
Chegamos praticamente no meio de 2025 e estamos convivendo com o mesmo dilema da taxa de juros desde o final de 2024, com pouca coisa mudando, considerando o esforço com taxas exorbitantes.
Rever a meta de 3%, claramente inviável para um país como o nosso, que precisa crescer, nem aparece mais no horizonte das discussões. A tentativa de alongar o período a ser observado é um paliativo que serve mais para acomodar expectativas do que realizar o milagre do enquadramento da inflação no nível almejado.
Enquanto isso, vamos acumulando bilhões em dívidas, o que é insuportável.
Haddad anda falando em crescimento de 2,5% em 2025, um número razoável, e a previsão para 2026 volta aos 3%.
O que estamos percebendo é que, além do crescimento moderado, alguma distribuição de renda está acontecendo — essa sim, uma conquista praticamente exclusiva das administrações petistas na nossa sofrida história. Feito que encontra pouco espaço de divulgação, mas é marca exclusiva do PT e do Lula, porque crescimento do PIB tivemos em outros períodos da nossa história, inclusive na ditadura, mas nunca com distribuição de renda. O moto da ditadura era que o bolo precisava crescer para depois distribuir e, se dependesse deles ou da turma de sempre, o bolo estaria sem distribuir até hoje, não importando o quanto tivesse crescido.
Diria até que importa mais distribuir a riqueza do que crescer a qualquer custo.
Estamos condescendendo com o Banco Central há meses, na esperança de que, no momento seguinte, a coisa tome outro rumo, porque, sem dúvidas, o cenário futuro dos juros está se ajustando em níveis menores, próximos de 13%, e pode cair muito mais. Apesar da previsão de mais 0,25% no próximo Copom — quando aí sim deve iniciar o período de espera sem alterações na taxa.
Contar com exterior racional e sem “incertezas”, como gostam de citar nas atas, é ilusão. A coisa lá fora vai seguir confusa, porque confuso é o timoneiro da maior economia do mundo.
Mas muita coisa por aqui podia ser feita, como, por exemplo, desarmar a especulação com dólar futuro — coisa que não vimos nada acontecer ainda. Alguma coisa sobre acordo com o Banco Central chinês sobre swap para conter especulação foi assinada, mas ainda não foi inteiramente compreendido como vai funcionar. O anúncio do acordo destacou o objetivo de conter especulação, e vamos tentar entender melhor como vai funcionar.
O caminho é esse, porque nossa inflação de serviços está em queda — ainda resiliente, mas em queda — e a inflação do dólar também.
Então, para os próximos meses, é segurar mais o câmbio do que sacrificar mais os serviços, comprometendo o crescimento geral, até que outros mecanismos de controle inflacionário ou a discussão sobre a meta reapareçam.
Enquanto isso, vamos valorizando o crescimento do salário médio e a queda do desemprego, além de apoiar o fim da escala 6×1, onde uma mexida pontual pode sim fazer diferença.
PS.: Para surpresa nossa, assim que escrevi esse Post saiu a notícia que o FED nos EUA vai iniciar discussão para avaliar as metas de inflação e emprego, que utilizam para suas decisões. Não tenho pedido nada além da mesma coisa aqui no Brasil. Quem sabe o nosso BC agora copia alguma coisa que presta?
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