
Depois da mal sucedida aventura golpista militar, chegou a vez dos pastores tentarem sua sorte em uma candidatura própria à presidência. A se acreditar nas conversas vazadas entre o estrategista e advogado do clã do ex-presidente, Wajngarten, e o indefectível Cid, o nome de Michele como substituta no pleito no lugar do marido e futuro detento da Papuda não vinga. Os motivos eles elencam nas suas conversas, e são todas as conhecidas mazelas da ex-primeira-dama, com requintes de deboche.
Mas nessas elucubrações fica clara a divisão entre as forças bolsonaristas. Sem o nome do chefe, a tendência anunciada de dispersão se mostra avassaladora. Portanto, o mordomo de vampiro Temer se assanha com governadores e tenta emplacar, pela enésima vez, uma terceira via improvável — e além disso tudo, por fora o nome do pastor Malafaia surge das sombras.
Não vou perder muito tempo com isso, porque Malafaia não tem a menor chance de concorrer com chances de vitória. Se é verdade que não faz outra coisa além de futricas políticas há muito tempo — no que é acompanhado por uma penca de outros da mesma estirpe —, mais verdade ainda é o quanto os evangélicos são desunidos, e um nome de um de seus líderes jamais vai conseguir angariar apoio unânime entre eles. Esqueçam isso.
Vem aí um Bolsonaro — qual, ainda por saber —, vem para perder, mas segurar alguma bancada para eles.
E tem Tarcísio, o atual governador de SP, que, diferente dos supostamente demais governadores atuando por uma terceira via — se bem que Temer mira mesmo é uma bancada para seguir influenciando —, Tarcísio pode tentar reeleição. Parece ser o favorito atualmente, e eu acredito nele quando afirma e reafirma não querer disputar a presidência e perder para Lula. Eu pensava que preferia se guardar para o pós-Lula em 2030, mas anda circulando outra informação: que vai mesmo é sair da vida pública e cuidar de interesses privados após mais um turno no governo de SP.
E eu, repito, acredito nele.
Faço só uma ressalva: que sua ameaça possa ser um recado para os Bolsonaros — como quem diz “se não for agora com apoio de vocês, eu não vou depois”. Pode ser, sim, uma chantagem e, se for, aí ninguém vai acreditar — e muito menos os Bolsonaros. E ele se ferra duplamente.
Digo que acredito porque militar como Tarcísio não é lá muito afeito à política, não. De golpe e ditaduras eles gostam; disputar e enfrentar as vicissitudes da vida pública não é muito com eles, não — sem falar no trabalho que dá. E nem ganha lá muito, comparado com as oportunidades que surgem no seu entorno e, livre de amarras legais do cargo de governador, podem ser aproveitadas.
OBS.. Entramos no mês de renovar domínio e aluguel do espaço no WordPress, tornando seu apoio mais necessário.
Não deixe de comentar e curtir os posts, se for o caso.
Não esqueça de divulgar, se lhe convém.
E apoiar, se puder: PIX 30454964/0001-70