
Renovamos as siglas. Os antigos BBBs — aquelas bancadas Bíblia, Boi e Bancos, temáticas e que diziam controlar o Congresso Nacional e voltaram a ser chamadas de centrão — ainda com a falsa pretensão de mandar no Brasil — foram atualizadas.
Mas vamos ao início.
O governo decidiu aumentar alíquotas de IOF para evitar cortes no orçamento e manter a trajetória fiscal programada desde 2023, resumindo as várias novas diretrizes. Nosso Congresso, enquanto decidia acumular salários de si mesmos de outras fontes e aumentava o número de deputados sem necessidade — a decisão do STF foi para atualizar a representatividade proporcional da casa, segundo o crescimento populacional, sem necessariamente incluir outros, senão redistribuir: aumenta ali e diminui aqui. E, exatamente para não diminuir aqui, eles aumentaram ali e acolá. Mas, na sequência do aumento de gastos nas decisões, decidiram também não aceitar a mudança das alíquotas propostas pelo governo, alegando evitar aumento de impostos — e derrubaram a medida, dando início à campanha eleitoral.
Sim, porque estamos tratando disso: o centrão, que nem candidato oficial tem, resolveu antecipar o discurso eleitoral na base da contenção de gastos e proibição de aumento de impostos. Para tanto, exorbitou de suas atribuições e ilegalmente cancelou a decisão do governo.
Que, por sua vez, compreendeu com o que estava tratando e promete reagir, não somente recorrendo ao STF para recompor suas prerrogativas, como também ir a público disputar a questão fundamental sobre quem paga e quem não paga imposto no Brasil — onde há um mundo de distorções históricas que podem ser melhor equacionadas e que nossa classe política nunca quis. Como fazem agora ao proteger Bancos, Bilionários e Bets – os novos BBBs.
E também aceitou o convite do Congresso para o debate e recebeu de bandeja um tema árido, mas propício e — até aqui, após iniciativas de vários ministros, com destaque para Haddad — parece comandar as ações e incomoda com o carimbo nos defensores de bilionários.
Evidente que não é bom esse tipo de disputa. Se era inevitável daqui a alguns meses, na esfera da eleição, antecipar foi a maneira da oposição de atrapalhar e ganhar espaço enquanto define seu candidato.
Como teremos até setembro a atenção total no julgamento dos golpistas, a manobra eleitoral pode ficar meio escondida e favorecer o diálogo. As pautas do ano ainda pendentes são a isenção do IR para quem ganha até 5 mil e a regulamentação da reforma tributária. Penso que ambas assumem caráter suprapartidário, e todos podem tirar suas casquinhas eleitorais com a aprovação. Paralisar o Legislativo não interessa no momento. Talvez a insegurança da oposição quanto à disputa esteja no fundo do atual estresse.
Mas mostra o que veremos no próximo ano: uma acirrada e paralisante disputa pelo poder. Mas, quando chegarmos lá, conversamos.
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