Roda mundo.

Quem acompanha as idas e vindas do comando econômico atual dos EUA já não tem mais nenhuma dúvida: eles não sabem o que estão fazendo.

Não por outro motivo, num dia anunciam tarifas astronômicas contra o mundo inteiro — e no outro, adiam. Com o mesmo critério de sempre: nenhum.

Até aqui, supúnhamos a China como o alvo principal. Mas ontem, Trump começou a elogiar o presidente chinês e sinalizar para um possível acordo. Isso sugere que nunca houve planos de médio ou longo prazo — apenas uma tentativa imediatista e duvidosa de aliviar o desequilíbrio comercial entre os dois países. Talvez, se a China não tivesse reagido imediatamente às tarifas, a escalada nem tivesse ocorrido. Mas fez bem a China — e os demais países, como o Brasil, que praticamente não foram atingidos, esperaram (e ainda esperam) para ver no que vai dar essa bagunça.

A consequência mais grave, até aqui, atingiu o próprio coração da economia americana: os títulos do Tesouro, tradicionalmente considerados o refúgio seguro do dinheiro global, começaram a sofrer perdas expressivas. Para conter a fuga, o governo foi obrigado a aumentar a taxa de juros — mas o movimento surtiu o efeito oposto: em vez de atrair, aumentou a desconfiança, acelerando ainda mais as vendas e forçando o recuo das medidas tresloucadas.

Agora, a pergunta inevitável: quem ainda confia nos EUA?

Se até aliados históricos são tratados com desprezo e violência econômica, o que esperar? É natural que todos comecem a revisar seus planos de longo prazo.

E ainda vêm aí as eleições de meio de mandato, que podem mudar a composição das casas legislativas e tirar a tênue maioria que hoje protege Trump — com ameaça real de um novo processo de impeachment.

As pesquisas, com apenas três meses de governo, não deixam dúvidas: a popularidade do presidente norte- americano está em queda livre. E continuar conduzindo o país nessa irresponsabilidade absoluta está se tornando caro demais — até para os próprios aliados, que começam a se arrepender em número crescente.

O problema é que, uma vez instalados no poder e sem nada a apresentar ou promover, essa gente desgovernada só conhece um caminho: o caos. É a única coisa que sabem fazer.

E a cada rodada de decisões, agravam a própria situação.

Só alguns adiamentos podem amenizar o estrago contratado. Incólumes, eles não passam mais. E o desgoverno começa a se esvair antes mesmo de decolar. O que, convenhamos, nem é uma má notícia.

O problema será se voltarem suas frustrações para o exterior, na clássica manobra de desviar o foco interno através de guerras de legitimação. Essa, sim, é uma especialidade consagrada dos EUA — e quase sempre infalível para manter apoio doméstico.

Ah, e é bom deixar registrado: antes de adiar por 90 dias a validade das tarifas, Trump tuitou dizendo que era “hora de comprar ações” — justamente enquanto as bolsas despencavam. A virada repentina posterior foi impressionante. Ou… criminosa?

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