
A lista completa contém 150 países, a maioria taxada em 10% na importação de seus produtos para os EUA.
O critério para a elaboração dessa lista parece ter sido simplesmente dividir por dois o percentual de déficit comercial de cada país. Além disso, a apresentação sugere que tudo foi feito às pressas, sem um estudo aprofundado: as ilhas Heard e Mcdonald, que não têm habitantes e estão povoadas por pinguins, estão entre os territórios com taxação anunciada pelo presidente Donald Trump na tarde de ontem…
A taxação não foi uniforme para todos, mas, em todos os casos, aplicou-se uma alíquota linear sobre os produtos.
A aparente falta de critérios reforça a impressão de que houve preguiça na análise e no planejamento — inclusive no que diz respeito aos próprios interesses dos EUA. As únicas exceções foram petróleo, derivados e… a Rússia.
Sim, porque o nome da Rússia não aparece em nenhuma das listas divulgadas.
O que não deixa de ser inusitado, considerando o histórico conturbado entre russos e norte-americanos.
Especula-se que essa deferência tenha o objetivo de afastar a Rússia da China — uma tese que poderia se aplicar até mesmo aos países sul-americanos, taxados no percentual mínimo de 10%. Em todo o caso o governo brasileiro comemorou a relativa baixa tributação e ficar no mesmo patamar da Argentina.
O mais provável é que os EUA simplesmente precisem de petróleo, gás e terras raras russas — exatamente as exceções anunciadas até agora, sem que tenham sido indicados os países de origem.
As bolsas despencam em todo o mundo, a inflação nos EUA deve subir num primeiro momento e, depois, veremos. A ameaça de estagnação econômica cresce, e talvez estejamos diante da temida estagflação (estagnação + inflação), um fenômeno que os brasileiros mais velhos conhecem bem.
Trump fez seu movimento e já ameaça retaliar qualquer país que responder às medidas adotadas. Dificilmente essa escalada deixará de acontecer, mas imagino que será silenciosa. O laranjão reage a declarações públicas, mas costuma ignorar ações estratégicas discretas.
Um idiota sentado sobre bombas atômicas e no comando de uma economia que perdeu a hegemonia e agora age de forma perigosa.
Nada bom.
E deve piorar.
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