Segunda feira.

Aguardamos para hoje a decisão da Câmara dos Deputados sobre a MP do IOF. O pedido de urgência está pautado para votação, mas a votação do mérito não está. É evidente a manobra chantagista: a derrubada de uma MP do Executivo por um decreto legislativo é considerada uma atitude de confronto e rara. Lembrando que o governo apresentou essa MP substituindo a anterior, sobre a mesma matéria, depois de negociar com os líderes e presidentes das casas legislativas, que em seguida mudaram de posição. E chegamos onde chegamos.

As reuniões para tentar resolver o impasse estão acontecendo, e sabemos que discutem mais liberação de emendas parlamentares — com novas regras de transparência e mediante projetos específicos, o que atrasa o processo — do que a própria questão do IOF. Apesar das críticas ácidas ao aumento das alíquotas para maior arrecadação fiscal, elas ficam protocolares e parecem tender para uma solução, digamos, sem solução.

Sim, porque aqui e ali sugerem adiar a análise do mérito, uma vez que a validade da MP é de 120 dias — mas ela entra em vigor nesse período — e os efeitos arrecadatórios, de alguns bilhões, atendem à necessidade imediata. Os congressistas olham para o outro lado, alegam que, com esse tempo, buscarão um acordo e, na hipótese de vencer o prazo de validade sem votação, mas com o dinheiro no caixa, todos cumprem seu papel sem cumprir.

Parece estranho, mas é o que percebo.

Devem votar a tal urgência para marcar posição, mas informo que existem mais de mil urgências aprovadas na Câmara que nunca foram a plenário.

A de hoje deve ser mais uma, para todos ganharem tempo: liberar emendas de um lado e arrecadar do outro, sem que uma decisão seja assumida.

Vamos ver, porque tudo depende dos R$ 600 milhões prometidos para antes da votação, em liberações novas, prometidas pela ministra Gleisi para aplacar a manobra.

Tem sido assim a relação entre os poderes, e Motta entrou na onda do “morde e assopra” consagrado por Lira, de quem parece seguir os passos.

O sindicato dos deputados — a Câmara e seu presidente — segue forte e tem, sim, uma agenda distinta do Executivo. Mas ela é fraquinha, como são os próprios deputados individualmente. Suas propostas e objetivos são paroquiais e vivem de provocar crises e ameaças para cobrar. Todo mundo sabe disso. Bolsonaro abdicou do orçamento para governar. O que nosso Lula, em hipótese alguma, fará.

Vida que segue. 2026 é agora.

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