
A economia brasileira apresentou novo crescimento expressivo em 2024, mais uma vez superando as previsões iniciais.
Em 2024, o PIB cresceu 3,4%, após altas de 3,2% em 2023 e 3,0% em 2022.
O crescimento foi bem maior nos últimos três anos do que nos anos imediatamente anteriores à pandemia.
O PIB está 11% acima do nível em que estava no último trimestre de 2019, antes da pandemia, 8% acima do nível máximo atingido antes da pandemia (2014T1) e 1,5% acima da tendência de crescimento nos três anos antes da pandemia.
Vendas de veículos novos atingiram, em novembro/24, o maior nível em cerca de cinco anos, na média móvel trimestral.
Em fevereiro/25, o nível de utilização da capacidade instalada da construção civil atingiu o maior nível em dez anos.
Volume de serviços e comércio próximos do maior nível registrado da série.
A taxa de desemprego está no valor mínimo da série histórica.
Entre set/20 e fev/25, a taxa de desemprego caiu de 15% para 6,4%, maior queda já registrada na série atual.
A renda disponível das famílias cresceu 22% de dez/21 a dez/24, maior alta de 3 anos da série histórica.
O crédito bancário como % do PIB está próximo dos maiores valores da história, ao redor de 55% do PIB.
O crédito às famílias (livre e direcionado) aumentou de menos de 20% do PIB em 2008 para cerca de 35% recentemente.
E o crédito ampliado às empresas (empréstimos, títulos de dívida e dívida externa) também está próximo ao máximo histórico.
A concessão de crédito livre para PF (exceto cartão à vista) teve crescimento de quase R$ 14 bilhões de abr/23 a fev/25.
No ano, o Real acumula valorização de 5,9% em relação ao dólar.
Mais da metade das despesas dos empreendimentos rurais está ligada, em algum grau, ao câmbio. Dentro dos preços livres, alimentação no domicílio é o grupo mais impactado por uma depreciação cambial. Sendo que a inflação segue desancorada e acima do teto, mesmo com as taxas de juros na lua.
Considerando a exposição resumida que mostra a exuberância da economia brasileira, está claro que ainda falta enquadrar a inflação de demanda, que, apesar de abaixo da cambial – que deve começar a cair gradativamente com o dólar mais comportado – ainda mostra força para subir 1% no primeiro trimestre, no limite do teto se projetada para o ano.
A pergunta de um bilhão é: o que fazer, diante do cenário que mostra praticamente todos os setores nas máximas históricas e nosso Brasil ainda com quase tudo por fazer e melhorar?
E nosso Banco Central já deu a resposta, desacelerando a economia e retirando expectativas de crescimento no curto prazo, cujos efeitos são esperados no segundo semestre.
Se isso se confirmar, podemos esperar para breve a parada anunciada na elevação de mais juros na Selic e, depois, sim, a queda tão esperada, porque, uma vez alimentada, a expectativa de investimentos volta com força, operando aí – se tudo der certo – em um ambiente sadio e ancorado em inflação dentro da meta, ou quase, e permitindo um crescimento que, para vingar, precisa superar os limites históricos da nossa economia e abrir novos caminhos de prosperidade.
Percebeu? Chegamos no topo e agora precisamos retomar o fôlego para avançar na caminhada.
Vai dar certo.