
Ontem ouvimos o áudio do agente da PF Wladimir Soares, onde afirma fazer parte de grupo armado e pronto para matar os ministros do STF — ministro Moraes à frente — e mais “meio mundo” que aparecesse na sua frente. Mas Bolsonaro deu para trás porque os generais se venderam para o PT, seguiu dizendo.
Mais uma besta-fera capturada nos seus delírios assassinos, que ninguém duvida que poderiam ter se tornado realidade, quando o golpe, entranhado sobretudo nas forças policiais do Estado e em alguma coisa não muito definida nos grupos armados de “calcs”, liberaria a violência política e a perseguição contra os alvos — e contra qualquer um que se colocasse à frente deles.
Um dos argumentos da defesa dos golpistas é exatamente afirmar que não haviam armas envolvidas nas suas tramas e que, portanto, não havia, nas suas conversas, risco de golpe, porque não envolviam efetivamente a violência necessária para concretizar. Áudios como esse último, e outros de ações canceladas no último momento — até por motivos fortuitos — não deixam dúvidas de que estavam prontos e dispostos a tudo, mas faltou o estopim para acontecer.
Se lembramos de 1964, o início do golpe se deu meio na avacalhação, com o general Olímpio Mourão — o “vaca sagrada” — saindo com suas tropas loucamente nas estradas e, por sua atitude irresponsável, desencadeou o motim militar que acabou por afetar o presidente Goulart. A reação de Goulart, em não reagir e sair do país, selou a sorte na ocasião. Preferiu evitar derramamento de sangue e planos alucinados de dividir o país.
Não é o caso da situação atual, quando, apesar de pipocarem alguns estalos de golpe — tipo tentativa de bombas no aeroporto, derrubada de torres de transmissão e o ataque aos poderes em Brasília — a coisa não estourou porque, além de tudo, era uma trupe de bufões e covardes que estava à frente do plano.
Tanto que estão aí todos com o rabo entre as pernas e esperando a cadeia.
Falar em anistia seria estimular uma próxima tentativa em breve, e, apesar das decisões na Câmara com maioria de 300 votos, o que se faz ali nem é exatamente proteger os golpistas, mas a si mesmos. Os golpistas vão a reboque.