faz diferença. E, se nós perdemos o mercado, o consumidor dos EUA é quem paga o novo imposto — e não devemos negligenciar os efeitos inflacionários da decisão. Mas eles que se virem, porque por aqui recolocar nossos produtos no mundo não é trivial e demanda tempo, que se paga em queda de exportações e empregos.

Fora que outras sanções podem ser anunciadas — imprevisíveis e sempre perigosas — em se tratando de um governo descontrolado e sedento de impor vontades imperiais.

Faltam poucos dias para sabermos, e a questão Bolsonaro é carta marcada nesse jogo, e não tem mais volta para o destino que ele mesmo escolheu para si e seus seguidores próximos.

Quanto a nós, e às soluções para o comércio com os EUA, o tempo vai dizer. O mais certo é imaginar que piora ainda mais, antes de melhorar.

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