A estratégia das expectativas nos juros.

Vocês sabem do meu desespero com a questão das taxas Selic mais altas do mundo praticadas no Brasil. Diversas vezes comentamos a questão ainda no período Campos Neto e de como sua atuação projetou um dilema que ainda estamos precisando administrar.

Verdade que acho faltar, no atual presidente do BC, Galípoli, ousadia e alguma novidade na condução das taxas — se bem que, até agora, ele vem trabalhando mais nas expectativas do que qualquer outra coisa. E as declarações do ex-ministro Mantega no BoaNoite247, explicando a manutenção das taxas por um período mais longo, vão nessa direção.

Primeiro que, ao afirmar que vai manter as taxas, informa ao distinto público que parou de aumentar. Segundo que, uma vez atingido o efeito das taxas no câmbio — e, diretamente, na inflação de câmbio — a coisa pode mudar de uma hora para outra facilmente. E, quem sabe, essa parece a intenção das declarações: desarmar posições especulativas e deixar as taxas de juros agirem.

Porque, tão altas, só podemos esperar a chegada de investidores em dólares.

De certa forma, a ideia — se verdadeira a interpretação — situa melhor a posição do Galípoli. Se não age mais fortemente e abaixa na marra os juros, é porque lá fora a coisa não anda boa. E aqui, como a economia resiste e continua crescendo, ganha tempo para pensar em tempos melhores no futuro próximo.

Falta, a meu ver, uma estratégia para desindexar nossa economia e rediscutir a meta de inflação de 3%, dificílima de cumprir.

Mas tudo me parece deixado para ser pensado – resolvido? – no próximo mandato do Lula.

Vida que segue.

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