A eterna lezeira.

“Sempre se pergunta se o Bolsa Família deixa os pobres mais preguiçosos, embora não se pergunte muito se os juros e as isenções fiscais deixam os ricos preguiçosos.” Marcos Hecksher (IPEA), no Valor Econômico de hoje.

Para quem tem interesse em números — a oposição não tem — os últimos dias foram fartos e explicam quase tudo.

Estamos em mais uma rodada de conflito distributivo, que é motivo para derrubar propostas a favor da melhoria de vida da maioria da população, mundo afora e particularmente no Brasil.

Quando a maioria na Câmara sinaliza a votação de isenção de Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil, o faz no mesmo dia da ameaça de votar um inédito decreto parlamentar anulando as decisões tributárias recentes do governo. Sabem que ficar de maneira tão escancarada a favor dos ricos, sem uma compensação, não é coisa boa, ainda mais com o governo disposto a botar a boca no trombone e denunciar, exatamente como estão fazendo.

Claro que em tudo entra a questão das emendas parlamentares. Nossos congressistas dependem delas para suas campanhas eleitorais e o prazo está se esgotando para todos, além das exigências do STF.

O governo fez e refez suas contas e parece disposto a recuar nessa questão do IOF, não abandona o debate e aponta os interesses e prejuízos, inclusive na liberação das emendas, mas claramente procura alternativas na antecipação de receitas para cobrir os R$ 20 bilhões que faltam no orçamento. E assim mais essa rodada do conflito de quem paga e sustenta o Brasil fica adiada.

Vale notar que a economia continua mostrando força e, apesar da troca de bombas entre Irã e Israel — ainda não é a guerra — e da valorização do dólar no mundo todo, por aqui isso não ocorreu e deixou uma amostra importante de como o mundo anda encarando nossa moeda. De pária e fraca para um porto relativamente seguro.

Quem diria?

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