
É curioso que, a essa altura do campeonato, insistam em apostar contra a condução econômica do governo Lula, porque o roteiro é conhecido e seguido à risca.
Tanto Faria Lima quanto a imprensa — e a oposição e parte do Centrão oportunista — viram na virada do ano a oportunidade de retomar a iniciativa que foram perdendo ao longo de 2024, com a queda de popularidade seguindo o alto custo dos alimentos e a fake news da cobrança de tarifas no Pix.
O dia de ontem vai ficar marcado como uma nova virada nas relações entre o Congresso, majoritariamente conservador, e as tentativas do governo de equilibrar o fiscal a partir de receitas sobre a renda dos mais ricos, em vez de corte de despesas na renda dos mais pobres e nos investimentos sociais.
Pode ter sido um dia de virada no comportamento apaziguador do governo. Quem não lembra do Arthur Lira rosnando “dia sim e no outro também”? Onde estão as apostas de fracasso no primeiro ano, no segundo e agora no terceiro? A esperança da oposição e o discurso estavam armados para bater na inflação e no custo dos alimentos — e parece que estão indo para o brejo, com as seguidas quedas da inflação, sobretudo nos preços dos alimentos.
Sim, eles continuam altos, mas estão em queda — e podemos sentir isso nas compras e nas estatísticas.
O que sobrou para o Congresso seria defender a renda dos ricos? Porque é isso que estão fazendo, alegando evitar aumentos de tributos. Mas bastou um dia do governo apontando o dedo para essa posição assumida ontem, e os líderes partidários já estão chiando com a nova postura do governo e tentando fugir do carimbo de defensores dos ricos.
Ontem mesmo, nos poucos debates na Câmara durante a votação que derrubou o decreto do IOF, líderes partidários reclamavam das notícias que estavam lendo na imprensa — porque nem mesmo ela tem como esconder o que estavam fazendo.
Haddad segue firme na busca da receita do IOF. Tem três alternativas para acertar suas contas: judicializar, buscar outras fontes de receita ou cortar em todos, inclusive nas emendas. E prefere judicializar — e ganhar no STF, se for essa a decisão.
O Congresso, que aparentemente tomou uma atitude de confronto, saiu menor e na defensiva, porque não colou o discurso de não aceitar aumento de impostos. Está claro que não aceita aumento de impostos para quem não paga e não quer pagar — que são os mais ricos. E agora vamos disputar essa agenda, porque ela é indefensável. E o governo, na medida em que a inflação segue caindo e os índices de popularidade se ajustam — até porque isso vale mesmo é no dia da eleição —, a coisa vai mudando de água para vinho.
Aliás, exatamente como estava caminhando, até esse tropeço que aparenta ser passageiro.
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