O dia do General( e mais 81 nos próximos dias)

Ontem tivemos o depoimento do general Gomes Freire, aquele que negou a Bolsonaro a adesão ao golpe de Estado e mencionou a possibilidade de cadeia, caso insistisse na proposta.

Além dele, nos próximos 20 dias, 81 depoimentos serão tomados no STF, preparando a inevitável e previsível condenação de todos os envolvidos na tentativa de abolição da democracia no Brasil.

Feito inédito e, quem sabe, definitivo.

Foram ouvidas as testemunhas do grupo batizado pela PGR de “crucial” nas ações e desenvolvimento do golpe. São oito réus:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Nesta segunda-feira, foram ouvidas as seguintes testemunhas arroladas pela PGR e por outros réus:

  • Éder Lindsay Magalhães Balbino: empresário que ajudou a formatar o falso dossiê com fraudes nas urnas eletrônicas. Ele foi sócio-proprietário da Gaio Innotech Ltda., empresa subcontratada pelo presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha. É testemunha da PGR e de Braga Netto;
  • Clebson Ferreira de Paula Vieira: analista de inteligência do Ministério da Justiça, responsável por elaborar levantamento com municípios em que Lula e Bolsonaro concentraram votação superior a 75% no primeiro turno da eleição presidencial de 2022. Clebson demonstrou perplexidade diante dos pedidos de Marília Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para elaborar o documento;
  • Adiel Pereira Alcântara: foi coordenador de Análise de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 2022. Segundo a PGR, teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno, nos pontos em que Lula teria mais votos. Alcântara teria dito a um colega que o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi impróprio nas reuniões de gestão, em especial, notando o “policiamento direcionado”; e
  • Marco Antônio Freire Gomes: general do Exército e comandante do Exército no final do governo de Bolsonaro. Freire Gomes teria sido oposição à tentativa de golpe. Também é testemunha de Mauro Cid, Almir Garnier dos Santos, Jair Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

A única surpresa veio do depoimento do general, tentando atenuar as falas anteriores na PF, quando deixou exposto o plano golpista do ex-presidente e de seus colegas de armas, sobretudo a adesão do então ministro da Marinha. Foi imediatamente chamado de mentiroso pelo ministro Moraes e, a contragosto, reafirmou as graves declarações anteriores com algumas ressalvas que não prejudicam a acusação e o entendimento dos fatos.

Não era previsto a covardia do general e sua patética tentativa de atenuar as declarações anteriores, tentando livrar um pouco a culpa de seus colegas de armas. Mas é mais uma amostra vergonhosa do tipo de gente que constitui nossas Forças Armadas — e a quem é que servem. Em todo o caso, ao passar mais uma vergonha histórica ao vivo e a cores, teve que confirmar suas declarações anteriores e manteve a gravidade dos fatos que presenciou.

E os demais declarantes de ontem confirmaram versões anteriores, sobretudo naquela tentativa de bloquear eleitores do Lula no Nordeste, confirmando a ação e as intenções dos acusados.


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