Virando a página dos juros?

Vocês são testemunhas do quanto combati a alta seguida de juros no Brasil, iniciadas ainda na administração do Banco Central nas mãos do bolsonarista Campos Neto e mantida integralmente com o atual presidente Gabriel Galípolo.

Durante todo esse tempo, minha crítica não foi somente na falta de imaginação no combate à inflação do câmbio — a meu ver, a maior responsável pela inflação atual — porque o efeito sobre o dinamismo da economia era perigoso e poderia afetar nosso crescimento e arrecadação, níveis de emprego e renda, enfim, toda a cadeia de virtudes acumuladas nos dois primeiros anos do atual mandato do Lula. E um risco para sua reeleição contra os fascistas em 2026.

Pois bem, apesar de tudo e até contra a vontade manifesta do BC— porque a privada a gente não sabe — a economia brasileira resistiu aos seguidos aumentos dos juros e o câmbio está reequilibrado, sobrevivendo às turbulências das maluquices dos EUA de Trump, e assim nossa inflação acompanha o movimento e também se mantém equilibrada, ambos com tendência de queda.

Subitamente, após conhecermos o IPCA-15 de maio, comportado e abaixo das expectativas de números mais elevados, e melhor, com aumentos concentrados em energia e medicamentos que não se repetem, com os demais itens apurados mais comportados e em queda.

E depois desse aumento do IOF, ainda sendo discutido no Congresso, ficamos sabendo de mais um instrumento de ajuste fiscal que pode trazer mais benefícios além de ajudar na arrecadação: substitui o aumento da Selic sem aumentar a dívida pública. Sim é restritivo, mas se a intenção é essa me parece menos danoso que juros.

E esse tipo de medidas, digamos, fora da caixa, que estava tanto clamando. Não é possível que somente juros e mais juros sejam capazes de segurar câmbio e inflação no Brasil.

Volto a pensar nos contratos indexados, a cobrança de impostos, aluguéis, etc… tudo indexado no Brasil e, em algum momento, vamos precisar tratar disso.

E, me parece, que o pior passou. A curva de juros futuros estacionou e está em queda, a inflação acomodando para 5% ao ano, talvez menos, câmbio entre 5,6 e 5,7, PIB sendo revisado para cima e economia funcionando sem pressões e reagindo a tudo positivamente.

Então, o Banco Central está passando na prova. Se de fato as previsões vingarem como os novos humores indicam, podemos entrar 2026 com tudo alinhado — inclusive para a queda das taxas de juros. O que daria a Galípolo a razão de ter aguentado até aqui todas as críticas. Mas, mantenho aquelas que cobram outros instrumentos no combate à inflação, senão através dos juros. Mas vamos ver como segue o ano e o próximo. De certa forma, a coisa mudou de lado e podemos estar próximos de uma virada positiva.

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