Fraude eleitoral no Equador.

Acima, a boca de urna no dia da votação em segundo turno.

Todas as preocupações sobre tentativas de fraude no segundo turno da eleição no Equador — disputado entre o extremista Daniel Noboa e a candidata do correísmo, Luiza Gonzales — se concretizaram. E a fraude venceu.

Em nota, a oposição denunciou, ainda no dia da eleição e antes da divulgação dos resultados, um conjunto grave de irregularidades. São seis pontos principais:

  1. Mudanças de última hora em 18 locais de votação;
  2. Uso abusivo de cadeias nacionais durante o período de silêncio eleitoral;
  3. Proibição da entrada de observadores internacionais;
  4. Uso da máquina pública com fins eleitorais;
  5. Estado de exceção em sete províncias onde Noboa teve baixo desempenho;
  6. Exclusão da votação de equatorianos na Venezuela.

Milhares de eleitores foram impedidos de votar, e a candidata da oposição obteve, no segundo turno, menos votos do que no primeiro — mesmo com as pesquisas indicando vitória de Luiza Gonzales. O resultado final apontou uma diferença de 11 pontos para Noboa. A oposição não reconheceu o resultado e exige recontagem dos votos e abertura das urnas.

Mais uma vez, a democracia amarga um golpe travestido de processo eleitoral. E não se trata apenas de uma questão localizada ou de um problema do sul global. O que está em marcha é uma ofensiva extremista e antidemocrática, que se espalha pelo mundo e conquista vitórias não pela força do voto legítimo, mas pela manipulação de regras, uso do aparato estatal e sabotagem da vontade popular.

Ou Bolsonaro não tentou? Trump não tentou?

Em países menores como o Equador, com instituições mais frágeis e vulneráveis à pressão autoritária, a intimidação e o controle são ainda mais difíceis de conter. O resultado está aí, e sem nenhuma perspectiva de reversão.

Pior: a decisão já lança o país no limbo político e institucional, obrigando a busca de alinhamento automático com os EUA de Trump. Um exemplo simbólico disso é a autorização prévia da instalação de uma base militar estrangeira no país — em violação direta à constituição equatoriana, que corre o risco de ser simplesmente rasgada nas próximas semanas.

A democracia e as eleições livres estão se tornando artigos raros no mundo. A extrema direita avança, atropela a lei e, como neste caso, impõe resultados na marra, à revelia da maioria.

Resta aguardar a posição do Brasil. Mas, a exemplo do que ocorreu no caso da Venezuela, é pouco provável que o governo brasileiro reconheça o resultado como legítimo. E assim vamos somando mais um foco de instabilidade e ruptura no nosso continente.

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